Jean Tulard escreveu, em “Napoleão, O Mito do Salvador”, que embora o corso tenha vencido muitas batalhas, nada foi tão prodigioso quanto a sua marcha de 20 dias de Golfe-Juan a Paris, quando ele fugiu do exílio em Elba.
Por onde passava era aclamado e seguido. Luís XVIII despachou o 5º exército para prende-lo. Quando a infantaria fez sentido a sua frente ele desceu do cavalo e desafiou: "Aqui estou! Matem seu imperador, se assim o quiserem!".
O 5º exército, ao ver aquele que comandou o Grande Armée nas suas mais gloriosas vitórias, rendeu-se em uníssono: “Viva o Imperador!", e juntou-se a ele.
Os portões de Grenoble foram fechados para lhe impedir a passagem: o povo derrubou os portões e iluminou a passagem de Napoleão com tochas.
Quando a marcha alcançou Lyon, já arrastava mais de vinte mil franceses e Napoleão rompeu Paris carregado até o Palácio das Tulherias, de onde Luís XVIII já fugira.
> O governo de 100 dias
Naquela noite Napoleão não sabia que inaugurava o que a história chama de “O governo de 100 dias”.
Neste curto lapso o Imperador conheceu os píncaros da glória, com a triunfal marcha, e encontrou a derrota capital ao enfrentar o Duque de Wellington, que comandava a coligação anglo-prussiana, na Batalha de Waterloo, uma das mais frenéticas e trágicas batalhas campais da história marcial.
Após Waterloo restou a Napoleão o exílio no rochedo de Santa Helena. Morreu ali, esquecido pela França. O povo é cruel com os derrotados, da mesma forma que louva os vitoriosos.
> A queda de Diego Hypolito
Leio, na internet, comentários rudes contra Diego Hypolito, por ele ter canalizado a expectativa nacional na ginástica de solo e ter caído na apresentação.
Os minutos que duraram a apresentação de Diego foram como os 100 dias de Napoleão: entrou bem, foi à glória e caiu na finalização.
Diego é um ótimo ginasta, mas a sorte não lhe sorri nas Olimpíadas: há 4 anos, em Pequim, ele cometeu o mesmo erro que deitou ao chão, junto consigo, a chance do ouro em Londres.
> Errei porque errei
No caminho do exílio, Diego penitenciou: “Falhei de novo, caí de novo, decepcionei de novo" e arremata, "errei porque errei”.
Poupe-se Diego das reprimendas daqueles que lhe estariam louvando se não lhe faltasse o joelho a apurar-lhe ao chão.
Se não o perdoam que o esqueçam no orfanato da derrota, como a França fez com Napoleão após Waterloo, pois foi o corso (e não John Kennedy como alguns creditam) que da solidão de Santa Helena escreveu que “a vitória tem mais de uma centena de pais; a derrota, por outro lado, essa é órfã”.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1128147-planalto-fez-gestao-para-poupar-lulinha.shtml
ResponderExcluirdeputado, vale a leitura!!!
abraços
A Franca nunca esqueceu Napoleao, ele esta presente em tudo.
ResponderExcluirCertamente o jornalista ja esteve nos Invalides.
O esquecimento que os franceses legaram a Napoleão foi longo e é a este período ao qual me refiro: desde que foi batido em Waterloo e exilado em Santa Helena, 1815, passando pela sua morte, em 1821, até a sua reabilitação póstuma, quando foi inumado, em 1840, sob a cúpula da Catedral do Hotêl des Invalides, ou seja, Napoleão passou o resto dos seus dias no ostracismo de Santa Helena, e depois mais 21 anos latente na memória dos franceses.
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