As luzes da cidade

luz

Andar por Belém é um delicioso exercício de franca temeridade: além da intranquilidade eventual por conta dos amigos do alheio, o transeunte se enviesa no espaço que resta na disputa com os ambulantes dos mais diversos ramos.

A displicência da prefeitura para com o problema tem sido contumaz: entra e sai inquilino do Lauro Sodré Antônio Lemos, sem jamais se viabilizar uma ação consequente para organizar o espaço urbano.

Se o cidadão tem um carro e a este chega incólume, precisa contemporizar a disputa de moedas pelos flanelinhas: há pontos em que se acumulam mais flanelinhas do que carros.

Nos sinais os mendigos serpenteiam entre os carros que param: há aqueles que se fazem às esmolas por moto e necessidade própria, mas, há também um sistema de agenciamento de mendigos em Belém, onde os desditados passam a ser explorados por agentes que lhes tomam a renda, dando-lhes apenas um percentual do que acumulam ao fim do dia.

Vez em quando se vendem medalhas bentas nas esquinas, como se foram indulgências preventivas: no sinal vermelho o vendedor as oferece, atestando que a mesma acaba de receber as bênçãos divinas através do Seu representante na Terra. Um dia eu deixei de comprar uma e fiquei com uma incomoda impressão de que Deus me castigaria.

Há também os malabaristas: outro dia eu apreciei uma luta de facões que, ao duelar, soltavam faíscas. Dei um real.

Há sinal que exaspera: estão juntos ali os pedintes, os vendedores e os malabaristas.

Para compor este psicodélico mosaico urbano estão os outdoors: não há cidade no mundo que possua mais placas do que Belém. Aqui tudo se anuncia em outdoors, desde quem passou no vestibular em primeiro lugar, até enterro e missa de sétimo dia.

Comentários

  1. Perfeito o sue comentário sobre o Prefeito. Só uma correção: entra e sai do Palácio Antonio Lemos e não Lauro Sodré. A não ser que os prefeitos ainda fossem nomeados pelos governadores, como aconteceu em um determinado tempo, mas que não é o caso agora com a eleição pelo voto popular. Que, convenhamos, tem todo direito de votar em quem quiser; mas errar por duas vezes me parece que foi por demais. Mas o castigo, contra quem engana tanto o povo, tenho certeza, não tarda por esperar.

    ResponderExcluir
  2. De fato, caríssimo Parsifal, andar em Belém, seja a pé ou de carro, é uma espécie de malabarismo ( sem querer concorrer com os malabaristas que ficam nos sinais que, aliás, alguns chegam a me amedrontar ao utilizar aqueles facões...). De carro, temos que dirigir por nós mesmos, pelos pedestres, pelos ciclistas e pelos motoqueiros. Ah, e pelos outros motoristas também. Há dias em que chegar em casa sem ter esbravejado contra algum desprevenido ou displicente no trânsito ou na rua, significa um pontinho no céu. Confesso que tento. Nem sempre consigo.
    Oxalá algum representante que se diz do povo consiga minimizar essa loucura que tem se transformado a cidade de Belém...

    ResponderExcluir
  3. Palácio Antônio Lemos.

    ResponderExcluir
  4. Lauro Sodré é apenas museu, deputado. O Almir Gabriel tinha medo que o caxilho da porta caísse sobre sua cabeça, preferiu transferir a sede administrativa para Ananindeua.

    Quem [ainda] é administrativo é o palácio Antônio Lemos, personagem histórico ao qual a capital paraense infelizmente não presta o suficiente de homenagens: homem que implementou a infraestrutura urbana básica até o Bosque Rodrigues Alves, em uma cidade que mau chegava a São Brás.

    Graças à visão futurística de Antônio Lemos que hoje, por exemplo, o bairro do Marco é o titular de uma das melhores - se não "a melhor" - qualidades de vida de Belém.

    Antônio Lemos fez incomparavelmente mais obras e trouxe mais progresso e benefício que Magalhães Barata, apesar de ter seu poder restrito a um único município.

