A ética da política não é a mesma ética da vida pessoal: na vida pessoal espera-se que o indivíduo aja de acordo com o que Weber chamou de ética da convicção, ou seja, a ética dos princípios morais aceitos em cada sociedade; na política prevalece a ética da responsabilidade.
A ética da responsabilidade considera as consequências das decisões políticas, pois há ocasiões em que o político é obrigado a tomar decisões que envolvem meios não muito nobres para alcançar objetivos públicos.
A ética da responsabilidade foi a forma que Weber encontrou para mitigar o princípio de Maquiavel de que os fins justificam os meios.
Weber estabeleceu uma gradação no principio clássico do florentino: o político é tanto mais republicano quanto menos meios condenáveis usa para alcançar os fins democráticos aos quais se propõe.
A escala da ética da responsabilidade vai, de forma decrescente, desde a mais absoluta moralidade republicana, passando por relativas justificativas de meios não tão éticos empregados para consumar finalidades que visem o bem comum, chegando ao menor grau quando os meios empregados são absolutamente condenáveis e os fins, mesmo que visem o bem comum, na verdade não passam de objeto de manutenção de poder individual ou de grupos.
É com esta escala que o cidadão deve analisar os políticos e seus feitos na hora de emprestar-lhes representatividade com o voto.
É necessário que se analisem todos os atos do político, suas consequências, o que eles visaram e quais os meios utilizados para os fins alcançados.
Ao final, veremos se os fins serviram mais ao próprio político que o praticou ou teve peso especifico maior à coletividade.
Vamos a um exemplo pratico:
A governadora Ana Júlia, através do Comando da Policia Militar, desrespeitando a lei de licitações públicas, fez adesão a uma ata de preços do Estado de Goiás e, com um contrato de R$ 20 milhões, alugou de uma construtora, 450 veículos Fiat Palio.
Os veículos, segundo todos os especialistas em segurança pública, não são adequados à finalidade proposta, que é o policiamento ostensivo em cinco cidades do Estado.
A Polícia Militar não tem policiais motoristas suficientes, cerca de 1500, para conduzir os veículos na atividade proposta, portanto, mesmo que os carros fossem adequados, a prestação dos serviços está prejudicada.
Vemos ai, portanto, um prejuízo total dos fins e uma obscuridade absoluta dos meios, que só foram trazidos à luz por um atento observador do Diário Oficial do Estado.
Como toda a pantomima está sendo feita em época eleitoral, deduz-se que o circo não passa de evento de campanha: uma espécie de propaganda eleitoral enviesada em prestação de serviços de segurança publica falaciosa.
A finalidade desta ação, portanto, é angariar votos, ou seja, só serve à candidata Ana Júlia, que, pela escala de Weber, alcançou o nível mais baixo de irresponsabilidade ética com a ação.
Prezado Deputado! Os Petistas falam que houve um grande crescimento do povo brasileiro que está lendo melhor, pena que le e não aprendeu a escrever direito! O que sei é que o PT é motivo de vergonha nacional. Um partido que foi modelo e exemplo de luta contra o militarismo, pelo combate a corrupção perdeu a chance de mostrar ser um partido ético no governo Lula. Já no início do mandato, pessoas chaves do partido aparecem envolvidas em escândalos, muitos exercendo cargos ministeriais como o José Dirceu e o Palocchi, estando debaixo da autoridade do presidente. Diante de tantos escândalos, o presidente se fez de cego, surdo e mudo. Se ele e seu partido fosse aquilo que sempre defendeu, faria que a verdade viesse à tona, mesmo que doesse sua própria carne. Isso seria prova da integridade e moral daquele em quem eu votei. Mas não. Jogou-se a sujeira debaixo do tapete. Falar que o Brasil está melhor. Fala sério! Está bom prá gente mal-informada. Olha a criminalidade tomando conta do Rio de Janeiro e nas grandes metrópoles do país. Olha a corrupção na polícia, na política…Enquanto houver pessoas morrendo de fome no país, um governo inchado que é cabide de emprego, vista grossa do presidente para atos de corrupção dentro do seu mandato, etc…nós continuaremos na mesma: um país que cresce aos olhos do mundo e da gente simples que acredita em tudo que ouve mas que não passe de um país subdesenvolvido de terceiro mundo com subemprego, subeducação, subcondições de saúde…
ResponderExcluirParsifal necessita verificar também a parte formal, pois não basta a empresa (construtora)aceitar a adesão solicitada pelo do Estado do Pará, há que ter a anuência do Estado de Goiás (não se sabe qual Secretaria)e essa anuência só pode ser dada se existir disponibilidade de veículos, ou seja, tem que verificar quantos veículos constam de tal registro e quantos foram contratados pelo Estado de Goiás. Ou se o registro realizado naquele Estado foi apenas de fachada, somente para possibilitar essa adesão pelo Pará sem chamar a atenção. E o orçamento foi suplementado? de onde? e os contratos de locação que existem em vigor aqui no Estado e que segundo informações estão com o pagamento em atrazo?
