Pular para o conteúdo principal

Presidente interino da Câmara Federal tenta voltar a pasta ao tubo por decreto

Shot

Na primeira postagem de hoje (9) opinei que “se nenhum terremoto ocorresse durante a semana, o Senado votaria o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG)”.

O terremoto ocorreu hoje (9), quando o presidente interino da Câmara Federal, Waldir Maranhão (PP-MA), decretou a anulação da tramitação do impeachment na Casa.

O efeito desejado com a medida seria interromper o andamento do processo no Senado, até que a Câmara Federal saneasse as falhas apontadas na votação e enviasse novamente a denúncia ao Senado, que teria que reiniciar a tramitação.

02O decreto do presidente Maranhão, se tivesse algum valor constitucional, o que não tem, tenta voltar a pasta ao tubo, para ser espremida, de novo, na escova: uma tarefa singular, mas processos de impeachment são singularidades, mesmo.

O bote de Maranhão foi armado coletivamente, sob o comando do Palácio do Planalto. Não há juízo pejorativo na lavra, pois processos de impeachment têm 90% de peso específico político e 10% jurídico, sendo de se esperar, portando, que o Planalto lance mão de todas as possiblidades para represar o impedimento da presidente.

03Nesse contexto, a mexida, embora inconsistente, causa um tumulto institucional, pois o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),  já declarou que, por absolta inépcia da decisão de Maranhão, vai ignorá-la e continuar a tramitação do processo no Senado, mantendo a votação do relatório em plenário, na quarta-feira, 11.

O sacramento do decreto de Maranhão foi ministrado no estado do Maranhão, sob o comando local do governador daquele estado, Flávio Dino (PC do B), no domingo (9).

Quando o presidente Maranhão consentiu em assinar a manobra, ele e o governador Dino se deslocaram, em um avião da FAB, para Brasília, onde o Advogado-Geral da União, que impetrou um recurso requerendo a anulação, já estava com o decreto redigido para Maranhão assinar.

Segundo as paredes do Palácio dos Leões, em São Luiz, o preço de Waldir Maranhão foi que Flávio Dino o acostasse como companheiro de chapa para o Senado em 2018, quando duas vagas estarão abertas e, de lambuja, Maranhão teria a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Maranhão para chamar de sua.

01Nada diferente daqueles que apoiam o impeachment, que negociaram ministérios e etecetera para votar a favor da débâcle da presidente Dilma, o que ratifica, na ribalta, o que é a política nacional na coxia: um rasteiro balcão de negócios.

Abaixo, nota do presidente da Câmara Federal, cujas razões são absolutamente ineptas legalmente, mas que, pelo menos em tese, mesmo em o presidente do Senado tenha dito que não as acolherá,  têm validade até que sejam destituídas pelo STF.

Comentários

  1. esse deputado maranhao deva ter quebrado muito coco de babaçu. na cabeça,e nao lhe sobrou nen um pouco de juiz.alem do presidente do senado nao acatar a sua ordem ,declarou que o interino e disprovido de sensatez,quer dizer e um verdadeiro idiota.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. o enredo e tipico de uma republica de bananeiras, idiotas somos todos,triste ver como nós nortistas e nordestinos somos vistos pelos do sul e sudeste, redes sócias cheio de criticas, vindo de um povo que elege mauluf ,

      Excluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.