Soube, ontem (28), que o pronunciamento à nação da presidente Dilma foi debatido por mais de três dias no Planalto.
De um lado os republicanos (eu achava que não existia essa espécie no Planalto Central), que concordavam com a fala da Presidência apenas para garantir à nação que não haveria racionamento de energia; do outro lado os pragmáticos que opinavam que a fala deveria rebater as críticas da oposição.
> Desconforto com as críticas
A inteligência lulo-petista sentiu-se incomodada com o discurso da oposição de que o governo estava travado (os plutões da Avenida Paulista insistem nisso com Lula). Detectou-se ainda que a nação começava a duvidar da capacidade do parque elétrico em resistir à deflexão dos reservatórios.
Pesquisas qualitativas mostraram que se a oposição consolidasse a bandeira a presidente Dilma tisnaria naquilo que lhe construiu: a gerência eficiente dos programas de desenvolvimento nacional.
> Rompendo limites
Os pragmáticos venceram. Chamado, o marqueteiro do Planalto, João Santana, opinou que o pronunciamento não se restringiria a temas que não tivessem impacto decisivo na neurologia do eleitor.
Então surgiu o núcleo da fala: o anúncio do deságio na conta de luz, o que, opinou Santana, deixaria a oposição no canto do ringue, pois o resultado de qualquer reprimenda à fala seria o repúdio dos beneficiários do desconto.
Foi aí que os pragmáticos foram aos píncaros e decidiram que, já que a fala entornaria o caldo do republicanismo, a presidente também a usaria para deflagrar a sua candidatura à reeleição.
> Aluno aplicado
O PT aprendeu rápido tudo o que há de pior na cultura partidária nacional e mais rápido ainda absorveu as lições de Maquiavel, que ensinou que a plebe (que somos nós) não tolera obliquidades apenas quando ela não está incluída no butim: quando está, procura sempre uma exceção de defesa a quem lhe pagou o salário.
Maquiavel é sempre atual. Até parece que é dele aquele carimbó que canta: “Namora pai, namora mãe, namora filha eu também sou da família também quero namorar”.
Parsifal;
ResponderExcluirDepois de 9 meses de iniciada, ainda se arrasta a novela da liberação da curatela de C.A.F.S nos meandros burocráticos entre a delegacia de polícia de Ananindeua e o Instituto Renato Chaves, envolvendo ainda a defensoria pública local e o INSS. Nove meses.
Quando completar 12 meses, já não poderá mais ser atendido em alguns centros de referência nacionais, pois dizem que nesses casos (trauma encefálico com perda parcial de consciência, da fala e dos movimentos) as modestíssimas chances de recuperação já se tornarão muito difíceis de serem revertidas.
Prazos elásticos são postos para a família ir fazer busca do resultado da perícia médico legal, e depois... mais prazos... mais prazos... mais prazos, trazendo para os entes próximos do incapaz um inferno astral e o mêdo de que chegue tarde a ponto de não mais poderem viajar para tratar dele em Brasília.
Governador Simão Jatene? Secretário de Segurança Pública? A quem apelar para que o Renato Chaves conclua esta interminável perícia.
Deputado não concordo com esta abordagem. Tem-se crescentemente feito uma separação por demais estática e artificial, entre Estado e Governo. Embora diferentes, é preciso lembrar que o Governo é quem, democraticamente, representa o Estado. O governo ( e não a brocracia estatal) é eleito para desenvolver suas propostas, seu programa. Ora, este governo, eleito pela maioria, não pode, na condição de Governo, com o uso dos instrumentos de estado que governa, defender suas ações de ataques que a oposição, com uso de veiculos de comunicação privados, lhe faça ? Se o Governo não defende suas posições quem o fará ? Não vale dizer que os partidos que o apoiam , embora estes também devessem, mas o governo é mais que soma de partidos. É o produto de uma determinada vontade majoritária. Não considero ilegítimo o representane da maioria, no exercício das prerrogativas do cargo que lhe foi concedido por esta maioria (inclusive o de usar tempo de TV), defender suas posições e criticar aqueles que se colocam contra estas e constantemente anunciam seu fracasso, sempre com largo espaço nos veículos privados de comunicação. A presidente usou o tempo da Tv para discutir questões político/administrativas, opções de políticas públicas de seu governo que estão sendo criticadas diariamente pela oposição. Não se pode varrer esta realidade para baixo do tapete e pretender fazer dos Governos uma espécia de "técnicos de administração", isso só serviria para esconder a verdadeira luta pelo poder que existe na sociedade e que deve ser travada clara e democraticamente.