ResponderExcluirEm se tratando de um governo do PT,em que,nunca na história política deste estado,houve um governo tão descaradamente corrupto com este,é óbvio deputado,que pelo ao menos 10% desta fatura irá para a campanha milionária da futura ex-governadora.
ResponderExcluirAbs,
Gilberto Rodrigues
Enquanto a polícia anda de Palio os "cumpanheiros" só desfilam de carrões...
ResponderExcluirCara, mesmo que essa turma do pt se interne num spa até as eleições, esta de 2010 já está perdida....Quanto escândalo, minha mãe.....
ResponderExcluirO cidadão que é íntegro em sua vida privada o será também na vida pública, na vida profissional ou em qualquer outra área.
ResponderExcluirSe não é ladrão como cidadão não o será como político.
Quais seriam, por exemplo, as situações em que o político é obrigado a tomar decisões não muito nobres? Fora é claro em momentos extremos, como na guerra em defesa de seu país.
A corrupção, por exemplo, qual seria o motivo que obrigaria o político a desviar dinheiro público, além é claro do desejo de beneficiar grupos e engordar a sua conta bancária?
Ladrão é ladrão, corrupto é corrupto não importa quantos tipos de moral se criem para justificar o roubo.
A matéria é mais sugestiva e laudativa que se possa imaginar.
ResponderExcluirOs post's seguintes estão em restrita obediência ao propósito da matéria - evidenciar alguns filiados ao PT.
Contudo, as traquinagens desse ou daquele político, de hoje ou ontem devem, pela manutenção ao cume da escala alhures, ser apuradas e denunciadas - doa a quem doer. Sejam parlamentares, prefeitos, governadores...contemporâneos e aqueles passados.
Que bom seria se o TCE e o TCM fossem realmente auxiliares justos e costumeiramente eficazes. Bastaria, fosse primaz a minoria dos serventuários honestos destas cortes.
O que se tem guardado, muito bem guardado, nos arquivos destes Tribunais, relativo a gestões passadas, condenam à inelegibilidade "bons moços" para tantas quantas forem suas encarnações.
A tese que autoriza "meios não tão éticos" pela consciência relativizada, mesmo com o fim do bem comum, se faz tanto inconveniente e vil quanto os "meios absolutamente condenáveis". Nivelar por baixo pode? Não seria o mesmo que dizer "eu não presto, mas sou a opção menos pior"?
Orientaria ao cidadão, com boas perspectivas de sucesso do voto, saber quem é o candidato. Assim, ajudaria muito se entre tantas certidões de aptidão, fossem os aspirantes a cargo eletivo, obrigados a apresentar as emitidas pelo TCE e o TCM.
...já que a questão é eleitoral. Né mermo?!
Vereador Tom Bonfim - PT/Tucuruí
Deputado, será que a governadora acha que o Povo é Burro. como ela explica o Patrimonio que ela apresentou junto ao TRE. ela não possui, casa, Carro e pouquinho dinheiro na conta Corrente e um absurdo a declaração das duas poupanças. como ela com os cargos que já ocupou e sendo funcionária do Banco do Brasil, não soube administrar o seu dinheiro. imagine ela pra administrar o dinheiro do povo.
ResponderExcluirgostaria que os Partidos politicos fissem essa pergunta pro povo do Pará. Um Abraço de um Eleitor seu.
S mesmo Carlos Santos se iguala este goerno incompetente e corrúpto. Ha sim... o inimigo do povo faz parte da colgação da Ana jùlia, êle e o Senfé. Que turma! So Deus por nós.
ResponderExcluirMeu "inexorável" amigo.
ResponderExcluirA cada artigo seu, me convenço ainda mais de sua qualidades,de que vc é um político dos mais bem preparados que o Pará possui. Não tenho dúvida de que vc alçará vôos mais altos no nosso Estado, (quiçá nesta República) pobre de homens lúcidos, coerentes, éticos, experientes, determinados e preparados intelectualmente, apto à assumir as mais altas funções públicas, qualidades que vc demonstrou ter ao longo de sua vida e mais recentemente como deputado e lider do PMDB. Os que lhe criticam, não o conhecem o suficiente muito menos o seu trabalho, e, como "papagaios", repetem o que ouvem por aí. Estamos com voce amigo e como diria um amigo comum nosso, voce é a prova de tudo - voce é "inoxidável". Avante! Um grande abraço.
O Pará está retrocedendo no tempo, quando eu éra menino tinha fusca na polícia, éra a baratinha Rádio Patrulha. Esse é o governo mais incompetente que eu já vi, culpa do PMDB.
ResponderExcluirÉ muito importante que o eleitor paraense tome conhecimento de todos os descasos que vem praticando o governo de Ana Júlia, e que todos nós que temos acesso aos detalhes de todos esses acontecimentos, tenhamos a responsabilidade de passarmos adiante ao maior número de pessoas possíveis, pois assim elas terão condições de votar em candidatos com mais preparo e respeito pelo nosso Estado.
