O tucanato acabrunhado

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Os pífios índices alcançados pelo Governo do PSDB no Pará (22% de aprovação), pela forma como o governador administra o Estado (39%) e o grau de confiança na pessoa do governador (35%), acederam a luz vermelha no Palácio dos Despachos, que não esperava uma reprimenda tão acachapante a ponto de  colocar o paço abaixo da linha de corte da média nacional, fazendo-o amargar um dos piores governos do Brasil.

A pesquisa CNI/Ibope revela que o governo de Simão Jatene é pior do que ele mesmo e que ele mesmo é menor do que o governo que faz. Seja por precária resolutividade, seja por foco diverso, os áulicos mais atrapalham do que ajudam o governador.

Outra indicação da pesquisa é que o discurso de preparo administrativo e competência pessoal, que Simão Jatene sempre usou como fuselagem, é uma quimera se houve, e uma farsa se nunca havida.

Mas não somente motes endógenos afogam o governo: há uma variável exógena que contribuiu para a asfixia, que é a péssima resposta que a administração municipal de Belém dá às questões estruturais que exigiriam tempo.

À medida que o prefeito da capital não responde, e nem fornece índices de que, pelo menos, equaciona as urgências reclamadas, o desgaste que lhe acomete contamina o governador que foi o seu principal fiador.

A reportagem do Globo Repórter, por exemplo, sobre a péssima saúde de Belém, não estraçalha apenas o prefeito, mas idem o governador, pois a percepção recai sobre quem, em tese, possui mais poder de resolutividade.

Isso tudo não significa que o governador, e o prefeito de Belém, estejam na casa do sem jeito, pois ambos possuem a primeira e a segunda maior máquina de fabricar votos do Estado, e governos são como cobras: até mortas metem medo.

Todavia, como o Governo está sem tração em todas as rodas, acaba patinando e mais se atolando até quando acelera: falta-lhe liderança, e apetite, para a condução do processo.

O governador é uma figura assimétrica em seu próprio governo. Mesmo porque mais não seja, assim como o governo sofre por falta de gestão, os governados preocupam-se muitos mais com a dúvida da manutenção do poder do que com o que eles poderiam fazer para conseguir os meios de permanecer nele.

Comentários

  1. Análise real e verdadeira, Parcifal. Governo estadual em ladeira abaixo e sem freio.

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  2. Parsifal;

    O diretor do PSM da 14 cantava "Devaneio" antes da Globo mostrar o descaso total em que foi transformado aquele hospital; mas depois do patético "pai-nosso-de-boa-ida" (de quem mesmo), agora canta "Ninguém é de ninguém".

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  3. Não se discute a capacidade técnica do Governador, certamente, pela sua trajetória ela a tem. mas para administrar até uma quitanda, tem que ter algo mais, que dirá um estado gigantesco como o Pará.

    Disposição, capacidade de articulação, de negociação, são algumas das característica de um bom gestor. Porém, outras duas são também fundamentais:e inseparáveis: a tranparência e a humildade, tranparência para mostrar, dizer à população o que de fato está acontecendo no Estado, e não mascarar as coisas que estão tão claras no dia a dia das pessoas, a saúde precária, a insegurança pública, a escola que sucateada.
    Humildade, desde a campanha eleitoral, para reconhecer que vai ser possível fazer o paraíso. e o PSDB promete e, com a sua propagando tenta mostrar o paraíso. Se for humilde e transparente a população critica mas administra as crises junto ao governante. Porém, até para aceitar a crítica tem que ser humilde, e isso o Governador não é, que digam os casos da reporter da RBA no caso da Santa Casa e das meninas corajosas da escola de Santarém.

    O que dizer de um governante que viaja pro outro lado do mundo, num claro turismo familiar, quando no seu estado a polícia cilvil, delegados em greve, sendo a segurança, um dos principais problemas do Pará, e o que falar da saúde? e tantos outros problemas ?

