É pedra de responsa

Desde o lançamento da pré-candidatura de Domingos Juvenil pelo PMDB, diversas análises têm surgido. Elas vão das estapafúrdias teorias da conspiração até a tentativa de desqualificação do candidato.

 

É tão reducionista o eixo dos fundamentos que tenho lido que só prestam a enredos de Ridley Scott: como já são conhecidos não os repisarei, afinal, todos os analistas têm o direito de imaginar tudo o que couber nas férteis mentes que possuem.

 

Aqueles que julgavam o céu já sem nuvens e insistem em não perceber os nimbos, não tiram a natureza do fato: o PMDB decidiu lançar candidato próprio, não fez acordo com o governo para tal, não pretende dar meia volta a volver na decisão e, definitivamente, guinou a eleição de governador para o segundo turno.

 

O PMDB decidiu sair do papel de coadjuvante, confia na sua musculatura orgânica, acode-se na tenacidade da inconteste liderança de Jader Barbalho para conduzir o processo, conclamará sua base a marchar junta na empreitada, não fará concessões à fidelidade partidária legalmente protegida, e com isto pretende levar o seu candidato à vitória.

 

Quem imagina que o presidente do Poder Legislativo, cujas prerrogativas institucionais não são menores que a de um governador de Estado, far-se-ia a uma campanha com espírito puramente olímpico, ou serviria a acordos que lhe derrubassem a cabeça de cima do pescoço, deve imaginar que os maias fizeram mesmo um calendário que assinala o fim do mundo em dezembro de 2012.

 

O PMDB reagiu a um prognostico de predação eleitoral que fatalmente ocorreria caso se coligasse com o PT.

 

Feita a coligação, dar-se-ia como certa a reeleição da governadora e esta não teria condição, como não tem hoje, de conter as garras dos seus proporcionais, que, turbinados pela perspectiva de poder por mais quatro anos, lançar-se-iam contra as hostes peemedebistas como gafanhotos em milharal: sobrariam as espigas debulhadas.

 

Correríamos o risco de subtração de assentos e diminuição de espaço político estratégico, o que dificultaria ainda mais o raio de manobra institucional, frente a um governo que, caso reeleito, tende a ser muito mais insidioso com os acordos do que é agora.

 

Com o atual quadro, o PMDB transformará a sua pujança em uma significativa bancada de deputados estaduais e federais e arrebatará uma das vagas do senado, estocando musculatura para conduzir o seu candidato que já estará no segundo turno.

 

Portanto, a candidatura própria do PMDB é uma prospecção afirmativa da autoridade e da identidade partidária e o partido jamais pretendeu fazer disto uma barganha: perderá quem apostar que há um blefe.

 

Quem quiser gritar que grite e quem tiver apito, apite: o PMDB não retrocederá na decisão e avançará com ela resoluto.

 

Qualquer outra interpretação é leviana, ingênua, ou despeitada. Pode-se, à guisa de refutar estes adjetivos, dizer que quem ainda não entendeu o tamanho e a seriedade da decisão, não conhece o jogo político quando ele é para valer.

 

Conclamo aqueles que sempre desejaram uma opção entre o PT e o PSDB, a considerarem a candidatura do PMDB como a alternativa desejada.

 

Os peemedebistas sabem que não devem duvidar jamais da capacidade de aglutinação de Jader Barbalho: os tambores já rufam e a marcha já se faz.

 

Aos adversários, que criticam a decisão tomada, que façam o seu papel de azucrinar.

 

Aliás, como diz o próprio deputado Jader Barbalho: "eu fico muito preocupado quando os adversários me elogiam, pois é sinal que estou fazendo alguma coisa errada".

 

Como os adversários estão azucrinando é sinal que agimos certo.

 

Ao cabo peço vênia ao Zeca Baleiro para dizer que a candidatura de Domingos Juvenil é como aquele forró da “molesta”: é pedra de responsa, vamos vencer a eleição nem que seja montados na onça.

 

 

Que nos sigam os bons!!