Eu postei aqui, na terça-feira (17), que “os ministros de Michel Temer (PMDB) falam pelos cotovelos e atropelam uma pauta ainda não definida”.
É vero que o presidente interino, Michel Temer, não lê esse blog, mas reportou a Folha de S. Paulo hoje (20), que
“Michel Temer ordenou a auxiliares e assessores que evitem dar opiniões pessoais sobre temas ainda não discutidos pelo Planalto e deem entrevistas ou façam pronunciamentos públicos após a definição de medidas, com explicações sobre suas motivações e efeitos”.
Ao que parece, o governo, que na primeira semana de gestão deu várias tropeçadas nos próprios pés, começa a tomar rédea da situação.
Reporta, idem, a Folha, a ida de Michel Temer ao Senado na segunda-feira (23), quando entregará “a proposta de mudança da meta fiscal” e, na ocasião, apresentará "um raio-x" das contas públicas, relatando o déficit, que chega a R$ 200 bilhões.
O cuidado que Temer precisa ter ao declarar o rombo fiscal é que isso deva parecer exatamente o que é: o resultado de uma maneira de governar em todo o Brasil e não um defeito específico da presidente afastada.
O discurso não pode ser o do revanchismo que anuncia a rota declaração de 10 dentre 10 executivos que assumem um governo: o mote da terra arrasada.
O fato é que os governos, em todos os níveis da Federação, guardadas raríssimas exceções, sempre arrasam a terra, e isso é consequência de um modus político insustentável.
Como Temer já declarou que não é candidato à reeleição, é bem possível, mas também improvável, que consiga suporte suficiente para romper a prática de gastar mais do que arrecada e quando a conta fica muito pesada para rolar, aumenta imposto e alonga a dívida.
Essa é a grande praga nacional: somos uns estroinas, principalmente com a pólvora alheia.
Comentários
Postar um comentário
Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.