Pular para o conteúdo principal

Temer é denunciado e Câmara Federal decidirá autorização para abrir o processo

temer

Com apenas 7% de aprovação, o menor score de um presidente da República em 28 anos, com uma base parlamentar fazendo água, o que demanda constante calafeto, chegado de uma viagem internacional malsucedida, Temer recebe a denúncia do Ministério Público Federal por corrupção, o que lhe faz passar para a história como o primeiro presidente da República do Brasil denunciado por corrupção.

Diferentemente do que vêm equivocadamente anunciando alguns apressados setores da mídia, Temer ainda não é réu e só poderá assim ser tido depois que a Corte Suprema enviar o pedido de abertura de processo à Câmara dos Deputados e a Casa autorizar o prosseguimento da denúncia, pois a Constituição exige autorização legislativa para que se abra um processo penal contra um Presidente da República.

Para que a Câmara Federal autorize a abertura do processo contra Temer é necessária maioria qualificada de votos autorizativos. E aí reside a vantagem do presidente, pois para que o processo seja aberto a oposição precisa arregimentar 342 dos 513 deputados federais, o mesmo placar para que seja aberto um processo de impeachment. Já a situação, por consequência aritmética, precisa ter apenas 172 deputados votando pela rejeição da denúncia.

O procedimento na Câmara Federal é, grosso modo, similar à abertura de um processo de impeachment: antes de ir à plenário, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) tem que elaborar um relatório concordando ou discordando do processo contra o presidente, que será votado apenas pelos seus membros. Mas independentemente do resultado da votação, o relatório será apreciado, em terminativo, pelo plenário.

Sabendo dessa barreira de difícil transposição, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, resolveu fazer-se ao dito popular de que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura” e decidiu fatiar a denúncia contra o presidente em três, tentando com isso furar a pedra, pois crê que a Câmara Federal não se conseguirá submeter a três desgastes seguidos.

Temer afirma a todos os seus interlocutores que resistirá até o fim. Não é possível, ainda, inobstante, avaliar que fim será este.

Comentários

  1. o janot ta doido pra entregar o que prometeu ao seu chefe,derrubar o presidente temer.ele deveria citar na sua denuncia o malabarismo juritico que fez, pra livrar lula joesley e cia do mesmo processo.

    ResponderExcluir
  2. Millor Fernandes nos ensinou que " livre pensar é só pensar... " Pensando bem, não há santos nessa história e o poder, tal qual é exercido em Brasília, não é coisa santificados. Também Tom Jobim disse que " o Brasil n~~ao é para principiantes " Levando-se em consideração as citações acima, o cidadão comum, pouco versado nos meandros, recursos, chicanas e afins, este mesmo cidadão comum pode pensar que se o Loures recebeu dinheiro e que este dinheiro era para o Temer, um Procurador da República passava informações para o Joesley a troco de dinheiro, saiu da Procuradoria, assentou-se num renomado escritório de advocacia e formatou a delação do notório Joesley e seu irmão, novamente com soldo de milhões, tudo mastigadinho, absolvição de 245 crimes, sair livre como passarinho que já cantou e por ter cantado, literalmente voou, tudo regado a vultosos soldos... Como livre pensar é só pensar e que o Brasil não é para principiantes, a grana, a bufunfa, o arame, o caiambá, o tutu era " apenas " para o Ângelo Goulart Vilela que como passarinho está preso e ainda não cantou para voar?

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.