Condolências socialistas

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De vez em quando o que sobrou da esquerda global tem uns relances de lucidez funcional e faz autocrítica do seu espírito de corpo.

Recentemente, Noam Chomsky descompôs os percalços da esquerda sul-americana e carregou as tintas, principalmente, nos governos de esquerda do Brasil e da Venezuela, esse, o mais desastroso de toda a história da concepção marxista.

Agora, depois de uma Venezuela devastada pela grife do chavismo, um grupo de cerca de 250 intelectuais e ativistas políticos auto definidos como “de esquerda e/ou progressistas” assinou um manifesto que investe contra o herdeiro do chavismo, o atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Ao que parece, a cegueira da esquerda em defender desastres só porque os autores do terremoto são “de esquerda”, está agonizando.

O texto afirma que não mais suporta como “certos setores da esquerda latino-americana ainda apoiam incondicionalmente o chavismo” e afirmam que tal comportamento “não apenas revela cegueira ideológica, mas é prejudicial pois, lamentavelmente, contribui para a consolidação de um regime autoritário".

E completa com um retrato em branco e preto do legado chavista à Venezuela, denunciando que a “recente convocação de um Assembleia Constituinte, de uma maneira claramente inconstitucional, ao invés de resolver a crise, de fato a intensifica, pois é uma tentativa de consolidar um regime totalitário no contexto de uma enorme crise social e econômica, evidente na falta de alimentos e remédios, entre outros problemas".

Ao lado de Cuba, a Venezuela insiste em um experimento socialista que ruiu pela metade do caminho, com o fim da Guerra Fria e a insustentabilidade do modelo daquilo que se chamou de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Os países do Leste que foram obrigados ao regime pela imposição do eixo Leste-Oeste potencializado como extrato do pós-guerra, todos, abandonaram a aventura.

Cuba começou um lento processo de substituição de peças enferrujadas e deverá sair da oficina em breve, no geral melhor do que estava antes da queda de Fulgencio Batista, mas muito longe daquilo que Fidel Castro prometeu entregar.

A Venezuela, todavia, é a mais perfeita tradução de tudo o que a esquerda global não deveria fazer, sepultando de vez a ideologia aplicada por quem não consegue conviver com a difícil, mas menos danosa, consolidação democrática.

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