ResponderExcluirA presidente não só pode como deve refutar e rebater as críticas feitas ao seu governo. Não é essa a abordagem da postagem.
ExcluirO que está em tela é o uso da Fala da Presidência para isso. O instituto, equivalente à Fala do Trono nas monarquias parlamentaristas, é constitucionalmente albergado na nossa Carta como elemento privativo dos chefes dos poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário) e não pode ser usado como instrumento político pois fere o princípio constitucional da igualdade de todos perante a lei. Se os partidos de oposição não podem convocar cadeia nacional de rádio e TV para replicar a fala, está ferido o princípio da igualdade se ela é usada politicamente. A Fala da Presidência é para assuntos fundamentais da República e não para querelas político partidárias, pois a presidência, no momento em que a usa, está acima dos partidos: é a presidência da República e não a presidente dos petistas que ali fala.
Há inúmeros meios para que a presidente rebata a oposição: ela tem o líder das sua bancada nas duas Casas do Congresso, tem o líder do seu governo nas duas Casas do Congresso, e tem o líder do seu governo nas sessões reunidas. Pode usar o programa do seu partido para rebater essas críticas(como fazia o Lula) e pode patrocinar matérias em todos os jornais do país, através do seu partido, para guerrear a oposição e isso tudo é legal e legítimo.
Ela, todavia, se deixou convencer, pelos que acham que podem tudo, a usar a Fala da Presidência para fazer o jogo político partidário o que fere os princípios constitucionais que instituíram a prerrogativa.
Concordo com tudo o que a presidente disse naqueles oito minutos e eu já tinha inclusive feito, uma semana antes, um artigo rebatendo a grita de que haveria racionamento de energia.
Discordo absolutamente do meio que ela usou para dizer que, ao olhar de qualquer princípio republicano, foi uma atitude totalitária.
Democracia é algo muito delicado para nós abusarmos dela.
Parsifal, o que de mais nefasto vem acontecendo em nosso País durante esse Reinado Lullopetista, é que o partido apoderou-se de nossas instituições (nossas, do Brasil, do Povo Brasileiro) e as usa como prolongamento do PT. Concordo com vc em todos os sentidos quando fala sobre a utilização da Fala Presidencial (muito bem colocado com maiúsculas) para rebater pretensas críticas recebidas pela imprensa ou através de membros da oposiçãozinha que temos hoje. Como já disse um rei absolutista, o Estado Sou Eu. E este sempre foi o lema do PT, principalmente do seu chefe e senhor, lulla I e Único. O Partido precisa passar a governar sem personalizar as instituições nacionais, sem mandar plantar estrelas vermelhas nos jardins do Planalto, sem fazer do nosso País uma extensão de seus diretórios. Como sempre, já partiram para a campanha eleitoral de 2014, mesmo sem ter ainda um candidato definido (Lulla ou Dilma ). E quem paga por isto é o Povo Brasileiro.
ResponderExcluirDeputado sugiro uma pequena correção: " a plebe" (que somos nós)...
ResponderExcluirSua Excelência é Deputado, "líder " do PMDB na ALEPA, apóia o PSDB no plano estadual, apóia o PT no plano nacional, portanto é beneficiário da bolsa da "viúva", não convém querer filiar-se aos mortais plebeus.
Nao se pode servir a dois senhores, pois agradará a um e desagradará ao outro.
Mas, se esse arroubo perdurá, estamos lhe aguardando, mas saiba de antemão aqui Sua Excelência vai passar a pão e água. É o nosso cardápio.
Não me considero da "elite" política. O fato de eu estar na liderança do meu partido é suor de 30 anos na estrada e a certeza de que eu não transijo em proveito próprio em detrimento do partido nem sob tortura chinesa.
