Pular para o conteúdo principal

Mas que moda é essa?

Shot004

Uma operação conduzida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na Zona Leste de São Paulo flagrou, na terça-feira (19), em uma oficina de costura que confeccionava peças para a Emme, Cori e Luigi Bertolli, representadas pela GEP no Brasil, 28 trabalhadores em condições análogas a escravos.

Os trabalhadores, que confeccionavam para um terceirizado das marcas citadas, eram todos bolivianos e o estabelecimento era clandestino, aproveitando-se da vulnerabilidade de imigrantes, também clandestinos, para lhes aviltar a mão de obra em troca de subsistência.

> Virou moda

Os flagrantes de trabalho escravo no mundo da moda são numerosos no Brasil e é fato mais que sabido em S. Paulo que há um enorme tráfico de trabalhadores latinos usados como mão de obra escrava por brasileiros, enquanto que grande parte dos imigrantes legais da China trafica seus próprios compatriotas para lhes prestar serviços, em condições similares à escravidão.

Shot003

A GAP Internacional, proprietária das marcas citadas, com matrizes nos EUA e Inglaterra, com certeza sofrerá sanções nos respectivos países, que, para coibir a comercialização de produtos advindos de mão de obra aviltada, obriga as empresas com sede em seus territórios a fiscalizar seus representantes e terceirizados em qualquer parte do mundo e impõem pesadas multas se na cadeia de produção ocorrer o que foi flagrado no Brasil.

Os costureiros declararam aos fiscais do MTE que recebiam de R$ 4 a R$ 5 por peça. “Quanto mais peças costurarmos, mais dinheiro ganhamos, então preferimos não parar”, afirmaram os bolivianos.

Shot001

A Cori foi uma das grifes que abriu os desfiles da São Paulo Fashion Week na semana passada.

A última foto é de Anali Dupré, que acompanhou a operação do MTE em S. Paulo.

Comentários

  1. Este é o nosso capitalismo fashion.

    ResponderExcluir
  2. Nossa situação, também não é das melhores dep. Parsifal

    www.apublica.org/2012/10/educacao-trabalho-infantil-amazonia/


    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Infelizmente isso ainda é "moda" no Pará e na maioria dos estados do Norte e Nordeste do Brasil. Oportunamente farei uma postagem sobre o assunto.

      Excluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

O HIV em ação

A equipe do cientista russo Ivan Konstantinov arrebatou o primeiro lugar no “International Science and Engineering Visualization Challenge”, um concurso que premia imagens científicas da forma mais verossímeis e didáticas possíveis. Abaixo, a imagem em 3D do mortal vírus da Aids (HIV), em laranja, atacando uma célula do sistema imunológico, em cinza. A tática do HIV é se estabelecer dentro da célula, sem destruí-la. Na imagem abaixo foi feito um corte para mostrar o HIV já estabelecido no núcleo da célula imunológica, usando-a para se reproduzir, expelindo mais vírus que atacarão mais células imunológicas para torna-las hospedeiras, por isto o sistema imunológico do portador do HIV fica reduzido. As imagens foram retiradas do portal russo Visual Science .

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.