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Controle remoto

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O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, em evento ontem em São Paulo, baixou o tom e resolveu massagear o ego da imprensa dando uma de coitadinho: "Eu faço parte de um governo que garantiu a liberdade de imprensa o tempo todo, mesmo apanhando muito", resmungou.

Esclareça-se ao ministro que a liberdade de imprensa no Brasil, pelo menos por enquanto, não é uma concessão do governo e sim uma garantia constitucional.

Martins repisou a “regulação dos meios”, só que esclarecendo o conceito: "Ao regular, você estará aumentando o que existe. Nós temos uma grande pulverização de grupos de comunicação no Brasil? É altamente concentrado. Não é bom para o País", explicou-se.

Neste estrito ponto o ministro tem razão, mas, ele ainda não deixou claro, e nem o esboço da regulação elucida, qual será o freio do governo caso ele queira usar a “regulação” para, a título de pulverizar o serviço de informação, não a controle ao seu prazer e conveniência.

O ministro defende a “produção regional independente”, mas não explica o que isto quer dizer e, em não explicando, pode-se pensar que a definição seja qualquer conveniência local de algum delegado não local.

Já que há esta intenção, que ela seja sincera e sem desejos escusos: o governo pode incentivar a produção local sem, necessariamente, vincular-se à ela, através de oferecimento de linhas de crédito para pequenos jornais, e concessão de emissoras de pequeno porte, como as rádios comunitárias, mas, com permissão comercial, para lhes dar sustentabilidade, como ocorre nos EUA.

Se isto for feito, a informação será efetivada com a diversidade e a independência que hoje é relativa.

A regulação nos moldes que o governo elabora, não passa de um controle remoto da informação nas mãos do Estado.

Comentários

  1. oi Parsifal,
    O meu comentário não tem relação com este assunto, mas gostaria de sua análise, para o que está acontecendo na minha cidade querida o rio de janeiro, penso eu, que está além dos atos terroristas, o fato extraordinário, que é o apoio da população as forças policiais, comente por favor.
    Abraços

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  2. Olá Virgilio,

    No final de semana falarei sobre o assunto.

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  3. A sociedade organizada pode sim controlar a imprensa,desde que de forma democrática e madura, pois o que somos obrigados a ver de lixo midiático é uma aberração. É por isso que, principalmente, a juventude tá violenta e violentada e o povo alienado de tanta porcaria que sao obrigados a assitir.
    Outra questao é que canais como o futura,tv escola (pertençe ao MEC), tv sesi, tv justiça, tv senado e camara deveriam ser veiculadas gratuitamente, mas só tem acesso que paga canais fechado.Isso tambem é uma afronta já que sao programações públicas, bancadas com o dinheiro público, mas ao contrário, dão lucro para as empresas de tv a cabo.
    Gostaria, Deputado, que vc levasse esse tema dos canais públicos ao plenário. Quem sabe não daria um bom debate.

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  4. Vou propor uma sessão especial, ano que vem, para discutir isto. De fato é algo que a sociedade, mas a sociedade mesmo, discuta o assunto.
    Cabe exatamente à sociedade controlar a imprensa, mas, não confundamos sociedade, com conselhos de imprensa como se quer fazer, pois todos sabemos como são constituidos estes "conselhos".

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