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Situação da Celpa é pior do que parece

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A situação financeira da CELPA é contabilmente falimentar: a concordada é um derradeiro suspiro caso a Eletrobras não se apresente à contingência de intervir na distribuidora.

> Todo o Grupo Rede estaria em dificuldades

Agrava a situação o índice de que, diferente do que se havia como certo, as amarguras de liquidez estendem-se à todo o Grupo Rede, que estoca um passivo de aproximados R$ 10 bilhões.

Em sendo a notícia verdadeira, responsabilidades do ministro das Minas e Energia devem ser cobradas: o ministério, que está por ofício obrigado a ter conhecimento destas idiossincrasias, não deveria ter consentido que o Grupo Rede continuasse a estocar dívidas, que ora se revelam impagáveis, quando a concessão que opera é de interesse público incondicional.

> Distribuição de energia no Pará ameaçada

O estado concordatário da Celpa pode levar a um colapso da distribuição de energia no Pará. A empresa não mais conseguirá crédito para tocar as suas atividades assim como não conseguirá fluxo de conta corrente para prover suas terceirizadas, principalmente aquela que lhe faz as manutenções das linhas.

Deste modo, o que a empresa já fazia mal, tende a piorar e, ao cabo, estagnar. Se a Eletrobras não pular no bonde e pegar o timão a estagnação tenderá ao descarrilamento.

> À merencória luz das lamparinas

Então viverá o Pará a ironia de, ao mesmo tempo, ter a maior geradora nacional de energia (Usina Hidrelétrica de Tucuruí) em seu território, tendo os mais abastados que ligarem os seus grupos geradores, e a geral voltar às lamparinas.

A luz das velas em determinadas conjunturas pode até ser romântico, mas na que se apresenta é uma tragédia protagonizada pela negligência.

Comentários

  1. Ainda mal que lhe pergunte: e a ARCON?

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  2. Uma verdadeira Sacanagem das autoridades do pará como os Deputados que já tinham sido alertado que o grupo rede só estaria no Pará para retirar nosso dinheiro e escoar para fora, com apoio de algumas autoridades como os Órgãos: ARCON e ANEEL. O Grupo Rede Energia planejou todo esse esquema aos longos de quase 14 anos. Todo celpeano sabe ou desconfia dos esquemas envolvendo empreiteiras e da prestadora de servirços de TI ( Elucid ) que é um verdadeiro caixa II do grupo rede. O grupo rede não tem credibilidade com seus funcionários, pois todos conhecem dessas sacanagens mais não podem fazer nada. Para se ter uma idéia existem empreiteira que projeta executa e ela mesma fiscaliza seus serviços ( só na celpa, acontece isso ) a maioria tem sua mão de obra totalmente desqualificada, mais a rede energia gosta assim. Autoridades investiguem a Celpa a fundo que vocês irão encontrar muita sujeira debaixo do tapete

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  3. Manoel Valente Neto15/03/2012, 20:17

    Caro Parsifal Pontes
    Como estou na "Geral", fico muito preocupado com a situação pré-falimentar da CELPA/Grupo Rede e a preocupação e providências do Senador Jader Barbalho são muito pertinentes, sobretudo ao pedir ao Ministro das Minas e Energia a imediata intervenção federal para que não venha a acontecer o pior. E o pior, é voltarmos aos "blecautes" diários como antigamente e que já ocorrem hoje nas cidades e municípios vizinhos, Benevides, Marituba, Ananindeua, Castanhal, Bragança etc. Deus nos livre e guarde desse retrocesso, embora tenhamos a maior hidrelétrica inteiramente nacional dentro do nosso próprio Estado, a UHT.!

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  4. É o presente do PSDB para o Pará. Sei que não gosta de CPI, mas será que não é necessario uma?

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    1. Você sabe o que penso de CPIs e uma da Celpa não seria diferente. Todavia, um processo de liquidação sério, acompanhado por parlamentares e técnicos comprometidos com a República, poderiam ter maior eficácia para desvendar ao público o que ocorreu na distribuidora.

