O Ministério Público Estadual está em convulsão desde a primeira eleição para a sucessão do procurador-geral de Justiça, Antônio Barleta, vencida pela procuradora Graça Azevedo que, nomeada pelo governador, foi vítima fatal de um acidente de trânsito antes de tomar posse.
Em nova eleição, Marco Antônio das Neves, que fora derrotado por Graça Azevedo em dezembro, venceu, por 183 votos, a disputa contra Ubiragilda Pimentel, que obteve 105 votos.
Mas a convulsão seguiu: Ubiragilda Pimentel insurgiu-se contra o resultado eleitoral, alegando que um procurador de justiça que votou não estava habilitado para exercer o direito.
A nomeação e posse do procurador Neves foi suspenda e findo o mandato do procurador-geral Barleta no meio do imbróglio, o decano procurador Manoel Santino assumiu o cargo até a solução do impasse.
> Gases tóxicos
Enquanto isso, as convulsões intestinas do MPE eivam-se em gases tóxicos que ebulem e vazam: uma versão corrente no casarão da Praça Felipe Patrone é a de que Manoel Santino teria conspirado com Ubiragilda Pimentel para, mesmo em uma interinidade breve, pendurar o próprio retrato na parede do gabinete do procurador-geral.
Se assim foi, e de qualquer maneira, o esperneio da procuradora Pimentel já vai longe e o imbróglio já deu mais certo do que se poderia esperar.
> Poucas chances de anulação
A chance do plano se tornar um fato consumado é remota, desde que quem julgue a pretensão de anular a eleição tenha a cabeça sobre o pescoço, às mãos a legislação eleitoral correlata e saiba fazer operações básicas de soma e subtração.
Para que se anule uma eleição, na circunstância posta, é necessário que o vício tenha influído decisivamente no resultado final. Como se alegou um único voto indevido e o vencedor teve 78 votos sobre a segunda colocada, o corolário que pode surgir do vício alegado é que o vencedor teve “apenas” 77 votos de vantagem.
> Petição eletrônica
Para tentar por termo à pindaíba ética que se instalou no MPE, alguns procuradores assinaram uma “Carta Aberta” à procuradora Pimentel, pedindo-lhe a desistência do recurso, e postaram uma petição eletrônica intitulada “Desiste Gilda” que pode ser assinada aqui.
O negócio não é só esse voto não. A má perdedora diz que ocorreram seminários com os promotores da área criminal em período em que isso é vedado. E o pessoal por trás dessa petição são os promotores que participaram desses seminários. Aliás, a própria Ubiragilda participou desses seminários, sem manifestar nenhuma oposição.Esse é o MP do Pará: alí, todo mundo tá errado.
ResponderExcluirA coisa fica mais grave ainda tendo em vista a relação umbilical que Manoel Santino possui com o PSDB pois foi secretário de Estado no governo Almir Gabriel e sua esposa a Desembargadora Luzia Nadja é a atual Presidente do TJE.
ResponderExcluirQue coisa feia, isto me faz lembrar meu tempo de criança quando o dono da bola sempre tinha lugar em qualquer time de pelada pois se não tivesse esta titularidade não tinha jogo porque levava a bola para casa. Uma vergonha Gilda!
ResponderExcluirAchei bonitinho a comparação do anônimo sobre o dono da bola, porém, sob e sobre qualquer circunstância, não se joga uma instituição séria na vala comum. Essa "raivinha" deixa a sociedade civil, que acredita no MP, perplexa. Prefiro lembrar da mulher de César: não basta parecer séria, tem que que ser.
ResponderExcluirEnquanto isso a população esta a mercê da má sorte, sem justiça, sem a proteção das leis..., quem gosta disso e tira proveitos, são os gestores públicos políticos que aproveitam para aumentar seus faturamentos, as licenças ambientais são negociadas a revelia, os órgãos fiscalizadores abastecem seus caixas, o meio ambiente vai se exaurindo, e a população a cada dia se afundando..., que vergonha para as promotorias de injustiça, que deixaram sua autonomia para fazer parte do sistema!
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