Época: Cachoeira “plantou” na imprensa as denúncias contra ex-diretor do DNIT

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A revista “Época” revelou ontem (20) um dos capítulos do “Caso Cachoeira”. Em uma gravação, feita da PF, o “empresário de jogos” Carlinhos Cachoeira se jacta de ter articulado para degolar Luiz Antonio Pagot do cargo de diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Na gravação Cachoeira confessa ao diretor da Delta para o Centro-Oeste, Cláudio Abreu (que por tudo o que já ouvi das gravações era um lugar tenente de Cachoeira na Delta) , que "plantou" informações contra Pagot na imprensa.

A partir das informações repassadas por Cachoeira à imprensa essa publicou uma série de reportagens cuja repercussão inicial foi a queda de Pagot e acabou por derrubar o próprio ministro dos Transportes, o senador Alfredo Nascimento (PR-AM).

> Pagot usa o episódio como álibi

O ex-diretor do DNIT, ao saber da gravação, apressou-se em usar as inconfidências de Cachoeira como uma espécie de habeas corpus, alegando-se inocente de todas as acusações perpetradas contra ele, apresentando-se como vítima de “uma negociata entre uma empreiteira com um contraventor”.

Pagot declara que a Delta tinha razões de querer vê-lo fora do DNIT, pois além de ter aberto um processo administrativo contra a empresa por irregularidades materiais em obras, ainda obrigou-a, em outra ocasião, a refazer a pavimentação da BR-163, por ter constatado que o concreto aplicado na obra tinha espessura menor que o contratado. Na ocasião, segundo Pagot, o deputado Wellington Fagundes (PR-MT) “pressionou para que o Dnit fosse menos exigente com a Delta”.

> Os porões da República

A revelação ratifica o que já se sabe desde o império: a promiscuidade entre os governos e os grandes grupos de capital que fazem a “gentileza” de financiar campanhas para receber depois com altíssimos juros.

O fato de Cachoeira ter “plantado” as notícias sobre as impropriedades no Ministério dos Transportes, não significa que elas sejam inverídicas: o “empresário de jogos” tem informações privilegiadas sobre a República pelo simples fato de fazer parte dos seus porões e seria ótimo se ele resolvesse “plantar” tudo o que sabe.

Clique na imagem para ler a reportagem da '”Época”.

Comentários

  1. Calma Parsifal. Deixa ver se entendi direito. Até onde sei "plantar informação" quer dizer inventou, criou, mentiu, falsificou, espalhou inverdades ou estou errado.
    Abrir o bico de um segredo não tem haver com plantar, tem haver quebrar a confiança, delatou, dedou, apontou o erro quando não podia fazer.
    Afinal de contas, o que esse senhor anda espalhando é mentiras ou são "arapongagens" ilícitas muito bem maquiadas pela grande imprensa vendida com intuito de adentrar nos poderes da república.
    Qualquer forma, independente do angulo que se olhe, se for isto mesmo, é muito justo que o Dep. Protogenes disse: não se pode confundir jornalista com bandido, se é jornalista não é bandido, e se for bandido não pode ser jornalista.
    É caso pra se refletir. Ainda bem que só lei essas imundices pra me informar, eu já perdi a fé que existe imprensa séria no Brasil. Hoje eu leio de tudo, mas só confio em 5% das informações que são publicadas, quase sempre de 2x1, o cara se vendeu ou ele não faz ideia que tá escrevendo, e as vezes, as duas coisas, publica só pra ganhar o "jabá". Pouquissímas coisas tem qualidade, hoje dá pra contar no dedo quais produtos jornalísticos tem compromisso com a verdade e não com o patrocinador.

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    1. É exatamente dessa forma que a leitura tem que ser feita: é o que se chama de leitura crítica, pois o fato de estar escrito não significa que seja verdade e tudo o que se lê é uma versão do fato através dos olhos e dos interesses de quem escreve e publica. A imprensa é isto: um sumo dos interesses particulares do dono da mídia que se confundem, ou não, com os interesses dos patrocinadores. Não existe imprensa imparcial porque não existem pessoais imparciais.
      Quanto ao plantar: não é possível plantar castanha e nascer bacuri. Não entenda o "plantar" aí com o jargão policial, que usam do artifício de "plantar" drogas, ou o que o valha, no "bolso" de alguém para incriminá-lo.
      Não posso me dar à ingenuidade de achar que o DNIT e um santuário e o Pagot era ali o incensador de orações. Portanto, a minha opção é acreditar que o que Cachoeira "plantou" é a verdade: os bandidos sempre têm valiosas informações do crime que os mocinhos ignoram e essas informações sempre vêm a tona quando eles brigam ou passam a ter interesses difusos.

