Pular para o conteúdo principal

Pesquisas online são 100% manipuláveis e 100% imprestáveis

Shot007

O portal IG, para alavancar acessos na sua página de entrada, vem realizando pesquisas online.

Na mais recente perguntou "qual presidente fez mais pelo país?". Venceu o tucano FHC, ficando Lula em 2° lugar:

Shot009

Diz o IG que a pesquisa é "baseada no conceito real time", desenvolvido pela "IBT, empresa que pertence à Brztech", o que não quer dizer coisa alguma: todas as pesquisas online são 100% manipuláveis pelos usuários e por isso 100% imprestáveis.

> O processo de votação online

O foco aqui não é discutir se o FHC foi, ou não, melhor que o Lula, mas expor a ingenuidade tecnológica de se procederem a enquetes pela internet.

Qualquer urna virtual que se desenvolver vai ter que se basear em uma identidade para computar o voto e não deixar, com a mesma identidade, repeti-lo.

A identidade virtual é o IP (Internet Protocol), um número de 11 unidades que pode ser fixo ou dinâmico. Se fixo ele não será mudado em quantas conexões se faça; se dinâmico ele pode mudar toda vez que se entra na rede.

> Motores que mudam o IP automaticamente

Os scripts de votação gravam o IP do voto recebido e o impedem, por um intervalo de tempo, de votar novamente. Passado o intervalo o IP é liberado, mas quem não quiser esperar o intervalo instala um script que, automaticamente, desconecta o PC e reconecta-o com um IP diferente. Pronto: em menos de 1 minuto a mesma pessoa poderá votar de novo, e assim sucessivamente quanta vezes quiser.

E por que o IP usado para votar não é impedido por toda a duração da pesquisa? Por que 95% dos IPs são dinâmicos, ou seja, os servidores de nomes podem dar a mim hoje o mesmo IP que deram a você ontem e se ele estiver impedido eu não poderei votar e isso, também, seria um elemento a mais para tornar a pesquisa falaciosa.

> Manipule à vontade

Portanto, em qualquer pesquisa online, quem quiser aparecer "bem na foto", convida os amigos a baixar um motor de troca de IPs (há centenas na net) e orienta-lhes a votar repetidamente até o fim da brincadeira.

Admira-me o IG, um portal que não precisaria desses artifícios para aumentar pageviews, prestar-se a uma figuração do tipo

Comentários

  1. Toda pesquisa é manipulável, principalmente as que são regiamente pagas aos ibopes, vox populis, census, datas folhas e quejandos. Não confio em nenhuma delas. Nem perco tempo com elas.

    ResponderExcluir
  2. Este é o futuro das pesquisa, on line. Os políticos terão pesquisas mais baratas e mais confiáveis, sem precisarem combinar com os amigos! Políticos o futuro os aguarda! Mas precisamos de acesso para todos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Creio que poderá ser, mas não é de simples implementação. Em primeiro lugar todas as pessoas teriam que ter um IP fixo (a identidade virtual) o que não é de difícil elaboração se a rede se tornar universal e com largura de banda minimamente razoável. Seria necessário, ainda, aumentar as unidades de IP, hoje com 11, para cerca de 16 (Já já IPs com 12).
      Depois seria necessário a escrita de um algoritmo (com chave de encriptação máxima), com capacidade para manejar um banco de dados compilado com todos os IPs fixos dos eleitores, divididos por sexo, idade, escolaridade, estratificação social e micro-geográfica (para que o sorteio aleatório dos grupos pesquisados fossem calculados, dando margem de acerto estatístico à base consultada).
      Por fim, as consultas não poderiam ser voluntárias (eu ligar o meu PC e ir votar em quem eu quiser) e sim invasivas: eu ser, pelo meu IP, preenchendo os requisitos de sexo, estratificação social, escolaridade e localização micro-geográfica, convidado a votar (através de um pop-up, por exemplo) e em não concordando (como ocorre nas pesquisas presenciais) o sorteio ser refeito para a próxima consulta, com alguém que preencha os mesmos requisitos da base.
      Há que haver ainda uma forma de identificação virtual (um leitor de digitais ou de íris) na ponta (no PC do votante) para assegurar que a pessoa pesquisada não está usando o IP de outrem, indevidamente.
      A universalização disso tudo, em função de impedimentos econômicos e tecnológicos, creio, é um futuro possível, mas distante.

      Excluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.

Campanha para nomeação de Defensores Públicos aprovados em concurso

Os aprovados no concurso da Defensoria Pública do Pará, em 2009, labutam pela nomeação e, às vésperas da expiração do prazo do concurso, 23.07.2011, iniciam uma campanha para não terem as suas expectativas frustradas. No concurso de 2009 foram aprovados 148 candidatos, dos quais 56 foram nomeados e 92 aguardam nomeação. Por emenda da deputada Simone Morgado, o Orçamento do Estado, para 2011, prevê dotação para a contratação de 45 Defensores Públicos. A Defensoria Pública do Pará está recebendo, desde janeiro deste ano, os repasses financeiros já acrescido o valor da emenda citada, mas, até o momento não notificou os aprovados para nomeação, assim como não dá explicação alguma da não providência. Dos 144 municípios do Pará, 83 não possuem Defensores Públicos. Das 117 comarcas instaladas no Pará, em apenas 65 há Defensores Públicos lotados. O Grupo de Concursados requer a nomeação dos 45 Defensores Públicos para os quais o órgão possui dotação orçamentária e recursos financeiros para c...