Não é a primeira vez que colhidos documentos sigilosos de empresas, acham-se nos rabiscos das mesmas referências a doações, legais ou ilegais, a políticos de todos os partidos.
O exemplo mais recente, pela flagrância, é o imbróglio em que se vêem a construtora Camargo Corrêa e aqueles que junto com ela aparecem, homeopaticamente, na mídia.
Os partidos podem tentar ser diferentes no exercício dos respectivos mandatos de seus eleitos, mas, na hora de arrecadar para fazer a campanha, são todos iguais: valem-se dos mesmos meios permitidos e não permitidos em lei.
Daí porque, se embrulha em um mesmo papel o dinheiro entregue para fazer campanha, ao PT, PSDB, DEM e PMDB, só para citar os mais conhecidos.
Campanha custa muito dinheiro. E tenho sempre dito: todo o dinheiro trazido às campanhas, é público.
Se o Brasil ainda não se convenceu a instituir o financiamento público de campanha, a República vai continuar fazendo isto por baixo dos panos.
Uma reforma política séria e consequente, que institua o financiamento público de campanha como um dos seus objetos, não terá o condão de acabar com os desvios existentes, mas, retirará o fundamento deles: ninguém mais poderá pedir, ou receber, favores financeiros, sob a argumentação de que é para o partido.
Enquanto isto não ocorrer, qualquer flagrante policial, nos moldes deste que foi operado na Camargo Corrêa, em qualquer empresa que tenha ligação de obras ou serviços com o poder público, encontrará rabiscos similares.
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