Pular para o conteúdo principal

Paradoxo vicioso

Shot 007

O portal UOL, do Grupo Folha, segundo auditoria do Alexa, depois dos sites de busca, é o mais visitado da Internet no Brasil, com 50 milhões de visitantes únicos e 6,7 bilhões de acessos por mês.

A manchete acima é imperdoável para um site dessa magnitude. Sanção e veto não são como café com leite: não se misturam. Um projeto de lei que chega ao Poder Executivo ou é sancionado ou é vetado.

Não existe “sanção de veto”, pois “sancionar” nessa seara, quer dizer concordar, aprovar, admitir e “vetar” significa não autorizar; impedir, vedar.

Para que a presidente “sancionasse um veto” o projeto já teria que ter chegado ao Planalto vetado, e os projetos chegam ao Planalto aprovados, portanto, a presidente apenas “sanciona”, quando concorda, ou veta, quando não concorda.

Como ela não concordou com o absurdo projeto de lei de autoria do Poder Judiciário, que aumentaria em 78,6% os salários do dito poder, vetou.

“Sancionar veto” classifica-se como o vício de linguagem denominado paradoxo vicioso.

Mas o erro durou pouco. Inconformado com o cometimento, enviei e-mail ao UOL que, para minha surpresa, em menos de duas horas mudou a manchete para:

Shot 008 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.