Em prevenção e reação a diminuição da meta, que pode ser a pá de cal no ajuste fiscal, a agência de classificação de risco Standard & Poor's colocou a nota do Brasil em perspectiva negativa, ou seja, se não cuidarmos do regime o efeito sanfona rasga o fole.
Embora formalmente a luz amarela acesa pela S&P ainda não nos remeta ao grau especulativo, na prática já não há quem aposte que a luz ficará verde até o final do ano, pois o mercado é arisco e, em algumas ocasiões, daltônico.
Há aqueles que, nessas horas, desancam as agências de classificação de risco que nem torcida quando o juiz marca pênalti contra o time pelo qual torce. O líder do governo na Câmara Federal, por exemplo, disparou que a “S&P não tem nada que se meter no Brasil”.
A agência não está “se metendo no Brasil”, mas prestando o seu serviço supranacional aos players do mercado, avisando que o sinal está amarelo e quem quiser que avance por sua conta e risco.
O líder do governo, eu, ou você, até podemos crer que a agência errou a cor, mas a droga é que o mercado acredita nela. É como a história do juiz: podem lhe desancar todas as gerações, mas o pênalti é cobrado.
Aí a inflação bufa, o dólar sobe e a meta, que já apontava para o brejo, afoga-se nele. Eu disse que esse negócio de ajuste tem que ser igual a compra de rede das mãos de cearense: ele pede por uma o preço de uma dúzia para vender duas pelo preço de uma, ou seja, o corte inicial teria que ser, no mínimo, de R$ 200 bilhões, para depois ficar em R$ 100 bilhões. Como vieram abaixo dos cem vai acabar sendo zero.
E aí, como o Banco Central americano manteve a taxa de juros, enxugando a perspectiva do mercado de apreciação do dólar mundo afora, aqui, o Banco Central aproveitou o embalo para aumentar a Selic, que foi de 13,75% para 14,25% ao ano, esperando que o 0,5 ponto percentual abaçane o bufo da inflação e segure o dólar, que se acabou agasalhando na casa dos R$ 3,44, depois de um ligeiro porre na semana que passou. O perigo é que dólar vira alcoólatra em economias desaforadas.
Na explanação da nota, a S&P coincidiu com o que venho martelando: o principal componente da crise econômica é a deterioração do quadro político, que ancora o humor do mercado e represa as medidas do ajuste fiscal que deveriam ser tomadas.
E a repercussão da crise política na macroeconomia, segundo a S&P, faz com que “a contração do PIB brasileiro seja maior e mais duradoura”, prevendo que 2015 está perdido, não haverá crescimento em 2016 “e uma melhora tímida em 2017”.
Vou começar a cobrar consultoria, pois foi isso que eu escrevi aqui.
no brasil, é proibido dizer que um banco vai quebrar, é crime contra o sistema financeiro.
ResponderExcluirno mundo, não é proibido dizer que um pais vai quebrar, mas temos direito a ao menos pretender colocar limites nisso.
a meu ver, essas agencias são terroristas financeiros a serviço de manipuladores dos mercados financeiros.
toda vez que eu sei o que a moody's disse, é porque há interesse em manipular o mercado. Ela presta serviços, mas é impressionante como são divulgadas suas avaliações para o publico...
sobre emissão de moeda, divida publica, circulação de moeda, pouca gente entende alguma coisa.
Dr Nelson Medrado do MPE, Uruará precisa de sua justiça!
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