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Clair de lune

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Edward Downes começou a trabalhar na Royal Opera House, em Londres, no início dos anos 50. Foi elevado, em 1951, ao cobiçado cargo de regente. Quando se aposentou, em 2005, acumulara o recorde de ter regido 950 récitas de 49 óperas.

Dirigiu ainda a Filarmônica da BBC, e instalou, como diretor, a Ópera de Sidney, na Austrália.

O conjunto do seu trabalho rendeu-lhe a mais alta honraria britânica: foi sagrado Cavaleiro do Reino Unido, transformando-se em Sir Edward Downes.

Neste verão de 2009, Sir Edward Downes, 85 anos e sua esposa Joan Downes, 74, comemoraram 54 anos de casados. Ele estava com 80% da visão e da audição comprometida. Ela estava sofria de um câncer terminal.

Avisado pelo médico que a sua companheira não viveria mais que alguns dias, Sir Downes tomou uma decisão: morreria com ela.

Como a justiça britânica não permite a eutanásia, o casal, acompanhado dos filhos, rumou à Zurique, na Suíça, onde é permitido, em circunstâncias especiais, o direito de morrer voluntariamente, com a ajuda de profissionais habilitados.

Depois de serena despedida dos filhos, o casal deitou-se em um leito, deu-se as mãos, e recebeu Nembutal (o soro da morte) nas veias.

No quarto, embora mal percebesse a melodia, Sir Edward Downes fez providenciar que a vida dele e de sua amada esposa se esvaísse ao som da suave e bela Clair de lune, de Debussy.

Como escreveu Bram Stoker, em seu Drácula, “love is forever”.

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