Depois da matança em série nos complexos penitenciários o governo federal anunciou como principais medidas a construção de cinco presídios federais e a liberação de R$ 800 milhões aos estados para que construam penitenciárias estaduais.
A intelligentsia nuclear do sistema continua investindo no problema e não na solução.
Mesmo esse “investimento” não passa de um pingo d´água no oceano, pois se e quando estiverem prontos, essas masmorras vão despressurizar apenas cerca de 3% do déficit de vagas hoje existente.
Dado pouco reportado, além da superlotação dos presídios, que hoje têm o triplo de presos do que suportariam, aponta o Conselho Nacional de Justiça que há “564.198 mandados de prisão expedidos aguardando cumprimento no Brasil”.
Esses mandados não são cumpridos porque não há mais como apertar as sardinhas nas latas: é que a lei da física de que dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo também vale para o sistema prisional.
Como hoje, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), há um déficit de 376 mil vagas no sistema, teríamos que triplicar o número de presídios existentes para cobrir o déficit e construir outro tanto do que haveria, depois de triplicado o sistema, para poder colocar para dentro quem está fora com mandado de prisão expedido contra si.
O sistema penal e penitenciário nacional estribados no encarceramento é de manutenção cada vez mais impraticável se não se providenciarem medidas de execução alternativas já previstas em lei.
Uma dessas alternativas seria a obrigatoriedade do uso das tornozeleiras eletrônicas na execução penal, onde lhe cabe.
Segundo relatório da GO Associados, baseado em estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e em dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), se todos os presos aptos a receber tornozeleiras fossem liberados segundo as regras vigentes, o sistema economizaria R$ 3,3 bilhões por ano. Isso é mais do que o R$ 1, 2 bilhão anunciado pelo governo federal para o Plano Nacional de Segurança em 2017.
O valor que se economizaria está calculado no número de presos que têm direito ao regime de cumprimento aberto, com tornozeleiras, multiplicado pelo respectivo custo médio em prisões estaduais, que é de R$ 3,3 mil por mês, enquanto que, segundo dados do Ministério da Justiça, o custo mensal médio para manutenção de um condenado com tornozeleira eletrônica é de R$ 300.
O sistema continua sendo manejado às cegas e reagindo apenas quando a enxurrada despeja nas ruas os destroços acumulados pelo descaso, para depois aquietar de novo, à espera de novos escombros.
dia desses estava rodando, no whatsapp, um video de um preso com tornozeleira eletronica ensinando a retirar o aparelho, sair cometer crimes e recoloca-lo...
ResponderExcluirDevem ser tornozeleiras de 1,99, pois as mais modernas têm sensores que detectam e avisam a qualquer movimento de remoção remota. Há casos, ainda, em que a remoção é feita de forma consentida com o administrador do sistema.
ExcluirMas é certo que há jeito pra tudo. Se cair aqui um disco voador, alguém vai encontrar uma maneira de desmontar e vender as peças.
Isso, todavia, são exceções. A maioria obedece as regras e jamais vai querer correr o risco de ser pego tentando remover tornozeleiras e ter que voltar ao regime fechado.
espero que estejas com a razao!!
ExcluirAbsolutamente coerente. Com o custo sendo pago pelo fora da lei. Finalizando, acrescento que o verdadeiro motivo para não adotarem esse procedimento é simples. Quem fornece as refeições? Quem vai contribuir para àquelas taxinhas pagas para inserir drogas, armas e outras bugigangas mais nas prisões? Por aí vai...
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