Em pronunciamento à nação em 25.12, o presidente da Câmara Federal, Henrique Alves (PMDB-RN), prometeu colocar em discussão o anteprojeto de reforma política que faz visagem pelo Congresso há um tempo.
Alves enfatizou os pontos que deverão ser discutidos a priori: o fim da reeleição para cargos do Executivo, o fim do voto obrigatório, financiamento de campanha, voto em lista e voto distrital.
Eu ouvi isso tudo, dito por outro, na ante virada de 2012 para 2013.
> Sem chances de entregar
Alves elucubra sobre o que não tem comando: mexer nesse vespeiro é impraticável sem uma coordenação centrípeta da qual o Brasil carece.
Até a 3ª República houve um, ou dois, estadistas no comando do país. Durante a ditadura cavalgaduras governaram o Brasil. Inaugurada a 4ª República, a pobreza política do Brasil é tamanha que o grande acontecimento institucional a partir do fim da ditadura foi o fim da ditatura.
> PT não apoia
O PT torce o bico para a reforma política que se sistematiza na Câmara Federal e insiste em um plebiscito que defina os seu principais pontos: é a sustentação da frustrada proposição da presidente Dilma Rousseff por ocasião do “Levante de Junho”.
Aliás, estou torço para ocorrer novo levante durante a Copa, em maiores proporções, pois a classe política, achando que as águas voltaram ao leito do rio, acomodou-se: até o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) pegou um jato da FAB e foi implantar cabelo.
> Mosaico tribal
Não creio que o Congresso Nacional faça uma reforma política consequente, que mude radicalmente o ingresso parlamentar no Poder Legislativo, sem forte pressão das ruas.
Infelizmente, a classe política está tão em dissintonia com os interesses institucionais e em como a população deseja se relacionar com ela, que o Parlamento depaupera a passos largos, tornando-se, grosso modo, em um mosaico tribal.
Dep., faça uma analise propria sobre a extenção da ficha limpa.
ResponderExcluirJá existe no congresso uma PEC criada pela senador Pedro Tanques ( PDT ), na qual a famosa lei, também atingiria os concursados ,temporários e cargos de comissão ,essa PEC já foi aprovada no senado por unanimidade em dois turnos remetida a camâra dos dep., já foi aprovada pela comissão de direitos e cidadania,( me parece que isso ) e falta só mais uma comissão que me foje o nome agora.
1- o que o sr. acha vai ser aprovada ? antes ou depois das eleições, seria um balde de água fria em muitos condenados ou até mesmo por aqueles que respondem a processos, sendo que os atingidos serão os condenados por improbidade, penalmente e os inelegives. um grande abraço e boas festas .
A lei da ficha limpa, para efeitos eleitorais, alcança todos e não somente políticos.
ExcluirO projeto do senador a estende para o ingresso no serviço público em todas as esferas da Federação. Vou verificar o andamento do projeto e farei uma postagem oportunamente.
Prezado deputado, feliz Natal - atrasado! Mantive-me desconectado. Estou viajando, mas não aguentei a curiosidade de ver o que acontece pelo Pará.
ResponderExcluirDiscordo de quando vc diz - para evidenciar a pobreza política do Brasil - que o grande evento institucional após o fim da ditadura foi o próprio fim desse regime.
Não classifico como exatamente evento institucional o fim da ditadura. Isso foi um evento histórico com vários efeitos institucionais político-jurídicos, entre eles a convocação da Constituinte de 88 - notável - e as eleições diretas para presidente.
Mas ainda: outro evento institucional de grande monta foi o Impeachment do Collor - que evidenciou, contraditoriamente, uma grandeza institucional e desnudou a nossa pobreza política, pois deixou à mostra as vísceras dos financiamentos de campanha - que em nada se difere do que aconteceu com os esquemas do PSDB e do PT, mostrando que ninguém é pior ou melhor do que ninguém.
Como diria Macunaíma, muita formiga...
Olá Ismael. A Carta de 88, consequência do final do regime ditatorial, não trouxe rupturas de paradigmas que o próprio regime ditatorial exercia. Se a Carta for lida sem o ufanismo jurídico que a ela se emprestou, observar-se-a ausência de adventos institucionais que, de fato, propiciassem ao Brasil avanço sistêmico.
ExcluirO impeachment de Collor foi um procedimento institucional stricto senso, que também não teve influência alguma na alavancagem do que o Brasil precisa para romper o que lhe amarra a um toco de árvore podre.
As duas citações, por certo, foram procedimentos institucionais, mas não significaram ruptura de paradigmas na tez do Estado.
A ditadura militar, queiramos ou não, era um sistema institucional que tangia e determinava o Estado. O final dela significou uma ruptura e isso propiciou ao Brasil tanto a Carta quando o impeachment. O que o Brasil precisa é disso: ruptura de um paradigma que em nada mais serve ao país. Precisamos de um sistema que gere estadistas e não chefes tribais.