Pular para o conteúdo principal

Começar de novo

reco

Promulgada ontem (02) à noite, pelo Congresso Nacional, a “PEC das Domésticas” está em vigor.

O Congresso criou uma comissão mista para, ainda em abril, propor a regulamentação que definirá o manejo dos encargos doravante pagos aos trabalhadores domésticos.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) sugeriu uma “simplificação” dos encargos, similar ao Supersimples das micro e pequenas empresas, que reduziu tributos e os unificou em só recolhimento.

> Recomeçar

Não devemos encarar o novo marco legal com receio. Disse Machado de Assis que “o inesperado nos torna frágeis e propõe recomeços”.

Recomecemos o relacionamento com o trabalhador doméstico. O custo adicional do novo não é tanto (muitos despendem em um jantar fora de casa mais do que pagam à empregada doméstica em um mês), se atentarmos que essa mão de obra, pelo que nos conforta, estava aviltada pela nossa natureza em colocar pessoas ao nosso julgo.

A frase, creditada a Hobbes, (o homem é o lobo do próprio homem), que na verdade só repetiu Plauto, significava o homem em estado bruto.

Para frear as alcateias surgiu a mais concreta abstração criada pela inteligência humana: o Estado, cujo objeto é nos tanger à civilização e quanto mais justiça social um país provê, mais perto da civilização a nação está.

A quintessência da justiça social é a proteção do mais fraco pelo mais forte, o que é o outro lado da moeda da natureza humana, pois eu ouso discordar de Rousseau, que afirmou que “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe: para mim, o homem nasce mau (o lobo) e a civilização o torna bom e justo.

Parabéns aos trabalhadores domésticos; parabéns ao Brasil.

E para relembrar o que está vigente a partir de hoje, clique aqui.

Comentários

  1. Ismael Moraes03/04/2013, 09:28

    Deputado, mais uma vez parabéns, não apenas pela sensibilidade em nos tornar sensíveis, mas também pela lição de moral contra os nossos egísmos.
    Abç

    ResponderExcluir
  2. Parabéns pelo enfoque humano na análise desta lei,aos poucos vai se consumando o fim do Brasil escravagista!

    ResponderExcluir
  3. Só os renitentes tataranetos de donos de escravos, como Danuza Leão por exemplo, ainda se apegam a falácias como que os direitos agora adquiridos levarão ao desemprego e onerarão de sobremaneira a classe média. O custo não passará, quando muito, de uma boa garrafa de Amarone por mês . Acho que consigo viver sem esta.

    ResponderExcluir
  4. Ronaldo Gomes03/04/2013, 21:12

    E reforçando seus argumentos é possível citar Norberto Bobbio quando ele afirma que: "Os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas". (BOBBIO, 2004)

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

Campanha para nomeação de Defensores Públicos aprovados em concurso

Os aprovados no concurso da Defensoria Pública do Pará, em 2009, labutam pela nomeação e, às vésperas da expiração do prazo do concurso, 23.07.2011, iniciam uma campanha para não terem as suas expectativas frustradas. No concurso de 2009 foram aprovados 148 candidatos, dos quais 56 foram nomeados e 92 aguardam nomeação. Por emenda da deputada Simone Morgado, o Orçamento do Estado, para 2011, prevê dotação para a contratação de 45 Defensores Públicos. A Defensoria Pública do Pará está recebendo, desde janeiro deste ano, os repasses financeiros já acrescido o valor da emenda citada, mas, até o momento não notificou os aprovados para nomeação, assim como não dá explicação alguma da não providência. Dos 144 municípios do Pará, 83 não possuem Defensores Públicos. Das 117 comarcas instaladas no Pará, em apenas 65 há Defensores Públicos lotados. O Grupo de Concursados requer a nomeação dos 45 Defensores Públicos para os quais o órgão possui dotação orçamentária e recursos financeiros para c...