Em postagem aqui opinei que a OGX estava nos estertores da agonia. O dia X foi ontem (30): após insolvência generalizada a petroleira requereu recuperação judicial, termo hoje usado para a concordata.
As ações da OGX foram ao chão, com valor unitário de dezesseis centavos de real antes da saída do pregão, pois empresas em concordata não podem ter papéis negociados na Bovespa.
> Dividas de R$ 11,2 bilhões
O default da OGX é de R$ 11,2 bilhões, devidos a 226 credores. Os mais prejudicados são os detentores de bônus, cujos créditos alcançam R$ 8 bilhões.
A bancarrota revela vasos comunicantes financeiros entre a OGX, a OSX e a EBX, que reclamam R$ 700 milhões e R$ 1,7 bilhões respectivamente, o que pode ser indício de uma bancarrota em cadeia.
> OGX Maranhão deixada como fiança
A OGX Maranhão, que tem como acionista majoritária a Eneva, sucessora da MPX, que vendeu o seu controle acionário à alemã E.ON, foi apartada da bancarrota para ser uma espécie de tábua de salvação do grupo, caso consiga injetar recursos nos lotes detidos na Bacia de Campos.
Se eu fosse do board da E.ON, pegava os meus 33% sarados da Eneva, colocava embaixo do braço e ia cantar em outra freguesia, pois vincular as posições da empresa com a metástase das X é contaminação certa. Vamos ver o que os alemães resolvem.
> A maior quebra da história da América Latina
A implosão da OGX foi a maior da história da América Latina e uma das maiores do mundo: em 2010, quando Eike era a 8ª fortuna do mundo e avisava o magnata mexicano Carlos Slim, à época a 1ª, que o passaria em uma década, a OGX valia R$ 75,2 bilhões. Ontem, quando os papéis saíram do pregão, se algum incauto quisesse lhe comprar 100% das ações, deveria fazer um cheque de “míseros” R$ 700 milhões, ou seja, a unidade, em três anos, recuou 99%.
> BNDES tergiversa
Ontem (30), quando a OGX publicou a concordata, o BNDES publicou um comunicado relatando que não concedeu financiamentos à empresa, o que é uma verdade apenas formal, pois o banco empurrou nos bolsos de Eike Batista, através das suas X10, algo em torno de R$ 10 bilhões, e o BNDESPar, braço empresarial do BNDES, que investe em empresas com grande potencial, andou potencializando a OGX. Falta dizer em quanto.
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