Assim como as demais empresas apanhadas pela Lava Jato, a JBS dá sinais de que a sua equação de crescimento não se mantém de pé sem a rede de tráfico de influência e corrupção que a transformou em uma gigante global, eis que, desfeita a teia criminosa, o grupo que a controla teve que engatar a uma marcha à ré que coloca à venda US$ 15 bilhões em ativos.
A reação do mercado, que começa a restringir espaço nas prateleiras à JBS, até que ela comprove práticas de conformidade de que abandonou a vida do crime e, mesmo no espaço oferecido nas gôndolas, a ação dos consumidores dos EUA e países da Europa em boicotar produtos com o selo JBS desidrata as chances da empresa em alavancar recursos no mercado financeiro para saldar as dívidas de curto prazo, que beiram os US$ 30 bilhões.
A solução encontrada, portanto, para evitar um colapso de liquidez iminente, foi optar pela liquidação de ativos. E na cesta está o principal motor da cadeia logística internacional da empresa, a irlandesa Moy Park, comprada do Marfrig por US$ 1,5 bilhão em 2015. Foi a Moy Park quem abriu os caminhos da JBS na Europa.
O anúncio de disponibilidade da Moy Park foi feito depois que, sem maiores alardes, a JBS finalizou a venda das operações na América do Sul para a sua maior rival, a Minerva Foods, segunda no ranking de exportações de alimentos a partir do Brasil, muito atrás da própria JBS, mas que agora alavanca a sua logística com a marcha à ré engatada pelos irmãos Batista.
Enquanto isso, o BNDES e o BNDESPar, aquele com empréstimos duvidosos concedidos à JBS e este com investimentos, idem duvidosos, feitos na empresa, tentam correr atrás de um prejuízo que se anuncia, labutando para impedir a liquidação dos principais ativos do Grupo J&F, pois nesse trote de liquidação, o banco de desenvolvimento e a empresa de investimentos correm o risco de ficar apenas com as carcaças.
meu caro parsifal; esse caso ta parecendo as traquinagem do eike que por sinal tambem e batista.era milhonario foi pra casa dos bilhonario com ajuda do pt e cia.e vimos a derrocada do imperio.seria um raio caindo no mesmo lugar por 2 vezes ,ou e a maldiçao do dinheiro facil do pt?
ResponderExcluirComo advogado, o que vc acha de todo esse rolo da JBS, com delação às escondidas, gravações idem, propinas confessadas entre outros tantos delitos, que abrangem 245 crimes igualmente confessos, multa muito vantajosa se cotejada em face do faturamento de 183 bilhões, acordo de leniência com multa segundo analistas de mercado, perdão irrestrito de aleivosias e outras coisinhas que agora começam a aflorar? Não esquecendo, claro!, das propinas de 4% sobre contratos no BNDES, repassados ao Ministro Mantega, que segundo o próprio Joesley alcançou o valor de 150 milhões de dólares que bancaram campanhas de Dilma, PT e Lula. Para as pessoas comuns, na verdade, para quem domina minimamente a matemática, o acordo foi generoso, fora de padrões e prova inconteste de que o crime compensa. VC acha que nos EUA a BS faria rolo semelhante? Obrigado.
ResponderExcluirA delação foi combinada com o MPF, inclusive com a articulação das provas e prova a posterior, como foi o caso da gravação com Temer, tem validade zero em Direito Penal. Mas os princípios doutrinários que embasam o direito de defesa foram jogados no lixo nesses processos da lava jato e afins, valendo apenas o justicialismo, que é a convicção pessoal do julgador de que o réu tem culpa é o devido processo legal deve ser torneado para a condenação. O que os irmãos Batista receberam não foi um prêmio, mas uma bênção. Para eles, do ponto de vista absolutamente penal, o crime compensou, pois não sofreram nenhuma consequência. O prêmio, no Instituto da delação, é atenuação da punibilidade, como foi feito com os demais delatores, e não o perdão total, como foi feito para eles.
ResponderExcluirBenefícios assim seriam conseguidos no Tio Sam?
ExcluirÉ improvável.
Excluir