    Mas o ditador baixinho soube usar-se dos instrumentos de mídia, sensação e convencimento, i. é., não precisa ser bom: tem que parecer ser bom. É a abismal diferença existente entre Lemos e Barata - respectivamente.

    Precisamos de um novo Antônio Lemos para ajeitar nossa cidade!

    ResponderExcluir
  5. Você tem razão. Eu troquei de palácio, e queria me referir ao Palacete Municipal Antônio Lemos mesmo. Muito obrigado: já está devidamente corrigido.

    ResponderExcluir
  6. Deputado,
    Ainda por cima, os flanelinhas querem regularizar a profissão (!?). Ou seja, nós seremos obrigados a pagar pra que eles "reparem" nossos carros, que ficam estacionados onde? Na via pú-bli-ca! É a privatização do meio-fio em benefício de alguns indivíduos, a quem eu já costumo chamar de "donos da rua". Se eu perdi alguma coisa, alguém me diga.

    ResponderExcluir
  7. Todo prefeito de Belém se sente Governador do Estado e esquece que é prefeito. A população de Belém não sabe o que é ter um prefeito na cidade. Prefeito tem que andar nas ruas; conversar com as pessoas; visitar os hospitais e PSM; feiras e mercados; cuidar dos cemitérios; andar de ônibus para avaliar se o sistema funciona; cuidar do saneamento: água, esgoto, lixo e drenagem; receber em audiência os populares; correr atrás de recursos para obras; tirar as crianças das ruas; olhar pelos mendigos e moradores de rua; tratar com mais respeito e dignidade os país de família que trabalham como camelô; frequentar igreja; ir a uma banca tomar tacacá; zelar pelas nossas praças; fazer cumprir o codigo de postura; morar em Belém, etc.

    Isso tudo Antonio Lemos fazia por isso é considerado o melhor Prefeito de Belém.

    A população de Belém não sabe o que é ter um prefeito na cidade. Peça uma audiência ao Duciomar para saber se ele lhe recebe. Fique de plantão em frente ao PSM para vê-lo entrar no prédio. Pergunte ao zelador do Santa Isabel quanto tempo faz que um prefeito passou por lá. Qual foi o último prefeito que andou de ônibus pelo menos para dar um rolê na cidade e sentir os problemas de transporte da nossa gente?
    Vá à feira da Predreira e pergunte aos feirantes qual foi a última vez que o prefeito de Belém passou por lá e aproveitanto a viagem vá até ao posto médico que fica em frente e faça a mesma pergunta.

    A população de Belém não sabe o que é ter um prefeito na cidade porque prefeito de Belém pensa que é Governador do Estado.

    O Said Xerfan se aproximou desse modelo e teve maior sucesso. Eu pagava meu IPTU com maior gosto e antecipadamente. Renunciou ao cargo de prefeito para se candidatar ao de governador. Perdeu a eleição por 3.600 votos. Edimilson Rodrigues poderia ser um nome mas é muito radical, violento e partidário.

    Dos nomes postos para disputa em 2012 nenhum tem esse perfil.

    Vamos buscar um nome no interior para se candidatar em Belém. Pode ser do Engº Tião Miranda, de Marabá; do Adnan Demachki, de Paragominas; do Hélio Leite, de Castanhal; do Pioneiro, de Ananindeua; de Parsifal Pontes, de Tucurui; de Marlene Vasconcelos, de Vigia; de David Passos, de Xinguara; de Argemiro Diniz, de Oriximiná; Lira Maia, de Santarém. Esses nomes dão de 10 a zero nesses prefeitos de Belém. Esses todos, o povo corre para abraçar.

    Quem elege prefeito de Belém é o eleitor que veio do interior e vive na periferia da cidade.

    A população de Belém quer um prefeito que seja prefeito, administrador da cidade, viva os problemas da cidade, conviva com o povo, abrace o povo, despache na rua, e faça Belém progredir.

