Pular para o conteúdo principal

Lei dos portos passa ao largo da logística e não soluciona o custo operacional

Shot002

A nova lei dos portos fez muito barulho por nada e atendeu apenas à disputa entre o setor público e privado pelo controle de movimentação de carga em portos ineficientes.

> Burocracia portuária

Matéria da “Folha de S. Paulo” reporta que um navio “precisa entregar 190 informações ao governo” e como os órgãos não se comunicam, “a mesma informação segue em documentos diferentes para a Receita, a Marinha, a Anvisa e a Polícia Federal.”.

No Brasil, um navio passa 13 dias no cais, dos quais seis “são gastos com papelada”. Obviamente, o custo do navio parado repercute no frete e no preço final do produto.

Segundo dados do Banco Mundial, o porto de Cingapura é o campeão em liberação de carga: um dia. Em segundo lugar vêm os EUA: dois dias.

Como a logística compõe parte considerável do preço final do produto, aí está um enorme componente do custo Brasil: logística deficiente.

Narra a reportagem que para exportar um “contêiner no Brasil é mais do que o dobro do cobrado na Europa: US$ 2.215 aqui; US$ 1.028 lá.”.

> Logística inexistente e ineficiente

O engenheiro Paulo Resende, professor de logística da Fundação Dom Cabral, opina que a nova lei dos portos “é modernizante porque vai aumentar a concorrência entre portos público e privado. Mas porto é só origem e destino. Logística requer abordagem integrada entre porto, rodovia, ferrovia e armazenagem - e isso passou longe da MP.”.

Quando o Brasil constatar que leis são apenas parte da solução e se preparar para ter eficiência operacional na ponta, poderemos começar a pensar em competitividade internacional, mas com um prazo de 30 anos para construir 10 mil quilômetros de ferrovias (Plano Nacional de Logística) a um custo de R$ R$ 91 bilhões, estamos querendo enganar alguém, pois isso teria que ser feito em, no máximo, dez anos, e o custo chegaria a mais do que o triplo disso.

Comentários

  1. http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1042/noticias/sumiu-uma-finlandia

    nossa contabilidade criativa...e o brasil indo pro fundo!! viva o pt...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.