As gráficas brasileiras estão perdendo as cotações de preços para produzir os livros didáticos nacionais, o que representa 24,4% do faturamento do setor.
As editoras fazem 70% das suas encomendas à China, Índia, Coreia do Sul, Colômbia e Chile, nesta ordem. O motivo é o tal custo Brasil. Culpa-se, também, a valorização do real frente ao dólar.
> Evasão de R$ 4,5 bilhões
Esta exportação de capital e importação de serviços é um nó górdio que a indústria nacional e o governo precisam desatar: são R$ 4,5 bilhões por ano que deixam de gerar empregos no Brasil e passam a ter sensível repercussão nos pratos da balança comercial.
> Reforma tributária
Como para o segundo argumento (valorização do real) o Brasil não possui margem de manobra externa, apenas sintonia interna para manter a moeda dentro de uma margem cada vez mais estreita, o jeito é de um lado a indústria gráfica investir na modernização do parque e de outro lado a República ter coragem de proceder a tão reclamada reforma tributária.
Fora isto, ninguém pode ser mentecapto a ponto de achar que as editoras, ou quaisquer outras que se vejam em conjuntura similar, vão pagar mais caro só por nacionalismo.
> Modernização do parque gráfico
Mas convenhamos: quando trazer mercadoria do outro lado do mundo, com fretes, aduanas e toda uma cadeia de importação, entregar no prazo e ainda ter lucros, é mais barato que encomendar na porta ao lado, é sinal de que a questão não só está no custo Brasil ou no câmbio.
O industrial brasileiro tem que parar de pensar que ainda existe reserva de mercado e acordar para o século 21, pois o 20 nós já perdemos.
Pior é que não mais nos cabe pegar o bonde andado: temos que subir no trem bala em velocidade de cruzeiro.
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ResponderExcluir"Como para o segundo argumento (valorização do real) o Brasil não possui margem de manobra externa, apenas sintonia interna para manter a moeda dentro de uma margem cada vez mais estreita, o jeito é, de um lado(,) a indústria gráfica investir na modernização do parque e(,) de outro lado(,) a República ter coragem de proceder a tão reclamada reforma tributária."
Bom, agora sobre o post.
Interessante análise, Deputado. Concordo plenamente. Acho, também, que o industrial brasileiro as vezes perde a noção (aliás, quase sempre) na hora de colocar-se no mercado. Os preços no Brasil são absurdos em todos os setores da economia. Todo mundo sabe que a carga tributária, aqui, é coisa de outro mundo. Porém, o lucro almejado pelo industrial é absurdo também.
O que falar em relação ao setor de veículos? Um Honda City, fabricado em Sumaré, vai para o méxico via porto de santos e é vendido para o consumidor final por algo em torno de vinte e sete mil reais. Não posso crer que tenha tanto imposto no Brasil a ponto de que a diferença de valor de um veículo fabricado aqui e vendido no México pelo valor citado seja de trinta mil reais. Ou então tenho que imaginar que o governo do México subsidia o valor dos carros para o consumidor final, tal qual faz nossos irmãos venezuelanos em relação a gasolina.
O Brasil é quem na verdade subsidia o valor. Nós, consumidores, subsidiamos o valor para os consumidores mexicanos. Isso é um absurdo.
Outro exemplo: Uma camisa da Tommy Hilfiger, que eu compro aqui por 350 reais, nos EUA custa 35 dólares. Mesmo que coloquemos 100% de imposto em cima do valor, e não acredito que seja isso, ainda estaremos, nessa situação, dando um lucro de R$ 226,80 para o logista importador da camisa. E esses 35 dolares que citei é o preço pago em uma loja mesmo da Tommy em NY (falo porque comprei recentemente camisas dessa marca lá), o que não seria o preço pago pelo lojista, que provavelmente compra em larga escala e direto da fábrica da marca.
Bom, o que quero dizer é que não é só a carga tributária, que até os postes dessa terra sabem que é estúpida, que eleva tanto os preços dos produtos no Brasil.
grande abraço
Obrigado. Por favor, verifique se retirei as vírgulas corretamente (estou ficando sem fôlego, pois eu uso as vírgulas para marcar a respiração quando leio o texto).
ExcluirA questão tributária tem o maior peso específico na composição do custo Brasil. Não se trata somente do imposto sobre o objeto elaborado, mas também sobre a folha de pagamentos (os encargos sobre a folha significam outra folha). A logística brasileira também é péssima. Outro componente é a escala: enquanto os EUA, ou a China, vendem 10 camisas o Brasil vende 1.
Isto tudo entra na composição do preço final, mais o lucro do empresário, que por não contar com uma escala que lhe autorize fluxo, pesa a mão no sobre preço para maximizar os lucros.
Entendo.
ResponderExcluirPorém, o Brasil vende uma camisa enquanto os EUA e China vendem 10 pelo preço absurdo que os bens atingem! Bom, essa situação dificilmente mudará. Enquanto isso, tenho que escutar da minha namorada que o carro de melhor custo benefício que ela encontrou foi o "novo pálio", que é um excelente carro e estava "mais barato" que o Gol. QUARENTA E UM MIL REAIS. Enquanto isso, na terra do tio sam, com 41 mil reais, podemos comprar um CAMARO. Não quero comparar os países, obviamente, mas tem alguma coisa errada ai!