Pular para o conteúdo principal

Gestão pública: um dos principais gargalos da Federação

Shot003

Contou a imprensa que a primeira reunião, de 2013, do governador Jatene com o secretariado fez-se tensa quando Sua Excelência, assuntando que a produtividade do governo está aquém do esperado, exasperou resultados.

Diz-se também, que diante de algumas suscetibilidades arranhadas, o governador baixou o tom, mas é fato que o governo precisa de sintonia e maior produtividade.

> Problema nacional

Destarte o que já se investiu em capacitação, o problema de gestão é nacional. A inapetência gerencial causa prejuízos bilionários, sangrando o erário à ilharga da corrupção e da sonegação.

Estima-se que 4,8% do PIB escorra ao ralo, por ano, devido à má gestão em todos os níveis da Federação.

> Com vento, mas sem transmissão

Estão concluídos 26 parques eólicos, no Rio Grande do Norte e na Bahia, que agregam 600 MW ao sistema, o que é suficiente para encostar uma das maiores termoelétricas do Brasil, Uruguaiana, que gera poluindo o ar e o erário: 1 MW de energia eólica tem custo médio de R$ 100; a mesma quantidade gerada por termoelétricas custa em média R$ 600.

Mas os cata-ventos não produzem sequer choque, pois o governo federal ainda não instalou as linhas de transmissão. Algo tão primário não foi integrado ao projeto: o governo trabalhou as obras como diversas.

Shot001

Como o governo não aprontou as linhas, uma cláusula contratual obriga o tesouro a pagar R$ 33,6 milhões por mês ao consórcio que investiu R$ 1,2 bilhão para erguer o parque e não pode vender a energia porque não tem transmissão para entregar.

A Aneel estima que até setembro, quando se prevê a conclusão das obras de transmissão, o governo terá pagado, para não ter 1 MW sequer, R$ 440 milhões.

Multiplique esse desperdício por 100 e você terá o tamanho da confusão.

Comentários

  1. Pois e dep a coisa publica sempre e assim e quem paga a conta e o contribuinte com o dinheiro dos impostos retirado na maioria dos pobres.Reveja seu conceito contra a iniciativa privada.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Creio que você está equivocado. Eu nada tenho contra a iniciativa privada. Não faço juízos contra, e nem a favor, do público ou do privado desconectado das circunstâncias. Cada caso deve ser analisado conforme a conjuntura. Nesse caso, por exemplo, através de uma PPP, um consórcio de empresas privadas fez, por conta e risco, um empreendimento que custou R$ 1,2 bilhão que deverá pagar a quem emprestou e está deixando de faturar por conta de inapetência do governo.
      Assim deve agir a iniciativa privada que quer, por exemplo, prestar serviços de saúde: empreste dinheiro, construa um hospital e cobre os procedimentos do SUS, como todos fazem.

      Excluir
  2. Se o governador realmente estivesse preocupado em combater a corrupção e em melhorar a gestão pública investiria em seu controle interno, coisa que não faz. Ao contrario, mesmo sabendo que a cada dia o quadro de auditores diminui em razão da baixa remuneração (atualmente são 18) nada faz, nem ao menos concurso para repor as vagas não ocupadas. Vários estudos mostram que os países menos corruptos são os que tem mais auditores em proporção aos seus habitantes. A Dinamarca e a Holanda, países com um baixo índice de corrupção, possuem 100 auditores para cada 100.000 habitantes. O Brasil que é altamente corrupto,possui 8 auditores por 100.000 habitantes. Ou seja, a formula para melhorar a gestão e diminuir a corrupção ta ai, só falta o governador entender.

    ResponderExcluir
  3. A verdade é que a gestão pública no Brasil, causa indigestão na privada.

    ResponderExcluir
  4. brasil só gasta com custeio pra encher a máquina e garantir a "governabilidade" é um asco, um nojo! e o dinheiro publico pe tratado com desdem pois vem muito e facil todo no com os nossos extorsivos impostos, vide o bnds e botou 700 milhoes num negocio de laticinios e nao deu certo! iai? quem paga a conta??

