Pular para o conteúdo principal

Bastardos inglórios

brad

O coordenador da campanha da recandidata Ana Júlia ao governo do Pará denunciou um crime de coação nesta segunda-feira.

Os autores do crime são dois sujeitos objetivamente indeterminados mas de sintaxe coletiva: a oposição e a imprensa.

As vitimas do crime são sujeitos determinados, embora de morfologia duvidosamente analítica: os partidos que compõem a base aliada do governo.

A oposição e a imprensa, segundo declaração de André Farias, coagiram a base aliada a dizer que há uma crise na coligação de 14 partidos que escora a candidatura oficial.

Então, o deputado Giovanni Queiroz foi adredemente obrigado, pela imprensa e pela oposição, a dizer que estava considerando pular fora da canoa petista: isto seria trágico se cômico não fosse.

Mas, estas falsas crises maquiavelicamente inventadas pelos secadores da pacifica coligação, pelo menos têm o condão de revelar uma triste realidade política, da qual, todos nós somos protagonistas: não se unem partidos por uma causa e sim por um caso.

Os casos são traduzidos em cargos: parte-se e reparte-se o governo muito antes de se ter cozido a massa. Às favas os projetos de Estado: interessa às tribos o tamanho do escalpo.

É um fato que nunca na história do Pará se viu tamanha desfaçatez na composição de uma coligação. Houve desde compra de apoio disfarçado de pagamento de dívida, até venda de simonias a quem se permitisse depositar alguns votos na trinca.

O DEM, o PP, o PMDB agirem de forma tão fisiológico patrimonialista, talvez não causasse espécie, mas, o PT, que se dizia o guardião da ética nacional, jogar a partida cometendo uma falta a cada passe, é a mais perfeita tradução de que falso mesmo era o discurso que adotava antes de saborear o poder.

Que cuide o coordenador da campanha de Ana Júlia de entregar quantas almas tenha vendido nesta negociata abaçanada, e ainda passar o devido troco, ou a coligação vai continuar tendo falsas crises e a imprensa vai continuar obrigando os signatários do pacto a dar declarações indevidas.

Comentários

  1. Deputado,


    A cada dia fico mais sei fã.

    Seus posts são como golpes de gilete.

    Suas palavras são as traduções dos meus pensamentos.

    Esses petistas como dizia minha finada vó: só querem ser o que a folhinha não marca.


    rsrsrrs


    Abração.

    ResponderExcluir
  2. Não fale mal do PMDB, deputado!

    ResponderExcluir
  3. Não falo mal. Apenas exemplifiquei.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.