Na postagem, Propagandas enganosas, recebi um depoimento que, embora anônimo, pela leitura é possível intuir que feito por alguém que conhece o que escreve, por isso, achei por bem trazer à luz, para discussão:
“Parsifal,
Matéria do Diário do Pará publicada na edição de ontem, leva a público a insatisfação do Sindicato dos Médicos em relação ao que chamam "a superlotação de pacientes na Santa Casa e a sobrecarga de trabalho".
O normal é que a Santa Casa esteja superlotada de pacientes e não aceitar isso é o mesmo que fechar novamente os portões e deixar mulheres parindo na calçada, bebês morrendo sem internação, e fornecendo notícias alarmantes para os telejornais - inclusive o próprio Diário.
O Conselho Regional de Medicina e o Sindicato dos Médicos estão pugnando por um sistema de prestação de serviços cada vez mais focado nos interesses de sua classe. O corporativismo médico vem focando apenas em um único objetivo: o enriquecimento do médico. Às favas com a ética e o bom senso.
O principal exemplo dessa nova tendência perversa na medicina do Pará é o H. Porto Dias, cuja urgência ocupa um "escondidinho" na Av. Almirante Barroso, propositalmente planejada para demorar de 3 a 4 horas na recepção de pacientes, peneirando apenas os casos graves - estes sim lucrativos. Muitos pacientes não aguentam a espera e se retiram.
Há 10 anos um paciente cardíaco passando mal era atendido em 5 minutos por um plantonista com especialidade em cardiologia no SOCOR ou no INCOR; hoje a situação é diferente; se for no H. Porto Dias, pode demorar uma hora ou mais até o profissional em "sobreaviso" acorde, tome banho, vista e roupa, dirija até o hospital, estacione e se encaminhe para a sala de urgência. Se for no serviço público, mais de uma hora, até que o paciente procure outras unidades básicas abertas, para ser encontrado um clínico, para ser constatada a gravidade e então realizado o encaminhamento para o HC.
Pergunta-se: e quem não resistir? Azar! Morra! Pergunta-se novamente: e os especialistas por que não tiram ao menos dois ou três plantões no mês. É uma questão de status. Após certo tempo, vão fazer parte do filé do serviço: consultórios cheios, consultas vapt-vupt, centenas de exames complementares (necessários ou não) sendo capitalizados pelos próprios em parceria com o hospital, cirurgias "complexas" nas quais eles cobram até a luz do sol que entrou no quarto, etc - isso nos pacientes que não tiveram o azar de morrer antes. Tanto faz.
O público usuário de serviços de saúde privados em Belém hoje é atendido nas urgências por novatos sem nenhuma especialização (e muitas vezes sem nenhuma experiência). Daí o ponto-de-vista paradoxal que os mesmos têm em relação à Santa Casa.”.
Gravíssimo!!.... mas como tudo se resume a ganhar dinheiro e pagar impostos.... o quê o fazer né?
ResponderExcluirOutro dia tive uma crise de dor na coluna (hérnia de disco) e fui até o sumerpermercado de doenças Porto Dias. Fiquei sentado, gemendo de dor, na sala de espera e triagem por uma hora e meia pra ser atendido. Os médicos e enfermeiros, sobrecarregados fizeram o atendimento em tempo record. E ainda com o direiro de estourarem um veia de minha mão no momento da aplicação do medicamento. O médico sequer passou na sala de procedimentos para reavaliar meu caso. Voltei pra casa drogado temporariamente. Essa é o padrão de qualidade nos atendimento nesses shoppings.
ResponderExcluirO MPF cobra explicações do Governo do Pará sobre a matança de crianças na Santa casa. Enquanto o MPE...
ResponderExcluirA postagem é perfeita. O corporativismo médico está cada vez em crescimento.Agora são as cooperativas das especialidades que crescem cada vez mais: a dos anestesistas, dos neurologistas e, em breve a dos pediatras e neonatologistas. Pobre de nós de planos privados e usuários do SUS. O Sindmepa e CRm querem é que morramos. Que venham os médicos do fim do mundo para mudar o curso dessa história perversa de corporativismo.
