Pular para o conteúdo principal

Quando o carteiro chegou…

postm

O ministro Guido Mantega marcou um encontro com o todo poderoso presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro Brandão: levava consigo uma missiva da presidente da República, Dilma Rousseff, que lhe assinara prazo para entregar.

O prazo era a sexta-feira passada, 18. A missiva declarava a Lázaro Brandão que o governo federal não mais quer Roger Agnelli na presidência executiva da Vale.

Mantega leu todas as linhas escritas pela presidente e assinou prazo para que Brandão uma espécie de capo do conselho da Vale, operacionalize a empreitada. O Bradesco é um dos principais acionistas da empresa, por meio da Bradespar.

Há dois anos o presidente Lula investiu contra Agnelli, mas, o Bradesco comandou a resistência do conselho e conseguiu negociar investimentos em troca da permanência do seu executivo. O Pará acabou ganhando a ALPA no resgate.

De lá para cá, criou-se entre os acionistas da empresa um certo caldo de que Roger Agnelli já teria adquirido desenvoltura além do desejado dentro do sistema e poderia ser a hora de pensar em substitui-lo, desmistificando a ideia que começava a grassar no mundo empresarial de que a Vale se confundia com a pessoa do seu presidente executivo.

A presidente Dilma, que já vinha meio de banda com o não alinhamento de Agnelli com as trilhas do governo federal, enxergou que era a hora de dar uma ajuda aos conselheiros.

Lázaro Brandão, cuidadoso com o movimento, pediu a Mantega um processo de transição. Mantega não se rogou: a presidente quer isto resolvido até abril, quando está marcada a assembleia dos acionistas preferenciais.

Agnelli caiu em desgraça ao imaginar que Vale era uma empresa privada estrito sensu e que podia ignorar certos sopros do governo. Eu mesmo ouvi dele, certa feita, que ele só devia satisfações aos seus acionistas.

Pois bem, o acionista maior deste case de sucesso, o absoluto dono de tudo o que a Vale colhe sem nunca ter plantado, bateu à porta, sexta-feira passada, para cobrar a fatura: quer receber em abril.

Veremos se os demais acionistas vão conseguir alongar a dívida ou liquidar a duplicata.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Parsifal

Em uma noite de plenilúnio, às margens do Rio Tocantins, o lavrador pegou a lanterna e saiu correndo de casa à busca da parteira. Sua mãe, uma teúda mameluca, ficou vigiando a esposa que se contorcia com as dores do parto. Quando voltou com a parteira, o menino já chorava ao mundo. Não esperou: simplesmente nasceu. A parteira cortou o cordão umbilical e o jogou ao Rio Tocantins. Após os serviços de praxe de pós parto, a mãe de Ismael o chamou ao quarto para ver o filho. O lavrador entrou no quarto. A lamparina o deixou ver a criança ao peito da mãe: nascera Parsifal, pensou ele orgulhoso. O lavrador pegou uma cartucheira calibre vinte, carregou o cartucho ao cano, armou e saiu à porta. O Tocantins espreitava-lhe manteúdo. Apontou a mira da vinte à Lua e disparou: era assim que os caboclos do baixo Tocantins anunciavam a chegada de um homem à família.

Mateus, primeiro os teus

Convalescendo da implantação de um stent , o governador Simão Jatene (PSDB-PA) foi apanhado, ainda no Hospital do Coração (SP), na manhã de ontem (03), por uma desagradável matéria da “Folha de S. Paulo” reportando que “ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada” de Jatene exercem cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Pará. A reportagem declara que, somados, os salários dos familiares do governador “ultrapassam R$ 100 mil mensais”. > Sem incidência de nepotismo As averiguações já foram matérias em blogs locais. Quando me foi perguntado se feriam a Súmula 13 do STF (nepotismo), opinei que não, o que foi agora ratificado pela reportagem da “Folha” que, ouvindo “especialistas” declarou que os “casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF”. Nenhum dos parentes ou afins relacionados pela “Folha” está a cargo de órgãos vinculados ao executivo estadual e a matéria não demonstra a existência de cargos ocupados, no Poder...

Campanha para nomeação de Defensores Públicos aprovados em concurso

Os aprovados no concurso da Defensoria Pública do Pará, em 2009, labutam pela nomeação e, às vésperas da expiração do prazo do concurso, 23.07.2011, iniciam uma campanha para não terem as suas expectativas frustradas. No concurso de 2009 foram aprovados 148 candidatos, dos quais 56 foram nomeados e 92 aguardam nomeação. Por emenda da deputada Simone Morgado, o Orçamento do Estado, para 2011, prevê dotação para a contratação de 45 Defensores Públicos. A Defensoria Pública do Pará está recebendo, desde janeiro deste ano, os repasses financeiros já acrescido o valor da emenda citada, mas, até o momento não notificou os aprovados para nomeação, assim como não dá explicação alguma da não providência. Dos 144 municípios do Pará, 83 não possuem Defensores Públicos. Das 117 comarcas instaladas no Pará, em apenas 65 há Defensores Públicos lotados. O Grupo de Concursados requer a nomeação dos 45 Defensores Públicos para os quais o órgão possui dotação orçamentária e recursos financeiros para c...