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As intrépidas guerrilheiras do Curdistão

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A foto acima, tomada por Alice Martins, para matéria do Globo assinada por Adriana Carranca, é de Nalin Rojhilat, 28 anos, uma das guerrilheiras curdas que perfilam 40% das tropas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), de orientação marxista, que forma uma das principais trincheiras contra o avanço das hordas do Estado Islâmico (EI) no Curdistão.

Alceada aos ombros, como todos os combatentes do PKK, Nalin porta a mais tradicional, e uma das mais letais armas de assalto de todos os tempos: o fuzil AK-47, mundialmente conhecido como Kalashnikov, em homenagem ao seu criador, o russo Mikhail Kalashnikov.

Nalin, e suas companheiras de armas, trafegam um fado diferente de outras milhares de mulheres da sua idade e região, aprisionadas pelos combatentes do EI, que as transformam em escravas sexuais.

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Para fugir dessa sina, muitas jovens do Curdistão preferem alistar-se no PKK.

Escolhemos essa vida e isso requer sacrifícios. Essa é nossa casa e nossa família agora”, declarou uma das combatentes à equipe do Globo, que era por elas conduzidas a um dos fronts de batalha: um arco ligando as províncias de Mossul, no Iraque, controlada pelo EI a oeste, e Kirkuk, disputada pelos jihadistas a leste.

Os comandantes das tropas do Curdistão iraquiano, os peshmergas e os milicianos das Unidades de Proteção do Povo (YPG, na sigla em curdo), exércitos responsáveis pela contenção do avanço do EI no norte da Síria e na fronteira turca, assumem que as guerrilheiras do PKK “são fundamentais contra o avanço dos combatentes islâmicos”.

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O marxismo no PKK volta aos tempos puros pós 1917, quando a igualdade de gêneros era um dos pilares da “construção revolucionária”: cada unidade de combate deve ter o mesmo número de comandantes homens e mulheres.

As combatentes, quando assumem a guerrilha, despem-se do passado, assumem nova identidade, votam celibato e submetem-se a um quisto na disciplina histórico-ideológica de Karl, ao jurarem incondicional lealdade a um homem: Abdullah Ocalan, o líder do PKK. Mas o juramento é platônico, pois o líder do PKK está preso, desde 1999, em uma ilha turca.

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Antes de assumir o posto de combate, as mulheres do PKK são treinadas para lutarem até a morte e não se deixarem capturar, pois sabem que sobreviver nas mãos do EI é pior que a morte para elas, portanto, em vendo que sucumbirão ao inimigo, devem inutilizar o fuzil e cometer suicídio.

Independentemente do porquê e em que pesem todas as reservas que possamos ter com o estúpido derramamento de sangue que jorra por conta de todo e qualquer tipo de fundamentalismo, as guerrilheiras do Curdistão merecem admiração e respeito, antes porque esse ainda é um mundo masculino. 

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