Rede Celpa: transação obscura

Shot003

Mesmo vencido o prazo (segunda-feira, 24) assinado pela juíza Maria Filomena Buarque, para que a Equatorial Energia assumisse o compromisso de comprar a Celpa, essa, no final da tarde de ontem, apresentou a proposta de compra pelo valor de R$ 1,0.

Na verdade, caso se concretize a operação, que ainda precisa ser apreciada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e pela Aneel, a Equatorial Energia assumirá uma dívida, que segundo o administrador judicial alega, passa dos R$ 3 bilhões.

> Negócio obscuro

O arremate da operação ainda é obscuro. O fato relevante publicado ontem (25) à noite pela Equatorial é uma nota tosca, sem detalhe algum sobre a operação. A falta de transparência do negócio deixa questões a serem esclarecidas:

01. A Equatorial Energia poderia exercer a opção de compra mesmo depois de vencido o prazo judicial para que ela o fizesse?

02. O depósito de R$ 350 milhões exigidos pelo juízo da recuperação judicial foi efetivado?

03. O Grupo J&F, que manifestou interesse na compra e aguardava o final do prazo concedido à Equatorial para fazer a sua proposta não foi solapado na sua pretensão já que a investida da Equatorial se deu a destempo?

04. As exigências feitas pela Equatorial Energia, que a princípio não poderiam ser atendidas, foram concedidas em um acerto marginal às deliberações da Aneel e dos credores?

O diretor da Aneel, Romeu Rufino, afirmou à Reuters que “pretende concluir até 30 de outubro a votação das pendências para a transferência do controle da Celpa, para que a Equatorial assuma a empresa a partir de 1° de novembro”.

05. Como ocorre que, depois de 24 horas da deserção da Equatorial Energia da compra, se tenham feito todas as negociações que encorajaram a empresa a recompor a oferta?

> A saber

A Celpa tem quase 2 milhões de consumidores, e mantenedores, no Pará, opera uma distribuição que não é propriedade dos credores, tampouco dos controladores e sim uma concessão do Poder Público.

Os proprietários dessa concessão, você é um deles, precisam cobrar mais luz nesse negócio e não apenas se darem por satisfeitos por acharem que, ao cabo, continuará havendo energia em uma das fases.

Caso o contribuinte não comece a exigir transparência nessas tenebrosas transações, corre o risco de, daqui a uns 10 anos, ver novamente a distribuidora ser vendida por mais um real.

> E as responsabilidades?

E como ficam as devidas apurações das responsabilidades penais  da diretoria do Grupo Rede, que por gestão temerária derrubaram a distribuidora em um indébito bilionário?

Comentários

  1. Pagamos R$ 450 milhões pela venda da estatal lucrativa e organizada Celpa e o dinheiros evaporou. Continuamos pagando por uma das tarifas mais caras do país e sofrendo com a precariedade de uma avacalhada e caloteira. E agora os ex-proprietários privados vão ficar impunes com todo esse desvios e recursos?!É por essa e por outras que a impunidade impera neste estado. Até o dia em que o povo não aguente mais e comece adotar práticas mais violentas contra os podres poderes.

    ResponderExcluir
  2. Marcelo Guedes26/09/2012, 10:27

    A Celpa, que já valeu tanto, foi vendida mais barata que o ex-mai-love da Gaby Amarantos.

    ResponderExcluir
  3. Deputado lute para que os mais de 300 milhões de ICMS que a Celpa deve ao Estado do Pará não vire po. Remember caso CERPASA...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Popular Posts

Mateus, primeiro os teus

Ninho de galáxias

O HIV em ação