O tango nasceu em Buenos Aires quando se finava o século 19. No início restrito às esquinas portenhas, no primeiro quarto do século 20 Carlos Gardel tornou o ritmo conhecido mundialmente.
A estética corporal do tango, que o faz um quê mais afetado do flamenco, reflete-lhe a linguagem sonora carregada de melancolia, amores proibidos e perdidos, desilusões e boemia: no tango não há pasto para felicidades.
> Maestro Astor Piazzolla
O maestro Astor Piazzolla, lendo uma Argentina agoniada e desencantada com os ventos do final do século 20, revisitou o tango em uma estética moderna, elevando as suas características ao píncaros.
Apreciei Piazolla uma única vez, em São Paulo. Ele exigia tanto do bandoneón que momentos houve em que eu achei que o instrumento rasgaria: foi uma das coisas mais belas do gênero que os meus olhos já viram e os meus ouvidos escutaram.
> Filipe Catto
Mas eu contei isso para dizer que não sei por onde eu andava que não tinha ainda ouvido falar de Filipe Catto, um gaúcho que conseguiu fazer um belo tango, que eu ouvi, pela primeira vez, ontem (19) no rádio do carro.
Ouça, aí em baixo, o tango brasileiro, “Saga”:
“E agora andando, encharcado de estrelas
Eu cantei a noite inteira pro meu peito sossegar
Me fiz tão forte quanto o escuro do infinito
E tão frágil quanto o brilho da manhã que eu vi chegar”
Esse rapaz tem talento.
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