    ResponderExcluir
  5. Como Dep? O senhor tem ideia da tabela do SUS?Procure saber.Para presidio de luxo vai pagar bem.Porque os grandes hospitais privados do Brasil nao prestam mais serviços aoSUS? Enquanto isso os Hospitais de gestao publica chegam a gastar ate 33 vezes o que produzem pela tabela do SUS.E uma roubalheira so.Se informe deputado.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Você escolheu a pessoa errada para pedir que se informe: eu não falo, tampouco escrevo sobre o que não tenho informação.
      Eu não tenho ideia: eu sei a tabela do SUS. E qualquer cidadão brasileiro pode saber, pois isso não é segredo de Estado e sim uma informação pública.
      A sua informação não é correta. Os hospitais que não aceitam prestar serviços ao SUS são a minoria, mesmo entre os grandes.
      Os maiores do Brasil, aliás, prestam serviços ao SUS e entre os 10 melhores do Brasil (que não são obrigatoriamente os maiores) apenas 2 não prestam serviços ao SUS (Albert Einstein e Sírio Libanês, embora atendam pelo SUS nas suas unidades descentralizadas).
      No Pará, os maiores hospitais privados atendem o SUS (Porto Dias e Beneficência) e têm do SUS a sua maior receita.
      A sua informação sobre o custo unitário público em relação ao que paga o SUS também não é correta: a média nacional pública é 12 vezes mais a unidade do procedimento e não 33.
      Embora a má gestão seja o principal peso específico nessa disparidade ela não é o único fator que age no custo: pesa contra o poder público o fato de ele não poder descarregar nos planos de saúde, e no atendimento privado, como fazem os hospitais particulares, para compensar o aviltante valor pago pelo SUS.
      Quanto a ser “uma roubalheira só” concordo com você, desde que a “roubalheira só” se estenda também à rede privada que, na sua maioria, emprenha procedimentos para receber além do que fez, como uma forma de compensar o deságio.

      Excluir

  6. Jatene é um sonhador que pouco realiza. Muito papo e pouco resultado. Veja: passaram-se dois anos de governo,qual o resultado? Jatene só sabe trabalhar com antigos colegas da faculdade de economia da UFPA ou da antiga SEPLAN. Recentemente, tirou o economista Bacury da SEPOF e colocou dois economistas em seu lugar, Mario Ribeiro e Lucy Leão (uma especie de espiã institucional do Governador ou "fofoqueira" intelectual do Jatene)que nada produzem e ganham salários de marajá. Voce precisava assistir a exposição do economista, colega de faculdade do Jatene, que preside a empresa de saneamento na reunião de avaliação do governo com secretários, parecia mais uma aula de "micoeconomia" mal decorada que um diagnóstico das mazelas da empresa e omissões do governo. Vamos torcer que Jatene supere os traumas com seu criador e se desfaça desses preconceitos ou conceitos de amizade e governabilidade e faça um bom governo nestes dois anos que lhe sobram. Os economistas professores da UFPA mandam na "máquina" do Estado, realizem seus sonhos. O que lhes falta?

    ResponderExcluir
  7. Caro Parsifal,

    Em fortaleza é muito explorado, ou pelo menos, é explorado energia eólica. E eu não sinto lá a força do vento que sinto em Salinópolis, principamente no Atalaia.
    Não seria o caso de se fazer um estudo sobre o litoral paraense?
    Já que o Pará tem vocação para ser explorado pelo resto do país, por que não nesse novo segmento?

    André Ribeiro


    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá André,

      Já há diagnóstico completo de todo o Brasil sobre o potencial de energia eólica. O caso do Pará é específico: temos o maior potencial hidrelétrico do Brasil e o quilowatt hidroelétrico é mais barato que o eólico, portanto, o planejamento estratégico do sistema dá preferência às eólicas em regiões sem, ou com perfil hidrelétrico fraco.

      Excluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.