ResponderExcluirAbaliação real, haja vista que na UTI do hospital belem
ResponderExcluirEstá um verdadeiro caça níquel, o idoso chega ao
hB com problema de intestino, e falece de falência
Multipla dos órgãos, todo mundo reclama do tratamento
Com os idosos mas nada adianta e o conselho
De medicina não faz nenhuma investigação
Deputado, definitivamente essa pessoa não conhece sobre o que escreve. Ouviu o galo cantar e não sabe onde. A Porto Dias é mercantilista porque não paga seus médicos - dá calote. E o médico obviamente é quem perde com o calote. O pronto atendimento da Porto tá cheio, entre outros motivos, porque tem gente que vai consultar no pronto socorro e não por motivo de urgência. E as pessoas vão consultar no Pronto Socorro porque a consulta de convênio dura 5 minutos. E a consulta de convênio dura 5 minutos porque custa 10 reais líquido ao médico (retirado imposto, o retorno que não paga, o salário e encargos da secretária, energia, telefone, material de consumo). Quem cobra até a luz do sol são os donos da Porto Dias nas cirurgias complexas. Vá ver quanto recebe o médico. Quem ganha muito com as cirurgias complexas, além dos donos do hospital, é o fornecedor do material. Quanto a médicos sem ética e sem bom senso, existem com certeza, mas só poderemos separar o joio do trigo quando a remuneração for digna, compatível com a complexidade da função. Aí sim, os empregadores (públicos ou privados) poderão cobrar qualidade. É fato. O resto é diagnóstico equivocado como o do post atual.
ResponderExcluirA MANGA QUE CAI NA MANGA DA CAMISA NÃO É USADA NO LAMPIÃO
ResponderExcluirParsifal
Tenho dois bons exemplos do que acontece com quem exerce medicina no Brasil, um recente e outro da década de 80.
Na década de 80 estávamos eu e mais três amigos jogando tênis no Ideal Clube quando um deles foi avisado por alguém da secretaria do Clube que haviam ligado solicitavam sua presença na Casa de Saúde São Raimundo, na época o hospital da elite cearense.
Ele interrompeu o jogo se dirigiu ao hospital em menos de meia hora estava de volta e nos convidou para almoçar por conta do paciente que o fizera abandonar o jogo, um dos convidados perguntou por que ele fora e voltara tão rápido, sua resposta foi que não era nada de grave, haviam solicitado sua presença apenas para assinar a alta do seu paciente.
Ouvindo a conversa eu lhe perguntei, Claudio tivestes a cara de pau de cobrar para assinar uma alta? Ele confirmou a cobrança justificando que sua presença todo de branco na quadra de tênis era de um mero jogador e sua presença com a vestimenta branca no hospital era de um medico trabalhando por isso deveria ser remunerado!
Semana passada fui para Fortaleza assistir o jogo do Brasil, no hotel Marinas onde fiquei encontrei Assis um amigo medico formado na mesma turma de minha ex esposa, colocando o papo em dia soube que ele mesmo morando em Fortaleza tinha se hospedado no hotel Marinas para conseguir autógrafos dos jogadores!
Sabendo de sua situação de penúria como medico que nunca havia conseguido comprar um lugar para morar em décadas exercendo a medicina pergunte se não era muito fanatismo gastar 480 reais por dia só na diária fora outros custos apenas para conseguir autógrafo de jogador?
Ele com cara de riso me fez ver que não era tanto fanatismo, oito anos atrás tinha feito uma parceria com um irmão no fornecimento de cocos para as barracas de praia, seis meses depois dessa sociedade largou a medicina para se dedicar ao negocio que evoluiu para fornecimento também massa e pata de caranguejo, hoje juntamente com o irmão era proprietário de duas posadas uma em Majorlandia e outra no Paracuru ainda atendendo algumas barracas, assim podia se da ao luxo de trocar três diárias de uma das suas pousadas por uma do Marinas!
Fiquei pensando o meu amigo Claudio agia de modo mercenário ou valorizava seu diploma ao extremo e o Assis levou décadas para saber que seu diploma não era valorizado, lembrei então que o pai do Claudio era um medico conceituado que ao se aposentar deixou seus clientes para ele e o Assis interiorano de Itapagé escolhera a medicina atrás do prestigio que tem um medico do interior, mas esqueceu de retornar ao interior para concretizar tal objetivo!
Parsifal as faculdades de medicina no Brasil deveria deixar de querer que todos os alunos tenham conhecimentos de clinico geral, os prefeitos deveriam honrar o salário do medico que contrata e NUNCA deveria haver adicional por produtividade, no Brasil não faltaria medico se houvesse valorização da profissão, agora contratar medico que não dominam nossa língua e nada saibam de nossas gírias é falar para surdo, como eles poderão entender integralmente a “Historia do Paciente”?