ResponderExcluirNobre deputado,
ResponderExcluirCom todo o respeito que lhe devoto, seu comentário merece reparos: a ética na política não se vincula necessariamente à soma de resultados esperados ou perseguidos. Caberia, antes, perguntar-nos o que é política para nós: política é o exercício da dominação sobre os demais, como muitos teóricos sugeriram desde Thomas Hobbes a Nicolau Maquiavel (passando, é claro, pelo velho Karl Marx)? É o exercício da participação política ativa, como defendeu Jean-Jacques Rousseau? Ou é o exercício da liberdade positiva entre iguais, como fizeram os gregos na antiga ágora e como defendeu Hannah Arendt?
Penso que devemos, em primeiro lugar, responder à esta questão substantiva: o que é política para nós?
Só depois de definirmos o que seja política é que poderemos dizer que ética vai reger nossas ações.
As definições são tantas quantos são os conceitos. Eu advogo a realidade de Maquiavel e a gradação de Weber: não há nada mais real que isto. Os conceitos ideais não caberiam na postagem, por não se tratar a mesma do assunto.
ResponderExcluirEu quis apenas, usando a gradação weberiana da ética da responsabilidade, aceita amplamente no mundo inteiro para julgar crimes de responsabiidade politica, demonstrar, na real politik, onde chegou este governo.
Obrigado Valente. Um abraço.
ResponderExcluirOlá Tom,
ResponderExcluirA postagem não discute o que é certo ou errado e sim o que é real. E o real é que o governo atual se presta, todos os dias, a fazer pior do que todos aqueles que condenou antes.
O nivelamento ao chão está sendo feito exatamente com estas atitudes, que o governo pratica agora na busca desesperada de votos, o que resulta exatamente na opção do menos pior.
Eu não mais acredito que em Ana Júlia continuando no poder, será bom para o Pará: eu não me desencantei com o PT, mas com Ana Júlia e sua equipe.
Quando ao TCM e TCE, o MPE consulta as listas pelos órgãos emitidas: estas são as certidões. E quem diz se um político está inelegível ou não é a Justiça Eleitoral e não os tribunais de contas.
Eu mesmo, na eleição de 2006, fui impugnado pelo MPE por conta rejeitada no TCE e provei, na Justiça, que a rejeição não era insanável e por isto não gerava inelegibilidade. Assim o é a conta que você capciosamente se refere, já sanada.
Concordo quanto a sérios equívocos dos tribunais de contas, principalmente na forma como são compostos: pura política. O que, aliás, o PT poderia ter mudado, e, também, não mudou, ao contrário, resolveu prosseguir com o que há de pior na prática.
Enfim: quem se propôs a fazer diferente acabou ratificando as piores similaridades.
Olá Zeca,
ResponderExcluirA postagem não trata do que é certo ou errado. Ela trata exatamente do menos e do mais errado, que é a gradação de Weber para, se contrapondo a famigerada realidade de Maquiavel em sua doutrina de meios e fins.
Não se trata de corrupção, pois a corrupção não é uma questão filosófica e sim criminal. Você tem razão: corrupto é corrupto e ponto final.
Mas, o político se vê, todos os dias, mais de uma vez, às voltas com questões a serem dirimidas que, com a sua prerrogativa discricionária, deverá decidir considerando dezenas de alternativas e conseqüências.
Muita vez, ao seu juízo, a alternativa escolhida fere alguma norma legal, pois que se a mesma fosse acolhida a decisão poderia não ter a eficácia requerida.
Se a finalidade é legitima e o meio não anula a sua legitimidade, é preciso que o julgador considere a gradação da culpa: decisões equivocadas não podem ser confundidas com corrupção e se não há dolo no ato, este não pode ser considerado crime.
Aí está a diferença entre a ética pessoal e a ética da responsabilidade política, que não deve ser interpretada da forma tão cartesiana que você sugere, ou, todos estariam no cadafalso, sem gradação alguma.
O Ministério Público Estadual irá pedir diligência da AGE quanto ao contrato em tela. Pura perda de tempo: o Diário Oficial do Estado já publicou que João Cunha, irmão de Paulo Cunha, assessor para assuntos aleatórios de Ana Júlia, foi emplacado como auditor adjunto. João Cunha joga no mesmo time do André Farias e não tem competência para o cargo, além de ser um verdadeiro cavalo com os auditores da AGE, que aliás estão de braços cruzados, já que a ordem é não fazer nada até as eleições. A AGE está de férias coletivas.
ResponderExcluirA estratégia da Ana Julia é idêntica à do Duciomar em 2008.O prefeito enganou o eleitor com uma rápida blitz asfáltica para encobrir a sua péssima administração.Agora a governadora tenta emplacar a reeleição com os carrinhos de brinquedo da PM, para na propaganda eleitoral,falar que está tratando da segurança publica.
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