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  5. Nobre Deputado,
    Sabia que cedo ou tarde você chegaria a esta conclusão, como antecipei no seu apreciado espaço. Entretanto, a situação não é tão simples de resolver. Há de ter uma movimentação unidirecional e maciça, de quem pode fazer essa locomotiva voltar aos trilhos – o problema é que a trem é continental e o piloto que a dirige, similar a dilmaquinista, apenas uma piada. Como fazer? 1 – União de toda a bancada estadual para reivindicar em uníssono que ANEEL, o MME, e, principalmente a Casa Civil tomem parte da batalha para que o governo interfira na concessão, a recupere e, novamente, a privatize – vamos esquecer esta estória de PT x PSDB, de privataria tucana, do PT contra estatização, pois a energia não é jogo de futebol, não tem que haver torcida contra – o interesse é de toda a população, pois sem boa energia, vegetamos. 2 – A segunda frente é no plano federal, onde parece já haver algum movimento no sentido de pressionar ao governo que participe da decisão de forma clara e firme. Quando digo pressionar é para considerar que há em Brasília equipe de técnicos e lobistas atuando com desenvoltura pelo Grupo Rede. Então não se pode dormir de touca. 3 – Onde estão a FIEPA e a ACP? Não vemos nenhuma manifestação. Empresários locais que conhecem do assunto já usam outras fontes, independentes da Celpa. Perceberam, ou por força de seu negócio, ou por segurança, que não podiam continuar dependentes como estavam. Mas é preciso atuar. Só quem pediu uma ligação comercial ou industrial sabe o martírio que teve que suportar. A Celpa, sem estrutura de atender, adiava as ligações e dificultava, alegando pequenas falhas. Isto inclusive adiou investimentos e provocou perdas de empregos. Então FIEPA e ACP devem cumprir seu papel e exigir outros procedimentos. Observe que a recuperação judicial exige 60 dias para um plano de recuperação. Mas, esqueça. Qualquer plano vai fazer água – será apenas para paraense pateta acreditar – tal a propaganda: investindo na sua energia! A energia do Pará! Mentira deslavada. Sem ofensa, mas pura realidade. Agora nem a velhinha de Taubaté acredita. Os caras não sabem fazer e, colocar dinheiro nos bolsos, digo, nas mãos deles vai ter o mesmo destino – o sul e o sudeste maravilha. Temos que salvar as nossas outras empresas! Dirão os bucaneiros. Antes desses 60 dias quem fizer alguma ação ficará responsável pela tal do plano de recuperação. Assim, é mais viável aproveitar e colocar os dados Excel e constatar que não há como recuperar, pois o milagre da multiplicação foi feito por quem sabia fazer, e com outro produto, não com dinheiro. Aí, buscamos recuperar o que foi surrupiado, mas de forma correta, senão haverá pedidos de indenização pelos gafanhotos. Vão falar do risco regulatório. Dirão que a ANEEL é culpada, que não deu os reajustes pedidos. Dirão até que houve excesso de multas, quando se sabe que eles judicializaram a regulação, entrando na justiça para não pagar as multas. Leia o ótimo trabalho do Eng. Claudio Conde, com mais dois autores - Judicialização da regulação e perda da qualidade do fornecimento de energia elétrica em áreas periféricas. Lendo sabemos o que aconteceu com a grana e com a qualidade da energia. O decreto nº 41.019, de 1957, criou a RGR – Reserva Geral de Reversão, fundo da União, gerido pela Eletrobrás. A RGR pode ter arrecadado, até 2010, R$18bi. Perto de R$7bi teriam sido aplicados no "Luz no Campo", "Luz Para Todos", PROCEL, PROINFA, dentre outros, ficando ainda mais de R$10bi. Há quem calcule que até 2015, o valor chega a R$30bi. Ou seja, a viúva tem grana para desatolar a locomotiva – mas precisa de muito trabalho e ação. Algo que seu partido tem tradição e sabe fazer. Apesar de situações são diferentes, a CELG, de Goiás, teve aplicado o dinheiro da RGR na sua solução. Considerando a arrecadação dos demais tributos setoriais, a ELETROBRAS é hoje um grande banco. Daí o grande embate político para que ver quem toma conta. Desculpe a forma de falar e brincar nos comentários, tento tornar menos árido um assunto tão sério.

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    1. Na terça-feira apresentarei requerimento à Mesa da Alepa para que um deputado de cada partido vá à Brasilia ter com o ministro Lobão. O objetivo da audiência é exatamente pressionar a União a intervir.
      Tive acesso a informações, que por confiança não posso declarar aqui, de que de fato não há possibilidade de recuperação, mas, também tive acesso a informações de que, infelizmente (meu Deus do céu) há gente já articulada para sorver até o final o que restou da distribuidora e para isto é imprescindível delongar a processo judicial.
      Obrigado pelas informações. Vou ler o trabalho indicado (devo achá-lo na net).

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  6. Cade os órgão de fiscalzação a ANNEL, ARCON, a independência destes órgão é comprovada agora, que não sabem de nada, ou nuca ouviram falar,porque a fiscalização não é feita, é só enrolação, pessoas totalmente leigas são parte do quadro das agência, não há controle financeiros dos operadores do sistema, mais corre muita propina para todos os graudos.

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  7. Deputado

    Não informei o link para o trabalho, veja abaixo:

    https://docs.google.com/document/d/1hgPNjIYljKXJrcWTqaNrTXFq6uY_vFGIms4MrThbhnE/edit?pli=1

    É triste saber que os há aproveitadores espreitando para saquar dos despojos.

    Soube hoje que há muita preocupação de ex-funcionários com o fundo de pensão do Grupo Rede - a Funrede. Sabemos que há normas do Banco Central impedindo que as coisas se misturem, mas como ela tem um elevado patrimônio, e pouca confiança nos dirigentes, há muita gente com as barbas de molho. Há muitos exemplos a dar razão a essa desconfiança.

    Hpa ainda muita água para passar, e é tudo muito triste, mas com trabalho e organização tudo é superado.

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    1. Ok. Já baixei o texto e vou ler no final de semana. Obrigado.

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  8. Apenas corrigindo:

    O nome da fundação do Grupo Rede não é funrede há muito tempo, mas REDEPREV.

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  9. Esta discussão envolvendo o cidadão comum que se interessa pelo seu Estado e pelo que lhe diz respeito, a possibilidade de juntá-lo a alguns dos Deputados Estaduais em busca de uma solução ao problema que afetará a todos, isto é política e neste blog se faz Política com P maísculo, parabéns Parsifal!

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