No “Salão do Automóvel”, hoje em São Paulo, o presidente Lula foi interrogado sobre a recomendação de Sua Santidade aos bispos brasileiros, para que ao condenarem a descriminalização do aborto e da eutanásia, lembrem aos cidadãos "o direito, que é também um dever, de usar livremente o voto para a promoção do bem comum.".
Lula respondeu irritado com a contumácia do assunto: "Eu não vi nenhuma novidade na declaração do Papa. Esse é o comportamento da Igreja Católica desde que ela existe. Isso pode ser falado a qualquer momento, ontem, hoje, amanhã, depois de amanhã. Toda vez que você perguntar ao papa sobre a questão do aborto, ele vai dizer exatamente o que disse ontem."
Perguntaram se Lula achava que as declarações do pontífice poderiam interferir no processo eleitoral. Ele arrematou: "Cada um vota de acordo com a sua consciência. Esse País é um país democrático e laico, portanto as pessoas se manifestam do jeito que quiserem. A liberdade é boa por isso, a gente se manifesta, ganha ou perde, pode pagar um preço pelos erros que cometeu".
Não tenho reparos à fala de Lula, principalmente na parte que tange ao arremate.
Tem sido assim a minha vida politica desde que, em tenra idade, em Tucuruí, eu morcegava palanque eleitoral.
Gozei vitórias e lhes colhi os frutos. Curti derrotas e lhes pago - até hoje – o preço, que nada mais é do que o custo dos meus erros, mas, mesmo na época da ditadura militar, manifestei o meu pensamento em alto tom, o que me custou, inclusive, em pleno regime de exceção, uma coça no pé do ouvido e uma viagem amarrado em um caminhão do exercito.
Não me arrependo de nada e, como cantou o Gonzaguinha:
“Começaria tudo outra vez
Se preciso fosse, meu amor
A chama em meu peito
Ainda queima, saiba!
Nada foi em vão...”
Viva a democracia!
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