Com a redução da meta e o aditivo ao corte no Orçamento, o governo se coloca em risco ao diminuir a dose do remédio, minimizando a gravidade do quadro.
As despesas fixas foram ao osso, deixando a execução orçamentária na base do se ficar o bicho pega e se correr o bicho come, pois sem uma reforma administrativa que mude radicalmente o comportamento da máquina ela não racha e nem quebra a tampa da caixa.
O economista Raul Veloso ilustrou a execução orçamentária de 2012, cujos perfis percentuais se mantiveram em 2013, 2014 e se devem manter em 2015. O gráfico abaixo demonstra como o governo consome a si mesmo:
A maior fatia da pizza (laranja) representa 73,7% dos gastos não financeiros: são os chamados benefícios sociais, aposentadorias e a folha de pagamento. A Bolsa Família, a parte vermelha que também está contida nessa dotação, embora seja apenas 2,8% dos 73,7%, seria a única dotação passível de extinção, mas não há insano que pense nisso.
Há anos essas despesas fixas sobem a pegada sobre a totalidade do Orçamento, em proporção maior que a receita, o que já seria um diagnóstico de distorção que ninguém até hoje conseguiu realinhar, pelo contrário, vê-se deus e o mundo querendo subir tudo, como se receita caísse do céu e despesa aceitasse desaforo.
Embora seja tecnicamente possível, não há mais o que cortar na fatia verde, pois o primeiro contingenciamento deixou apenas o espinhaço. O governo não tem novos investimentos, não há como reduzir os gastos com saúde, e o pedaço “Demais correntes” é custeio. E vejam como é pesada a máquina para pouca entrega: a gerigonça consome 12,1% do Orçamento, o dobro do dotado para investimentos. Assim só tem dinheiro para pagar a dança do boi se tomar emprestado: a tal dívida pública.
Por isso insisto em ir atrás de dinheiro novo, pois o que tem aqui não está chocando a ninhada e tanto faz ir para um lado quanto para outro, só estaremos mudando os móveis de lugar na sala.
O Brasil, se tomar tento, retomará a trajetória de desenvolvimento econômico sustentável. Temos tudo para isso: a nossa dívida deve atingir “apenas” 64,4% do PIB em 2015. A dívida grega, por exemplo, sem pretensões comparativas, apenas ilustrativas, atingiu 180% do PIB.
Antes por isso, o ajuste fiscal é necessário para realinhar o crescimento da dívida pública, pois há fermento nela: descontada a inflação (com projeção de 9%), a uma taxa de juros de 13,75%, teremos 4,75% de usura em um ano, o que é demais, em se considerando que o PIB encolhe 2% e a meta caiu para 0,15%.
Isso é um sistema de retroalimentação que se tornará insustentável se alguém não colocar o dedo no suspiro.
Por isso admiro o Jatene que foi pegar dinheiro novo da Jica para desenvolver a mega obra estruturante do nosso sistema viario. Parabens Jatene!
ResponderExcluirhahahaha!! haja DAS
Excluir"O Brasil, se tomar tento, retomará a trajetória de desenvolvimento econômico sustentável. Temos tudo para isso: a nossa dívida deve..."
ResponderExcluiro desenvolvimento economico não depende tanto assim das finanças publicas, tb não depende tanto se há inflação ou não.
depende muito mais da qualidade dos empresarios. Está faltando alguém no governo que repita a célebre frase de Albert Einstein: o sapateiro não deve ir além do sapato. É o que acontece quando os empresarios ficam dando opinião sobre finanças publicas.
Na Dinamarca os salários são muito mas muito maiores do que aqui. Para equipararmos os salarios brasileiros com os salarios dinamarqueses, terámos que baixar o dólar para menos de 1 real. No entanto dá para apostar que eles tb exportam produtos e serviços. Tb podemos apostar que lá não há empresario preguiços e, vadio faturando alto, o que acontece em lugares onde o cambio está depreciado.
Quanto a inflação, quem sofre são poupadores e aposentados. Os empresarios não.
Eu gostaria de ver um empresario calçadista indo a brasilia pedindo um dolar mais alto, e ser surpreendido com varios pares de sapatos fabricados pela empresa dele, e quem o recebe argumentar e mostrar como o formato do sapato é diferente do pé.
Por outro lado, há fatores estruturais, muitos bastante abordados pela imprensa, outros não. Entre os fatores estruturais, coloco as leis, a justiça, a jurisprudencia, a forma como funciona a justiça, é um grande capitulo. Tudo isso é importante na economia e influi no cambio.
se as leis e a justiça fossem diferentes, quem sabe eu teria me associado com algum colega e fundado uma bayer, e estaria dando grande colaboração para um superavit comercial.
podem achar sonho, brincadeira, delírio, mas por causa do desrespeito permitido pelas leis contra os minoritarios de companhias abertas, pelo que se ouve sobre sócios malandros d empresas menosres, eu não quero saber de sociedade, até alugar uma casa diretamente é algo dificil, é arriscado por causa que os conceitos da justiça geralmente diferem totalmente dos conceitos que eu acho corretos. Nessa ultima frase usei uma figura de palavra, esqueci como ela se chama, é quando se ameniza aquilo que se quer dizer.
E muitos não querem saber de sociedade.
Eu disse "o Brasil" e não "o governo" . Isso engloba todos. Eu, você, os empresários e o governo. Se todos, ou um deles, for estroina, inapetente ou ineficaz, repercute no todo e vira o afogado no abraço.
ExcluirOu tomamos tento ou a Dinamarca já estará em outro planeta quando acertarmos o rumo.
a divida publica e a relaçao entre divida publica e pib não é tão importante, para eventuais efeitos inflacionarios, são importantes o m1, m2, m3 e m4.
ResponderExcluirveja aqui um puco sobre esses emes:
http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM
mas as coisas mais importantes para a inflação especialmente a brasileira não estão nos manuais de economia.
não penso que os gastos com saude sejam imexiveis. As leis sobre o assunto deveriam mudar. Penso que os gastos por paciente deveriam ser limitados, deve ser fixado um limite reajustado pela inflação. Existe uma industria de processos judiciais para fazer o poder publico pagar tratamentos milionarios, e cada vez mais a medicina cria tratamentos milionarios. Vamos chegar a situação em que toda pesso que não morrer por acidente vai chegar a situação de haver um tratamento milionario para prolongar sua vida. Então não há dinheiro nem médicos para aplicar tudo que existe em todas as pessoas.
no site epoca/globo há um texto sobre as filhas solteiras de funcionarios publicos que não casam para continuar recebendo pensão a vida inteira, mostram um caso em que houve apenas casamento religioso para a mulher continuar a receber pensão (no estado do Rio). A atriz maite proença seria beneficiada com isso.