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Reconstruir o presidencialismo de coalizão

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Nos países em que o bipartidarismo domina a cena política é possível governar sem buscar coalizão no espectro de representações alojadas no Poder Legislativo.

Onde o pluripartidarismo vingou, o governo precisa labutar uma coalizão que lhe permita satisfazer as matizes do Parlamento, onde precisa ter suporte.

A coalizão é boa à medida que elabora uma administração na qual estão representadas as diversas correntes sociais que depositaram votos nos diversos partidos. É inconsequente quando elaborada simplesmente para erigir maioria parlamentar.

O presidencialismo de coalizão praticado no Brasil não se queda à realidade esperada de um país que já se insere no cenário internacional como um agente ativo da história contemporânea.

O governo federal tem uma folha de pessoal de R$ 203 bilhões, que paga servidores imprescindíveis à estrutura orgânica da União.

Paga também 22 mil cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS). O perfil desta sigla que precisa ser reciclado: nomeações puramente políticas para exigências de caráter técnico devem ser evitadas. Nomeações somente para acomodar interesses políticos devem ser sepultadas.

A presidente Dilma Rousseff arredou pretensões puramente políticas na substituição de Mercadante no Ministério da Ciência e Tecnologia, ao nomear o físico Marco Antônio Raupp para o cargo.

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Com o nome de Graça Foster, técnica de comprovada competência na área, para substituir Gabriele na presidência da Petrobrás, a presidente coroa o funcionalismo de carreira (Foster é funcionária da Petrobras há 32 anos) e sinaliza que pode estar em andamento um salutar freio de arrumação na desacerto que tornou tento no presidencialismo de coalizão no Brasil.

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Ambos os cargos exigem expertise técnica que nem todos os partidos têm nos seus quadros para oferecer à República. Nestes casos, o direcionamento político dos órgãos poderá ser suprido pelo Gabinete Civil, que tem a incumbência de se relacionar com todo os espectro partidário.

Estes ventos que, desejaria que estivessem, de fato, soprando no Planalto Central do Brasil, é válido para os estados da federação e para os políticos em geral, inclusive eu.

Comentários

  1. Que coisa fofinha essa Graça Foster,como diria Michel Teló: Ai, ai, se eu te pego...Delícia, delícia. Assim você me mata.

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  2. O governo de Simão Jatene dará um largo e expressivo passo à elaboração e execução das políticas de governo, à simetria dos seus programas com os anseios populares e à convergência das forças políticas para possibilitar alcançar o desejado progresso futuro ao Estado, caso ignore as paixões partidárias e nomeie pra Casa Civil um político que inspire confiança pela sua respeitabilidade e gabaritado espírito de ação para imprimir e viabilizar os ideais do governo para a sociedade.

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  3. Professor de Bubuia24/01/2012, 12:01

    Deveria passar um furacão desses pela SEDUC, deputado. Ao 05:31, "Quem espera, sempre (al)cança"

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