O rolo compressor do governo funcionou no Senado na para a aprovação do ICMS único para entrada de produtos importados, mas engasgou na Câmara na votação do Código Florestal.
Ontem (25) os ruralistas derrotaram o Planalto por 274 votos a favor do relatório que modificou a proposta do Senado, contra 184 que seguiram a orientação do governo.
> Deu saúva no Código Florestal
O Código é sofrível e tem a assinatura do agrobusiness mais conservador do Brasil (algo assim como: para produzir tem que desflorestar). O governo apegou-se a detalhes do tipo, “é obrigado recompor com vegetação nativa a margem de rios com até dez metros de largura”, e os ruralistas foram eficientes em tourear a situação (dividida) com diversionismos anelares escondendo as motosserras nas entrelinhas.
> Anomalias
O Código Florestal traz irregularidades tão absurdas que se tornam anomalias: há artigos que permitem os efeitos, mas proíbem a causa, como a desobrigação de recuperação florestal em torno de olhos d'água, mantendo a necessidade de proteger as nascentes.
A lógica torta do ruralismo desvairado entende que é possível desmatar margens de rios, desflorestar entornos de olhos d’água e tudo ficará bem se preservar as nascentes: basta manter a Serra da Canastra intacta (onde nasce o São Francisco) e pode desenfrear as lâminas no resto do curso, já que em rios com mais de 10 metros de largura está permitida a bagaceira.
> Manguezais em risco
Outro destaque aprovado: as áreas de solos salinos adjacentes aos manguezais não são considerados áreas de preservação permanente. Será que sobrará área de mangues para contar a história, já que eles têm simbiose com os solos adjacentes?
> O jeito é vetar e manter o veto
O jeito é o governo vetar a gulodice da bancada ruralista e fechar o cerco na manutenção do veto, que precisa de maioria qualificada para derrubar, e esse pessoal do agrobusiness é o cão chupando manga para derrubar o que está de pé.
Mais uma vez vemos o quanto o PMDB é um partido prostituto. Sua ganância sem limites o faz perder os limites da sensatez. Veta Dilma, é o grito que se ouve por todo o Brasil de homens sensatos e coerentes com o nosso pais
ResponderExcluirO PMDB tem 78 deputados na Câmara, dos quais 47 (a maioria) votaram com o governo.
ExcluirA Câmara tem 12 bancadas (PT, PMDB, PSDB, PSD, PP, DEM, PDT, PTB, PSC, PRB, PSOL, PMN) e 3 blocos partidários (bloco PR – PtdoB – PRP – PHS – PTC – PSL - PRTB, bloco PR – PtdoB – PRP – PHS – PTC – PSL - PRTB e bloco PV - PPS), perfazendo 15 correlações de forças que podem divergir ou convergir, dependendo dos interesses em pauta, formal, ou informalmente.
No caso da votação do Código Florestal, o único partido que votou fechado com o governo foi o próprio PT e depois dele, o que deu o maior número de votos ao PT pela manutenção do Relatório do Senado (que infelizmente foi derrotado) foi o PMDB (47).
Portanto, permita-me não aceitar a sua exclusiva reserva ao PMDB. A votação do Código Florestal foi uma derrota do governo articulada pela bancada ruralista que tem representantes em mais da metade dos partidos e blocos da Câmara, por incrível que pareça, até no PPS e no PSB.
Parsifal,
ResponderExcluirParabéns pela defesa da racionalidade, esse pessoal que até hoje tem que derrubar para plantar só pensa assim, pensará assim quando a desgraça planetária chegar a sua porta, não adianta, é aquele mesmo que tinha a certeza que não devia tomar a vacina contra a febre amarela, pois se a contraiu é porque tinha alguma culpa. Porem, infelizmente aqueles que pensam um pouco mais no geral e não no particular sempre serão minoria, e os boçais, infelizmente, prevalecem.
Creio que devemos evitar desmatamentos mas chamar aqueles que sao a mola de trabalho deste pais de marginais nao concordo e e atraves do agronegocio que o pais tem sobrevivido inclusive gerando alimentos para que os Sarneizinhos burgueses possam se alimentar e beber seu uiskinho nos bares de ipanema e falar dos mal dos que estao no campo sob sol escaldante e chuva.Vamos respeitar quem trabalha e nao vive roubando dinheiro do povo
ResponderExcluirNão há quem seja contra o agronegócio centrado na produção respeitando as regras legais e ambientais, pois esse tipo de produção gera riquezas para o país e divisas no comércio exterior.
ExcluirMas quem patrocinou as emendas que desvirtuaram o Código Florestal, que seria um avanço nas regras produtivas, em acordo à atividade de forma limpa e sustentável, o que agregaria valor aos nossos produtos tanto interna como externamente, é o que tem de pior no agronegócio: empresários da extremíssima direita nacional cuja única mentalidade empresarial é agregar lucros a qualquer custo, sem a menor preocupação com a sustentabilidade do seu próprio negócio, pois a visão não passa do agora.
Assim como o Brasil precisa se livrar de maus políticos, também é necessário livrar-se do maus empresários: os dois são igualmente nocivos.
Para esclarecer: os Sarney são grandes proprietários rurais (estão também no agronegócio), mas pelo menos, para fazer média, o presidente Sarney fechou questão com a bancada do PMDB no Senado, para aprovar o Código Florestal sem emendas. A coisa degringolou na Câmara, onde a bancada (dos maus) ruralista tem maior força.
http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2012/04/26/planeta-nao-e-sustentavel-sem-controle-do-consumo-e-populacao--diz-relatorio.htm
ResponderExcluirMeu caro Virgílio, tu deves ter ouvido isto de mim desde que nos conhecemos. Não adiantam mais esses estudos para concluir o óbvio. O futuro do ser humano é morar em cidades contidas em enormes bolhas de oxigênio, que pagaremos com mais um imposto. Algo assim como ISRP (Imposto Sobre Respiração Presumida)e a qualidade do oxigênio será diretamente proporcional ao valor que você pode pagar a mais daquilo que o Estado irá oferecer.
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