Em um hospital paciente e medico conversam.
- Doutor por que tenho que lhe dar o cheque do pagamento da cirurgia antecipado corro o risco de morrer?
- O risco de você morrer é mínimo, eu não quero é correr o risco do seu cheque dado o valor não ter fundo!
((((MCB))))
Mestre Chico Barão;
ExcluirA diferença sócio-econômica entre os dois médicos de sua crônica é de fato o "X" da questão. Aparentemente o enriquecimento distancia o profissional da humanização que a profissão pede, enquanto que a simplicidade não o torna convincente (mais do que capaz) aos olhos dos que precisam. Como dizia minha professora, "trabalha melhor quem não é todo pau nem todo tijolo".
Claro como água cristalina, o fator riqueza torna o medico mercenário e quem abraça apenas a profissão acaba abandonando a carreira,mas sempre existe alguém para provar que as duas coisas podem ser conciliada! Um medico de renome professor da UFC era dono do café Mucuripe detinha 75% das ações da Coca Cola no Ceará mais vários imoveis (só em volta da principal praça de Fortaleza a Praça do Ferreira tinha onze)fazia atendimento gratuito na Igreja das Missionaria vizinha de sua casa alem de atender a população pobre pela manhã em seu sitio nas Cajazeiras, não deixou nem um dos nove filhos seguir sua profissão e ao morrer em 1973 nos EUA de problemas na sua especialidade seu corpo foi velado por familiares, empregados, alguns amigos, mas o local estava lotado as irmãs tiveram o cuidado de avisar as pessoas que ele atendeu de sua morte e as pessoas carentes na localidade onde tinha seu sitio também compareceram maciçamente só então seus colegas da UFC souberam seu real valor em relação a sua profissão e hoje seu nome Alber Furtado de Vasconcelos batiza o laboratório de medicina da UFC!
ExcluirUm fato interessante é que ele reuniu os filhos e os orientou como proceder caso ele morresse antes de sua esposa e avisou a esposa que morreria em menos de seis meses, um fato sábio orientou os filhos e avisou apenas a sua esposa de sua morte certa!
Será que não foi exercer sua profissão de maneira coerente cobrando de quem podia pagar e consultando de graça a quem não podia até nos seus dias de lazer que o tornou rico abençoado por Deus?
Sei dessa historia porque ele era o pai do meu amigo Fernando Vasconcelos que ainda na infância passou a proceder como se fossemos irmãos e que passamos até hoje o Natal ou o Ano Novo um na casa do outro apesar dele morar em Fortaleza e eu em Belém!
Parsifal, se esse problema esta assim na capital onde esta a sede do governo imagina no interior, aqui em Abaetetuba tivemos um hospital fechado,e o Sefer esta na eminência de fechar o dele por falta de parceria com o poder publico,e o único hospital publico é deficitário,cade o hospital regional prometido pelo Jatene? se o povo daqui for pra rua reclamar vai ficar pelo menos duas décadas sem voltar pra casa, tá curuel!!!!!!!!!!
ResponderExcluirSei lá, em julho de 2011, fui paciente no HPD, na segunda consulta de emergencia a internação foi indicada, recebi cuidados por oito dias, a auditoria do PAS visitou-me por duas vezes, fez perguntas sobre o atendimento e sobre a estrutura inclusive a comida. tudo tranquilo na enfermaria. Sei não acho que dei sorte.
ResponderExcluirTudo bem, mas, considerando a magnitude do problema da saúde pública no Brasil, a importação de mil médicos cubanos como solução parece piada sem graça. Diante da precariedade ou inexistência de hospitais adequadamente equipados no interior do país, como eles vão curar os doentes? Ministrando-lhes intermináveis sessões de "dialética marxista"? Essa eu queria ver...
ResponderExcluirSeu argumento tem procedência eventual. Colocarei no FrontPage na quarta-feira, para discussão? Se desejar se identificar seria ótimo, para eu dar o devido crédito.
ExcluirMais não era o Jatene que iria revolucionar o Pará, a revolução ele está fazendo mas pra pior, e enquanto isso o Pará está parando.
ResponderExcluirPovo do Pará está na hora de tirarmos esses bandos de assassinos do poder porque se não fizermos isso não teremos mais lugar para sepultarmos tantos inocentes que esses bandos de despreparado estão assassinando.