Viu-se poucos astros tão completos como Louis Armstrong, que de uma paupérrima infância em New Orleans alcançou a glória como cantor e compositor, além de ter sido um dos maiores instrumentistas e arranjadores do mundo.
> O “bocudo”
Conhecido como “Satchmo”, uma gíria negra norte-americana para quem tem uma boca grande (satchel-mouth, algo como “bocudo” em tradução livre), Louis nasceu, em 1901, no bairro mais pobre de New Orleans.
Enquanto a mãe se prostituía ele entregava jornais e engraxava sapatos. Vendo-lhe com talento nato para a música, uma família de judeus lituanos adiantou-lhe dinheiro para comprar um trompete.
Satchmo tocava de ouvido e aos 13 anos já fazia escola com a banda “"New Orleans Home for Colored Waifs", o que foi o começo de uma carreira meteórica, desde o primeiro emprego no “Henry Ponce's”, passando por Chicago, onde a saudade de New Orleans o fez compor magníficos solos, até a glória no Carnegie Hall.
> West End Blues
Em 1924 passou um ano em Nova Iorque, onde amadureceu o estilo e sofreu influência do Blues. Foi dessa época a sua bela “West End Blues”, para mim uma valsa vestida de jazz, embriagada por Blues e, ao final, uma ótima canção de ninar.
> A Grande Depressão
Com o “Crack da Bolsa de 1929”, o que jogou os EUA na grande depressão dos anos 30, mudou-se para Los Angeles, onde trabalhou em trilhas para o cinema e de lá fez a sua famosa tournée pelos EUA, para animar o povo sofrido pela miséria.
Onde chegava uma multidão de fãs o prestigiava. Ele mesmo não sabia da extensão do que se tornara nos EUA. Quando, em 1934, a caravana chegou em New Orleans, a cidade parou para recebê-lo.
> O mundo é lindo!
Em 1964, com “Hello Dolly!” Satchmo bateu todos os recordes de venda até então conseguidos por qualquer cantor nos EUA. A partir de 1965, os EUA o nomearam embaixador honorário e ele percorreu quase todos os continentes pregando a paz.
Ao retornar ao Queens, inspirado com o mundo que viu, compôs a sua última e mais conhecida canção, a belíssima e melodiosa “What a Wonderful World”.
Quatro anos depois, em 6 de julho de 1971, um ataque cardíaco o calou para sempre.
Abaixo, com a voz perfeita, a sua última interpretação de “What a Wonderful World”, antes de morrer:
Viva o Satchmo!
Obrigado por prestigiar minha humilde sugestão do dia 19/5/13. E obrigado ainda por essa aula biográfica/musical.
ResponderExcluirO cliente tem sempre razão... De vez em quando...
ExcluirMesmo sendo proferido com o "cliente tem sempre razão de vez em quando". Repiso uma pergunta que sempre faço a minha esposa: que gosto tem isso na sua boca?
ResponderExcluirUm abraço e bom fim de domingo!
O gosto da sinceridade.
ExcluirParsifal;
ResponderExcluirLouis Armstrong também foi muito festejado por haver popularizado o jazz entre pessoas que não eram o público deste gênero musical; com o grande sucesso "Dolly", que já devo ter ouvido centenas de vezes; mas ainda assim, se tivesse de escolher a composição mais agradável de ouvir, escolheria "Take the 'A' Train", de Billy Strayhorn, num dos ultimos arranjos feitos por Duke Ellington, que baixei através do "Estação Jazz e Tal" do Ricardo Noblat. É o máximo!
Sem dúvida a "Take the 'A' train" é a mais festejada música da parceria de Duke com Strayhorn.
ExcluirUma particularidade da música, para mim, é que sempre que a ouço lembro de uma outra canção, que nada tem a ver com jazz, mas que tem um tema similar aqui no Brasil que é "Trem das onze" do Adoniran Barbosa.
O "A" do título de Strayhorn era uma referência à nova (1939) linha "A" do metrô de Nova Iorque, que ia, expressamente, do Brooklyn até o Harlem: era a maneira mais rápida de chegar em casa, para quem morava no Harlem e isso me lembra o "se eu perder esse trem, que sai agora às 11 horas, só amanhã de manhã".