ExcluirEu nunca pedi, e nunca recebi, qualquer tipo de benesse do governo do Estado e nem do governo Federal para chegar onde cheguei na política. As vezes penso que “na próxima eleição” vou ter a dita de ser um dos candidatos do tipo chapa branca, o que deve ser uma beleza, mas, não mais que de repente, pego-me caindo em desgraça tanto aqui como acolá, pois não resisto a dizer o que penso e não consigo bajular.
Sempre fiz a minha vida política a pão e água mesmo, por isso tenho poucos votos sempre, mas vou escapando.
E, ainda tem mais: mesmo o pão e a água quem paga sou eu.
Deputado, com todo respeito, o senhor é um hilário. Mas concedo-lhe a presunção de inocência e digo que eu acredito.
ResponderExcluirSds,
Tenho oferecido uma recompensa de R$ 50 mil para quem provar o contrário (que já tive 1 centavo de governos nas minhas eleições). A oferta está aberta a você também.
ExcluirVale a pena até contratar um detetive por R$20 mil, para ser pago no êxito e ainda sobraria R$ 30 mil para você.
Até hoje consegui ficar com os meus R$ 50 mil.
Habilite-se, de repente você me toma os 50.
Deputado Sua Excelência é o único político de que sou beneficiário (seu blog concede-me esse feito),é por isso que disse e repito, com todo respeito, o Sr. é um hilário.
ExcluirQuanto a sua proposta, vejamos: o MP Federa/Estadual, TCU,TCM,TRE...ninguém obtém êxito nessas investigações, eu, um verdadeiro plebeu, vou conseguir?
E mais, se eu conseguisse essa utopia, o detetive levaria os 20 e o restante não daria para pagar o causídico que patrocinasse essa causa.
Não se subestime. As vezes os plebeus têm acesso à informações que o MPE, MPF, TCU, TCM e TRE não têm.
ExcluirNão precisa recorrer a esses órgãos para saber por quem um político é patrocinado: basta observar-lhe o comportamento parlamentar e ir puxando o fio da meada. Infelizmente o eleitor brasileiro ainda não faz isso para votar: vota por impulso e um ano após nem se lembra em quem foi e ainda se sente no direito de reclamar que os políticos não prestam. Quem marca encontro às escuras, com quem não conhece, e não se deu ao trabalho de investigar quem é, deve observar que precisa suportar o objeto do encontro cego.
Esse debate é longo. Vamos guardar as munições para os próximos...
ExcluirSds,
Acho que Jãnio de Freitas esclareceu muito bem o que foi o conteúdo da fala da presidente :
ResponderExcluir"Os juros em alturas imorais eram acusados de impedir a retomada efetiva do crescimento e a capacidade da indústria de competir com a produção estrangeira. Os juros foram baixados. E as correntes que os culpavam entregaram-se a intensas e extensas críticas à sua redução. A energia cara era há muito acusada de obstruir o crescimento econômico e a capacidade de competição da indústria brasileira. Foi reduzida em 32%, um terço, para a produção industrial. E as correntes que a culpavam se entregam a criticá-la e desacreditá-la.
Esse jogo de incoerências proporciona noções importantes para os cidadãos, mas de percepção dificultada pela próprio jogo.
Está evidente na contradição das atitudes o quanto há de política no que é servido ao público a respeito de assuntos econômicos. Na maioria dos assuntos dessa área, o direcionamento é predominantemente determinado por política, e não pela objetividade econômica.
É assim por parte dos dois lados. Mas não de maneira equitativa. Os economistas mais identificados com o capital privado do que abertos a problemas sociais, ou a projeções do interesse nacional, fazem a ampla maioria dos ouvidos e seguidos pelos meios de comunicação.
(...)
Foi a essas críticas políticas que, a meu ver, Dilma Rousseff respondeu junto com a comunicação do corte maior no preço da energia. Nada a ver com o lançamento de campanha reeleitoral que lhe foi atribuído pelo presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra, logo seguido pelos porta-vozes, assumidos ou não, do PSDB e dos remanescentes do neoliberalismo.
(...)
Dilma Rousseff fez a promoção de seu governo como Fernando Henrique fazia do seu, e todos os presidentes fizeram e fazem. A afirmação de que falou como candidata leva a uma pergunta: se não a favor do seu governo e da novidade que lança, nem há algo grave, como é que um/uma presidente deve falar?