Caso se confirme a receita líquida da União em 2016 em R$ 1,082 trilhão, o Tesouro terá tido a menor arrecadação do último triênio (2014 a 2016).
Em 2013, quando a receita começou a sua curva descendente, o Tesouro teve receita líquida de R$ 1,254 trilhão.
2013 foi o último ano em que os malabarismos econômicos do lulopetismo, primeiro efetivos no embalo da bolha financista mundial que estourou em 2008 e faz banzeiro até hoje, principalmente depois da anemia da zona do Euro, mas depois truncado com a falta do ajuste fiscal necessário para o momento de liquidar a duplicata.
Nesse ínterim, 2014 a 2016, o Brasil perdeu em arrecadação o equivalente a dois PIBs do Paraguai e não há sinal algum de que 2017 seja o ano em que retomaremos o crescimento, antes porque a equipe econômica está certa em não inventar borbulhas em um caldeirão que não tem lenha no piso.
E se não fosse a lavagem de dinheiro patrocinada pelo Planalto em conjunto com o Congresso Nacional, apelidada de repatriação, que gerou cerca de R$ 50 bilhões de arrecadação extra, o governo não teria tido lenha sequer para amornar a água das suas despesas de final de ano.
Para 2017, o governo prevê uma receita líquida de R$ 1,187 trilhão, o que vem a ser R$ 105 bilhões a mais do que foi em 2016. Deve estar aí um otimismo lúdico com alguma coisa extra não sei de onde (mais repatriação?) ou a expectativa de crescimento do PIB além daquilo que a realidade econômica projeta.
Todavia, para segurar o déficit, previsto em R$ 139 bilhões para 2017, o que vem a zerar o aumento esperado da receita e ainda deixa dívida, 2017 é o primeiro ano em que se faz presente a Lei do Teto, que impede as despesas de crescerem além da inflação do período. É a segunda dose de juízo, através de responsabilidade fiscal, que o Brasil tenta tomar nos últimos 30 anos.
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