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    2. Eu já vejo de outra forma, mas no mesmo sentido que falastes.
      Plantar, eu entendo que, "sabes" (naquele velho esquema de fofoca trocada) que um amigo teu trai a mulher com uma colega de trabalho. Prova, prova, prova mesmo ninguém tem, até porque eles são "discretos". Contudo, quando um quer fazer mau, basta pegar qualquer biscate do meio da rua e chegar na repartição e dizer que é namorada do cara e quer falar com ele, pra aquela desconfiança toda virar certeza. Depois, as fofoqueiras de plantão e os mau intencionados, podem afirmar de pé junto sempre soube que eles eram amantes. Mas como não era uma mulher da rua?! Ora, quem trai com uma trai com outra, fora que já vi um monte de vezes eles saindo juntos.
      Minha velha experiência sempre diz que quando se cria preconceito sobre certa coisa fica mais fácil atribuir todos os defeitos a ela sem ninguém se questionar.
      A mídia brasileira criou alguns preconceitos clássicos que todo petista é ladrão, que todo tucano é simbolo da limpeza e honestidade, raro exceções de desvio de comportamento. Jornalista é simbolo da luta da ditadura, embora os grandes veículos de comunicação foram suportes da ditadura. Norte e Nordestino é tudo a mesma coisa, bando de morto de fome que só serve de curral eleitoral pros senhores de engenho. Que o PMDB é apenas um partido fisiológico, que nunca governou nada além dos governos do PT ou PSDB.
      Preconceito burro criado pela imprensa brasileira pra vender jornal é que não falta. Estes dias definitivamente deixei de assistir jornal do SBT quando afirmaram que ele é um jornal que vai dar mais opinião. O Shit.... eu queria jornal que desse mais informação, opinião o inferno tá cheio.
      Quanto mais peço a Deus ajuda, menos acredito nos homens. OH... e agora quem poderá nos informar??
      Deus salve os Blogs. Por incrível que pareça, atualmente os Blogs estão trazendo mais informação que os jornais. Embora a opinião forte de cada um, mas são muito mais confiáveis e menos pacionais que os telejornais. Vida longa aos Blogs.

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    3. Mas nós somo movidos pelos nossos preconceitos (a civilização trabalha para que o cidadão os controle o máximo possível), por isto, para que se tenha uma boa leitura crítica, é preciso que vasculhe todos os escritos e saiba exatamente qual preconceito propagam para que você tire as suas próprias conclusões e construa os seus próprios preconceitos.
      Por exemplo: você elaborou, com base na sua "velha experiência",(maus) preconceitos com a mídia em geral e (bons) preconceitos com os blogs.
      E quanto mais você pede ajuda a Deus mais você cria (maus) preconceitos dos homens.
      Parafraseando Ortega Y Gasset: "o homem é produto dos seus preconceitos".

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    4. Meu caro deputado, sinceramente, acho de um cinismo infinito, a posição do governo sobre as falcatruas, que possa ter cometido a Construtora Delta.Apenas depois da possivel descoberta do elo de ligação entre a o contraventor Carlinhos Cachoeira e a empreiteira, é que o governo petista, descobre que a Delta é passível de ser inidônea.Caso nada disto sobre as gravações do contraventor e o senador, houvesse acontecido, com certeza a a referida empresa, estaría ainda hoje nadando de braçadas nas verbas federais, principalmente as do Pac, que tinha como mãe, segundo o ex-presidente Lula, a Dilma Rousseff, atual governante de plantão.Fernando Cavendish, presidente do Conselho da Delta, tem total razão, em dizer que agora tornou-se leproso, ou adjetivos semelhantes.Entretanto convém ressaltar, que até pouco tempo, esta mesma empresa foi a menina dos olhos de todos os governantes, do PT e aliados e depois pela posição no mercado, permaneceu nos governos da oposição.Tudo mais, em virtude da ignorância do povo brasileiro, que vive as custas de "bolsas", a história do país começa a passar por um momento da mais alta falsa hipocrisia.

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  2. O Cachoeira fez o papel dele: vazou para a imprensa notícias das falcatruas do Pagot, porque não beneficiavam a quadrilha do Cachoeira, beneficicavam outras quadrilhas. Então, pela ótica da bandidagem, ele queria derrubar o Pagot para que outro, mais acessível à quadrilha dele - e não à de outros - fosse nomeado para o Denit. Agora, as falcatruas do Pagot deveriam ter sido bem investigada pela Dilma, mas ela se contentou em aceitar o pedido de demissão do Pagot, deixando-o literalmente impune, como, ademais, os quase dez ministros que caíram sob denúncias de corrupção. Ao fim e ao cabo, a Dilma não fez o que deveria ter feito. Deve ser esse o "padrão mundial contra a corrupção" que a louríssima Hillary Clinton atribuiu à Dilma.

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