Alguns comparam a carga tributária aplicada em economias de primeiro mundo com a do Brasil e, em cotejo, esculacham os serviços nacionais.
> Triplicar o PIB
A comparação não tem fundamento: para que o Brasil tivesse a excelência dos serviços públicos que as economias comparadas oferecem, teria que triplicar a arrecadação.
Como não há como triplicar a carga tributária, seria necessário triplicar o PIB, portanto o nó não está na carga e sim na base sobre a qual ela arrecada.
> Por um Estado menos ineficiente
Como não é possível triplicar o PIB com ilusionismos contábeis o Brasil poderia cuidar - com a mesma disposição que maneja o aquecimento da economia - da eficientização da administração pública, para mitigar o déficit entre o que a nação precisa e o preço que ela pode pagar para ter.
> Política de endividamento
Como dispor crédito e diferir impostos é uma forma fácil de compensar ineficiência, a União lança mão das duas coisas sem cerimônias, não se importando com quem vai estar na canoa quando o banzeiro virá-la, ou acreditando que pode fabricar remanso para sempre.
> Endividamento dos estados
Essa semana a Assembleia Legislativa do Pará autoriza mais R$ 2 bilhões de endividamento ao Estado. No governo anterior a quantia autorizada foi similar. Os investimentos referentes, embora de necessidades indiscutíveis, não têm, stricto sensu, o retorno respectivo que corresponda à quitação do débito assumido.
Os estados brasileiros, com duas ou três exceções, vivem a mesma síndrome de ensilamento de mão única: tomam dinheiro baseados em uma artificial capacidade de endividamento, sem espiar o estoque da dívida já na tulha e se, quando as duplicatas vencerem, haverá capacidade de pagamento.
> Um dia a casa cai
Agora se é para não pagar e ir rolando a conta até a tulha vazar (na Grécia e na Espanha os grãos foram ao chão), preparem-se as gargantas das gerações vindouras para gritar socorro.
Será que os honoráveis senhores da República acham que as nossas commodities vão durar para sempre?
Análise acertada. Parabéns, deputado.
ResponderExcluirO Estado do Para, especificamente, não deveria estár nessa situação. Afirmo isso porque quando da votação da Lei Kandir todas as árvores, peixes, rios, indios, etc sabiam que iríamos ficar pobres de marré. Por que um Zenaldo da vida votou contra nos? Por que ficamos calados, todos nos?
ResponderExcluirComo no FADO TROPICAL de Chico Buarque de Holanda, na estrofe que diz:
ResponderExcluirAi, esta terra ainda vai cumprir seu ideal:
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal!
Eu hoje acresceria, Uma imensa Grécia, uma imensa Espanha, etc.
Sua análise é perfeita.