    Vamos buscar um prefeito do interior para ser nosso prefeito em Belém. Belém merece ter um excelente prefeito.

    ResponderExcluir
  8. Parsifal
    Com um prefeitinho chifrim e ladrão; expert em esquemas e propinodutos; que primeiro intriduziu em Belém o transporte coletivo clandestino com vários ônibus de sua propriedade (lembram leitores?); mentiroso, ausente e acobertador de corruptos em seu (des)governo; com uma Câmara Municipal comprometida até o cabêlo dos seus membros eleitos com esse prefeito pilantra como eles; com um MPE inoperante; um povinho sem identidade infiltrado e afrontando os Belemenses natos, emporcaljando os canais, tomando de assalto as ruas, calçadas e etc impunemente, voce esperava o quê mesmo Parsifal? Numa cidade problemática e de invasões estimuladas por vereadores de toda a espécie, com seus canais intocados em termos de limpesa, desobstrução e drenagem, inundando a Pariquís e adjacências há dezenas de anos e nenhuma autoridade chama à fala o Prefeito sobre isso, só mesmo com uma revolta civil, para causar um impácto muito grande e acordar as autoridades constituídas para cobrar agora, já, ontem, nada além do que é dever e obrigação de Duciomar Costa - cuidar imediatamente de todos esses problemas e vir a público mostrando sua cara de "rato de esgôto", condenando-o por todos esses descalabros, incluindo esses pequeninos aí que voce mencionou, muito pequenos diante do lixo acumulado, obras que jamais são concluídas, e o claro desvio do dinheiro público como jamais visto na administração municipal de Belém. Essa é a Belém de Duciomar Costa, o catador de capinzinhos dos canteiros da Av. Duque de Caxias e mais nada!

    ResponderExcluir
  9. Gente.
    Belém está mergulhada no caos total, por ausência da sua Prefeitura em todos os setores! A coisa tá assumindo proporções insuportáveis para a população. A chuvinha de pouco mais de 1 hora que caiu a pouco, fez transbordar a maioria dos canais urbanos devido a não coleta de lixo e a falta de limpeza, alargamento e drenagem. Jatene tá para assumir novamente o governo do Estado (Graças à Deus), e não se fala mais nos tratores, caçambas e dragas que ainda governador entregou à Duciomar Costa já prefeito e que até hoje ninguém sabe e ninguém viu, cujos equipamentos, eram especificamente destinados à manutenção das obras de macrodrenagem que o governo do Estado promoveu nesses canais. Esse prefeito tá roubando tudo, 100% do dinheiro público, pois não concluiu nada que começa. É preciso chamar as empreiteiras contratadas para saver-se o que está acontecendo com as obras do Portal que não sai nunca, para saber sobre as obrinhas vagabundas da Marquês que mesmo vagabundas não terminam nunca; sobre as obras vagabundérrimas da Av. 25 de Setembro que não terminam nunca; e para saber desse prefeito fuínha, se a prefeitura vai ou não vai botar ordem na nossa Capital querida, no trânsito caótico com kombis velhas alternativas estacionadas e atravancando o trânsito ali no centro nervoso do Comércio, Icoarací, Outeiro e etc. Enfim, chamar a Câmara Municipal, Vereador por Vereador, para perguntar a cada um, o por quê de ainda não terem votado o impeachmente desse Alcaide pilantra e ausente de suas responsabilidades e cuja gestão desqualificada continua matando pessoas nas portas dos HPS's por omissão de socorro? Será que isso vai durar até o fim do mandato? A população da Pariquis com Dr. Morais e adjacências,das margens do canal do barreiro, do galo e outros, vai morrer afogada na lama. Não dá para esperar mais! SOCORRO MINISTÉRIO PÚBLICO, JUSTIÇA, SOCORRO!

    ResponderExcluir
  10. VOLTA EDMILSON, PELO AMOR DE CRISTO!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Popular Posts

Mateus, primeiro os teus

Ninho de galáxias

O HIV em ação