Confirmaram-se as especulações tratadas aqui, de que a advogada Beatriz Catta Preta, responsável por nove dos principais acordos de delação premiada de réus da Operação Lava Jato, teria renunciado ao patrocínio das causas por ter recebido ameaças, após o seu cliente, Júlio Camargo, ter mencionado o pagamento de US$ 5 milhões em propina ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Depois de tudo que está acontecendo, e por zelar pela minha segurança e dos meus filhos, decidi encerrar minha carreira", declarou Catta Preta ao Jornal Nacional, na noite de ontem (30).
Catta Preta declarou que tem recebido ameaças indiretas: "Não recebi ameaças de morte, não recebi ameaças diretas, mas elas vêm de forma velada, elas vêm cifradas".
Esse tipo de ameaça é comum em conflitos de interesses desta magnitude, principalmente porque, como eu já sugeri aqui, os escaninhos da corrupção no Brasil têm muito mais a ver com poder do que com dinheiro.
A pressão psicológica exercida sobre a advogada, ameaçando-lhe a integridade pessoal, precisa ser apurada pela Procuradoria Geral da República, com provocação direta e imediata do Conselho Federal da OAB, pois, segundo as declarações dela, as ameaças viriam “de integrantes da CPI que votaram a favor de sua convocação”.
É fato que a convocação aprovada na CPI foi uma pressão sobre Catta Preta, pois dirigida especificamente a ela, quando outros advogados também seriam, por suposto, sujeitos determinados das mesmas elucidações que a CPI, em tese, desejaria esclarecer: como os indiciados estão pagando os honorários advocatícios.
E mais clara fica a represália, quando o ato se deu logo após Catta Preta ter frustrado, no STF, a tentativa de acarear Pedro Barusco e após o juiz Moro ter tomado novo depoimento de Júlio Camargo, ocasião em que delatou a suposta propina recebida por Eduardo Cunha.
O episódio, que traumatizou a advogada a ponto de fazê-la não só renunciar à defesa dos seus clientes, mas interromper a carreira, demonstra apenas o reflexo do revólver quando alguma luz lhe bateu no cano.
Chegar a quem está na tocaia, com o dedo no gatilho, desnudaria todo o jogo bruto com que se faz a política nacional, que vive dias mais do que nervosos e rasteiros, para chegar a atitude tão temerária.
31/07/2015 10h36 - Atualizado em 31/07/2015 11h28
ResponderExcluirIlhas brasileiras são vendidas por menos de R$ 1 milhão; veja
Site de empresa canadense oferece mais de 20 ilhas no Brasil.
Transação tem regras e cobranças de taxas específicas.
Anay Cury
Do G1, em São Paulo
FACEBOOK
Se as condições da economia brasileira não têm atraído investidores estrangeiros, cenários paradisíacos, praticamente intocados, podem conseguir o truque: fazê-los desembolsar centenas de milhares de reais para adquirir sua própria ilha em território nacional, principalmente nas costas da Bahia e do Rio de Janeiro.
The Old Mill fica na Bahia e é oferecida por US$ 247.629 (Foto: Reprodução/Private Islands Online)
The Old Mill fica na Bahia e é oferecida por US$ 247.629 (Foto: Reprodução/Private Islands Online)
A empresa canadense especializada em venda e aluguel de ilhas no mundo inteiro Private Islands Online oferece propriedades brasileiras em seu catálogo de aproximadamente duas dezenas de opções. Os preços partem de US$ 250 mil e chegam até US$ 15 milhões, ou perto de R$ 47 milhões, dependendo da localização, do tamanho, e do "grau de desenvolvimento da região".
Os valores mais baixos são de propriedades sem qualquer tipo de infraestrutura e com acesso mais difícil. Para atrair o interesse de compradores aos locais inóspitos, a Private Islands sugere a construção de resorts ecológicos que, a tarifas normalmente mais altas que as médias de hotéis, oferecem a "união entre o conforto e a natureza".
Porém, apesar de as ofertas parecerem tentadoras para alguns, o processo de "aquisição" não é tão simples. Conforme explica o André Hermanny Tostes, da Tostes e Associados Advogados, as ilhas oceânicas e costeiras são propriedade da União e, por isso, não podem ser cedidas a outra pessoa sem autorização do governo.
"As ilhas podem ser dadas em aforamento, contrato que pressupõe a conveniência de se radicar na ilha o indivíduo que pretende o seu uso, mantendo-se a propriedade da União", disse o especialista. Ou seja, vende-se, na verdade, o direito de fazer uso do local. "A posse é nos termos do contrato de aforamento, em princípio permanente e transmissível hereditariamente".
Além disso, há custos para se manter uma propriedade como essa, como o foro (valor anual que se paga "pelo direito de uso") e do laudêmio (tributo que se paga quando da transmissão do uso para outro particular).
Veja as opções à venda:
Ilha de Pirichill (Foto: Reprodução/Private Islands Online)
Ilha de Pirichill (Foto: Reprodução/Private Islands
Online)
Ilha de Pirichill
Localização: Nordeste
Tamanho: 988.00 acres
Preço: US$ 20.000.000
Ilha Pousadoro (Foto: Reprodução/Private Islands Online)
Ilha Pousadoro (Foto: Reprodução/Private Islands
Online)
Ilha Pousadoro
Localização: Florianópolis (SC)
Tamanho: 26.60 acres
Preço: US$ 7.700.000
Bainema (Foto: Reprodução/Private Islands Online)
Bainema (Foto: Reprodução/Private Islands Online)
Bainema
Localização: Ilha de Boipeba (BA)
Tamanho: 158.41 acres
Preço: US$ 4.680.000
Praia do Algodão (Foto: Reprodução/Private Islands Online)
Praia do Algodão (Foto: Reprodução/Private Islands
Online)
Praia do Algodão
Localização: Angra dos Reis (RJ)
Tamanho: 29 acres
Preço: não informado
Ilha de Itaranajá (Foto: Reprodução/Private Islands Online)
Ilha de Itaranajá (Foto: Reprodução/Private Islands
Online)
Ilha de Itaranajá
Localização: Salinópolis (Pará)
Tamanho: 3.756 acres
Preço: US$ 3.000.000