Leonard Cohen

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O canadense Leonard Norman Cohen foi um dos poucos que conseguiu, com sucesso, fazer fama como compositor, cantor, poeta e escritor. Tornou-se uma referência e um ícone norte-americano no que produziu.

Cohen já estreou arrasando a nível local, quando em 1956 lançou o seu primeiro livro de poesias, Let Us Compare Mythologies. Em 1961, com The Spice Box of Earth, extrapolou a América do Norte e fez fama no mundo.

Poesia para ser boa tem que ter inspiração, ou serão apenas ritmos e rimas. Ninguém “inventa” poesia: ela vem, se instala em você, e você coloca pra fora. Se tiver talento suficiente para isso, produz algo do que fizeram, na língua inglesa, Longfellow, um dos meus preferidos, e Cohen.

Mas não foi apenas na poesia que Cohen fez sucesso. Na prosa de ficção ele produziu The Favorite Game, que nunca consegui ler e Beautiful Losers, que fui levado a ler pela hostilidade da imprensa a respeito.

Embora de leitura fácil, Beautiful Losers é uma “conversa” difícil com Cohen, um quê de Ulisses, de James Joyce. Não sei se a novela foi traduzida para o português, mas é, segundo os críticos, depois apaziguados, um marco da literatura pós-moderna. Seria um ótimo filme de Bergman.

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Dada a fama como escritor, Cohen resolveu experimentar a música e o sucesso se repetiu com o seu tom peculiar do folk americano, carregado com uma certa depressão. Aliás, a depressão foi uma das marcas registradas de Cohen, uma espécie de Lord Byron pós-moderno, quando já tinha química suficiente para não colocar uma corda no pescoço.

Daí para a frente nasceu o estilo Cohen de música, e eu sempre digo que pessoas inteligentes lançam moda, mas apenas os gênios criam estilos, pois esses são perenes e a moda é fugaz.

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O estilo Cohen, algo como uma poesia depressivamente progressiva, mas não suicida, cheia de esperança, influenciou vários outros estilos do folk estadunidense, entre eles Willie Nelson, Judy Collins, James Taylor e o grande Bob Dylan, para quem escreveu canções.

Na quinta-feira (10), a Sony, gravadora de Cohen, publicou a nota da morte do artista, que partiu aos 82 anos:

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“Perdemos um dos mais venerados e prolíficos visionários da música. Um memorial ocorrerá em Los Angeles em uma data posterior. A família pede privacidade durante seu período de luto”.

Abaixo, a canção mais gravada de Cohen, interpretada por mais de 100 cantores em todo o mundo, e até mesmo arranjada para a música clássica, principalmente na Europa, aqui defendida por ele mesmo, Hallelujah.

É para ouvir de joelhos… 

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