    Dizem que as mentiras repetidas viram veradade, mas dizem também que o mentiroso repete tantas vezes a mentira que, até ele acredita que é verdade. A Griffo é muito competente, pelo menos aos olhos solitários do Governador e sua turma, quem sabe uma consulta no PRO - PAI oftalmológico não lhe abiria os olhos para a realidade paraense.

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  4. "indicação da pesquisa é que o discurso de preparo administrativo e competência pessoal, que Simão Jatene sempre usou como fuselagem, é uma quimera se houve, e uma farsa se nunca havida".

    Falou o que todos pensam e não conseguem uma definição tão precisa.

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  5. Infelizmente é uma realidade, os cabeças não tem compromisso e nem responsabilidades com as coisas públicas; vejamos o excelente exemplo do município de Paragobalas, hoje excelente município PARAGOMINAS reflexo de uma boa gestão, pessoas que não estão preocupadas em apenas se darem bem, como vemos no estado, cheias de empresas novas, tudo direcionado, só dá eles mesmos.

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  6. o seu texto parece uma reflexão, do chega de ser o ultimo do seu patrão,ora deputado voces tem quase 30 anos de poder neste estado o pmdb sempre teve a sua parcela em cada governo,isto quando não estava mandando no estado,portanto não vejo no seu pmdb uma alternativa pra fazer diferente do que esta ai.

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    1. O PMDB teve efetivo poder de governo no Estado, em toda a história do Pará, por 8 anos. Se você acredita que partidos que compõem bases de governos têm alguma parcela de efetivo poder na estrutura orgânica do governo, a sua visão política é ingênua e equivocada.
      Mas você tem o direito de dizer a sua opinião e fazer a sua escolha. Se não enxergar o melhor, Escolha o menos pior.

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  7. deputado o sr seria uma boa opção,mas não me venha com ana julia e nem os barbalhos, ja chega de dinheiro pra criar perereca.

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  8. Sempre votei, e vou continuar votando nos candidatos do PSDB. Até mesmo por inércia, por absoluta falta de quadros confiáveis para dirigir este estado, tão grande e plural como muitos países. A experiência nefasta do PT, via Ana Júlia, não pode se repetir.
    Mas Parsifal, tenho que concordar com sua opinião: o Jatene tá ruim de doer. Como se diz na minha terra: ruimmmmm demais. Se não melhorar muito, corre sério risco de entregar o Estado do Pará de volta para os Barbalhos. Deus que nos livre e guarde.

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    1. Anônimo 13:12;

      "Quadros confiáveis"

      Quando vejo a Índia mandando um foguete para marte e a China desembarcando um 'rover' na lua; quando vejo que até o Irã já consegue fazer vôos espaciais orbitais e trazer de volta vivos os animais embarcados em seu foguete, penso no Brasil (que desde a minha juventude aposta no futuro) e desconfio de tudo aquilo que me foi apresentado até hoje como "quadros confiáveis" eram rãs vaidosas no fundo de um poço.

      E não é diferente com o seu governador Simão Jatene, que em seus discursos políticos repetiu trilhões de vezes a tese da verticalização da economia no Pará, com agregação de valores e geração de emprego. Importamos hoje até farinha de mandioca. O ferro sai daqui sem nenhuma transformação; o boi sai daqui para o Líbano sem nenhuma transformação; os supermercados já começaram a importar peixe do Alasca e da China. Sinceramente não vejo em que esses "quadros confiáveis" estão mudando a economia do Pará.

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  9. Duvideo-do se o governo da ana julia foi pior do que o do jatene duvido. se nem os prefeitos esquecem como ela operava,imagine a população dos rincoes deste Parazão.

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  10. O Jatene quando fala parece que está recitando algum texto tirado do imaginário. É puro delírio do governador. Parece que ele fala para si próprio como se estivesse festejando suas proprias ideias.

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  11. A democracia respeita a regra da mudança de poder. Há 24 anos o PMDB não apresenta uma locomotiva para comandar os vagões. Agora tem. Ajudou eleger o PSDB e o PT. Desta feita o momento está apropriado para a vitória do PMDB, com ajuda do PT e outros partidos que formarão a base de um novo governo.

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