Pular para o conteúdo principal

Compadre meu que envelheceu cantando diz que ruminando dá pra ser feliz…

shot010

Porque hoje é sábado, aos amigos do Sul do Pará, que com acertos, erros, suor, sangue e lágrimas, tangidos pela esperança de dias vagos, correram terras e abriram fronteiras, fazendo dos belos vales do alto Xingu, das planícies das bacias do Araguaia e do Tocantins, os seus lares, aqui vai uma das mais belas modas de viola de todos os tempos: de Rolando Boldrin, “Vide, vida marvada.”.

Corre um boato aqui donde eu moro
Que as mágoas que eu choro são mal ponteadas.
Que no capim mascado do meu boi
A baba sempre foi santa e purificada.

Diz que eu rumino desde menininho
Fraco e mirradinho a ração da estrada.
Vou mastigando o mundo e ruminando
E assim vou tocando essa vida marvada.

É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda moda é um remédio pros meus desenganos.
É que a viola fala alto no meu peito, mano,
E toda mágoa é um mistério fora deste plano.
Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver:
Chega lá em casa pruma visitinha,
Que no verso ou no reverso da vida inteirinha,
Há de encontrar-me num cateretê

Tem um ditado tido como certo
Que cavalo esperto não espanta a boiada.
E quem refuga o mundo resmungando
Passará berrando essa vida marvada.

Compadre meu que envelheceu cantando
Diz que ruminando dá pra ser feliz.
Por isso eu vagueio ponteando
E assim procurando a minha flor-de-lis.

É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda moda é um remédio pros meus desenganos.
É que a viola fala alto no meu peito, mano,
E toda mágoa é um mistério fora deste plano.
Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver:
Chega lá em casa pruma visitinha,
Que no verso ou no reverso da vida inteirinha,
Há de encontrar-me num cateretê

Comentários

  1. Essas coisas faz bem aos nossos corações. Que nostalgia, que coisa boa e revigorante.

    Mais um acerto deste blog que nunca me decepcionou.

    Francisco Arnilson de Assis
    Clube de Xadrez Marabá

    ResponderExcluir
  2. Um abraço aos amigos de Marabá, Francisco.

    ResponderExcluir
  3. Rolando Boldrim ainda hoje me fascina em seu fantástico programa na Cultura (SP), sem jamais fugir um milímetro de seu objetivo de homenagear sempre o meio rural. Esse aí, sim, merece honras de todos os brasileiros. Mas...com certeza depois que ele morrer, muitos vão dizer que ele tinha bom coração - que nem o Nelson Gonçalves cantou um dia!... Grande Boldrim.

    ResponderExcluir
  4. Até na hora de enfiara viola no saco, sabes fazê-lo de modo interessante.Legal.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comentários em CAIXA ALTA são convertidos para minúsculas. Há um filtro que glosa termos indevidos, substituindo-os por asteriscos.

Postagens mais visitadas deste blog

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.

Campanha para nomeação de Defensores Públicos aprovados em concurso

Os aprovados no concurso da Defensoria Pública do Pará, em 2009, labutam pela nomeação e, às vésperas da expiração do prazo do concurso, 23.07.2011, iniciam uma campanha para não terem as suas expectativas frustradas. No concurso de 2009 foram aprovados 148 candidatos, dos quais 56 foram nomeados e 92 aguardam nomeação. Por emenda da deputada Simone Morgado, o Orçamento do Estado, para 2011, prevê dotação para a contratação de 45 Defensores Públicos. A Defensoria Pública do Pará está recebendo, desde janeiro deste ano, os repasses financeiros já acrescido o valor da emenda citada, mas, até o momento não notificou os aprovados para nomeação, assim como não dá explicação alguma da não providência. Dos 144 municípios do Pará, 83 não possuem Defensores Públicos. Das 117 comarcas instaladas no Pará, em apenas 65 há Defensores Públicos lotados. O Grupo de Concursados requer a nomeação dos 45 Defensores Públicos para os quais o órgão possui dotação orçamentária e recursos financeiros para c...