Há aqueles que pensam que a corrupção existe apenas no Brasil e é praticada exclusivamente por políticos: ledo engano.
A corrupção é um mal global, que permeia as alcovas do Vaticano, passa pelas mais vetustas repúblicas e não escolhe pistas exclusivas para pouso.
Quem afirma que a corrupção é uma "indústria global" é a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que congrega 35 países democráticos, na sua maioria economias com elevado PIB per capita e IDH alto.
A OCDE e o Banco Mundial publicaram na terça-feira (30) um informe onde reportam que a corrupção movimenta por ano cerca de US$ 2 trilhões, o que é quase o PIB da França em 2015 (US$ 2,4 trilhões) e é superior ao PIB do Brasil no mesmo ano (US$ 1,8 trilhão).
A propósito, se o valor movimentado pela corrupção global fosse um país, este seria a oitava economia do mundo.
O levantamento referido estima que “o dinheiro anual destinado à corrupção é metade de tudo o que o mundo precisa para garantir uma infraestrutura adequada a seus cidadãos até 2030”.
Embora não seja exclusividade de políticos, a corrupção, segundo a OCDE, tem quase 90% da sua presença em governos onde a administração é frágil, pouco transparente e serve, principalmente, “para obter informação privilegiada, obter detalhes das ofertas dos concorrentes e eliminar rivais mais fortes do processo de licitação”.
Prossegue o relatório que “os subornos ainda serviriam para obter subsídios estatais, redução de impostos, licenças, aprovação acelerada de projetos, contratos em privatizações e decisões legais favoráveis ao grupo".
Ou seja, quanto mais a estrutura governamental se mete na economia como partícipe efetivo do processo de mercado, mais o erário tende a ser surrupiado.
A corrupção, comprovadamente, é menor onde menos se mete o governo a ser empresário. Estado forte não é aquele que tem uma estatal em cada esquina da economia, mas aquele que estabelece as regras para quem se quer estabelecer e fiscaliza a obediência a elas com eficiência.
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