Ontem (23) o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos e o chefe máximo da cinquentenária guerrilha colombiana, autodenominada Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Timoleón Jiménez, o famoso Timochenko, terceiro na linha sucessória do lendário fundador das FARC, Manuel Marulanda, conhecido pela alcunha de “El Tirofijo”, pela mira certeira que tinha, selaram o acordo final de paz que foi iniciado em 2012.
As FARC se originaram por consequência das acirradas disputas entre liberais, apoiados pelos comunistas, e conservadores na Colômbia, em 1948, em repercussão do primeiro movimento castrista em Cuba. Na sua obra prima, “Cem Anos de Solidão”, Gabriel García Márquez, trafega pelo movimento que deixou marcas de violência na Colômbia.
O acordo foi intermediado pelo presidente de Cuba, Raúl Castro, sob a orientação de El Comandante Fidel Castro, e pelo governo da Noruega.
Pelo acordo, as FARC reconhecem os seus crimes e aceitam os mecanismos judiciais para que os parentes das vítimas sejam indenizados pelo governo e, após a assinatura do pacto, marcado para março de 2016, as FARC abandonarão definitivamente as armas.
As bases do acordo, a ser aprovado pelo Congreso colombiano, preveem “a criação de uma jurisdição especial com um tribunal bicameral para reunir todos os casos do conflito, com obrigatoriedade de sentença. Uma sala será voltada aos casos em que os acusados admitem os crimes pelos quais foram indiciados, recebendo uma sentença, e na outra sendo julgados. Os que admitirem a culpa serão punidos entre cinco e oito anos com restrição para crimes graves. Os que não reconhecerem e forem condenados, vão pegar até 20 anos em condições normais de reclusão”.
O acordo será o mais significativo tento do presidente Juan Manuel Santos e um importante passo para o desenvolvimento da Colômbia, que apesar de suportar a guerrilha por mais de 50 anos e ter uma injusta fama de violência devido a ela, ostenta PIB per capita (US$ 8,030) e IDH (0,711) praticamente similares ao Brasil (US$ 11,067 e 0,744).
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