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Feriado de quê?

Em 1822, quando D. Pedro I proclamou a Independência, a Província do Grão-Pará, que incluía o que é hoje o estado do Amazonas, não tinha mais que 150 mil habitantes, cerca de 30 mil deles escravos.

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A elite econômica do Grão-Pará era majoritariamente portuguesa e seus interesses comerciais e empresariais umbilicalmente relacionados com Lisboa, por isso radicalmente resistente à independência.

Essa elite, mesmo antes da proclamação da independência, já se batia ferozmente com nacionalistas, como Felipe Patroni, fundador do jornal “O Paraense” que, por conta da campanha pela independência, acabou preso e deportado para Portugal, assumindo, no entanto, o seu lugar no jornal, outro personagem mais fervorosamente revolucionário, o cônego Batista Campos.

Com a proclamação da independência, o Grão-Pará não se alinhou ao autoproclamado imperador D. Pedro I, o que fez com que os grupos favoráveis à independência começassem a patrocinar movimentos que conspiravam contra o governo provincial, fiel à coroa portuguesa.

As escaramuças dessas células foram alavancadas por um cada vez maior apoio popular, pois era dito à plebe que a independência traria melhorias de vida e o fim da escravidão. O não cumprimento dessas “profecias” após a adesão, lançou as sementes da revolta popular ocorrida dez anos depois, conhecida como Cabanagem, mas isso é outra história.

A alta rejeição do governo provincial e o apoio popular à independência foi ponto crucial a contribuir para a decisão da junta governativa, presidida por D. Romualdo Coelho, que atendeu ao ultimatum do primeiro-tenente da Marinha Imperial, John Pascoe Grenfell e decretou a adesão do Grão-Pará à independência do Brasil.

A artimanha do comandante Grenfell, comissionado para a missão pelo escocês Thomas Cochrane, organizador da Armada Nacional, fundada por D. Pedro I logo após a independência, foi um episódio pitoresco na história da adesão do Pará, pois, na verdade, a ameaça de que atrás de si havia uma esquadra pronta para sitiar Belém era um blefe, já que a maior parte da sua armada havia ficado na Bahia, Pernambuco e Maranhão, ainda nos rastros das guerras da independência, e Grenfell estava montado apenas no pequeno brigue "Maranhão", com não mais que 100 homens.

Embora a decisão da junta se tenha dado em 13 de agosto, a proclamação foi feita 2 dias depois, em 15 de agosto de 1823, dia em que se comemora a Adesão do Pará à Independência do Brasil.

Há certa controvérsia, jamais provada cientificamente, de que a proclamação se teria dado em 16 de agosto.

Para uma leitura mais apurada sobre a Adesão do Pará à Independência do Brasil, leia o texto “Dias Trágicos”, da professora de história da UFPA, Magda Ricci, aqui

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