Energia nuclear

nuclear

Os danos causados na usina de Fukushima, pelo terremoto que castigou o Japão, transmitem uma visão negativa da geração nuclear, que depois da tragédia de Chernobyl, aos poucos se recuperava como fonte segura de energia.

O Japão tem 55 reatores nucleares que produzem 30% da energia consumida. A Europa Ocidental é a maior produtora de nucleoeletricidade do mundo: 30% do que o bloco consome.

Há uma tradução equivocada das notícias veiculadas nos EUA e Europa de que o programa nuclear de ambos sofreria solução de continuidade após Fukushima: as autoridade energéticas de ambos anunciaram que os respectivos programas possivelmente sofrerão realinhamento após o fato.

O realinhamento não é o de desaceleração dos investimentos em nucleoeletricidade, mas, tiradas as lições do ocorrido, em como poderão ser redesenhados os reatores para evitar ocorrências similares em situações correspondentes.

A energia nuclear é segura, desde que seguidos, na elaboração das plantas, todos os protocolos exigidos. A asserção é válida para toda obra de engenharia.

Se as usinas nucleares são seguras porque as ocorrências em Fukushima? A resposta é elementar, e qualquer raciocínio diferente é um equívoco de lógica: houve um terremoto de magnitude singular que arredou a ilha do Japão do seu centro de gravidade, acompanhado de um tsunami, cuja onda principal chegou a uma velocidade de 800 km/h, e a usina de Fukushima estava na trilha desta fúria indômita.

É um prodígio de engenharia as varetas nucleares não terem derretido à primeira falta de refrigeração. É um demonstração de magnitude técnica que a radiação tenha sido mantida em condições não anormais mesmo após as explosões ocorridas.

O que ocorre em Fukushima não tem como causa um acidente nuclear e sim uma ocorrência incontornável por qualquer engenharia deste planeta: um cataclismo.

Sendo inevitáveis os estertores da natureza, imagine se no lugar de um reator nuclear, estivesse uma usina hidrelétrica com a mesma capacidade de geração, nos moldes de Três Gargantas na China, ou mesmo, do porte da Usina de Tucuruí: nenhuma resistiria a um sismo daquela magnitude.

As consequências do rompimento de uma usina como Tucuruí seria um tsunami fluvial que varreria do mapa todas as cidades da jusante, com repercussões até Belém: uma tragédia 100 vezes maior do que poderia ser o derretimento de todas as varetas de Fukushima, cuja radiação poder-se-ia expandir por um raio de 20 km, área que, inclusive, já está sob alerta de isolamento.

Toda geração de energia envolve riscos diretos e, dentre todas as já dominadas pelo engenho humano, a energia nuclear é aquela cujos benefícios gerais, possuem custos menos impactantes.

Não é inteligente pensarmos que não mais se deverão construir edifícios porque um caiu, principalmente se a queda não foi causada pela própria engenharia da construção.

Não estou, neste parágrafo, referindo-me ao Real Class: isto é assunto para outra postagem, em breve.

Comentários

  1. Considero-me atendido no que diz respeito a questão por mim colocada, e parabéns pelo brilhantismo no raciocíno exposto na resposta em tão pouco espaço, só craques conseguem isto.

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  2. Parsifal, será que é esse o tipo de energia que querem para o Pará, aqueles que são contra Belo Monte.

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  3. Deputado,

    Seguem abaixo o link da decisão da maioria simples da Diretoria do COSEMS, após a fuga da CHAPA 02, e do Presidente do COSEMS, Fredson, e do Presidente da Comissão Eleitoral Rui, sem que fosse dado por encerrado a Assembléia e sem que fosse aprovada a aclamação pelos Secretários.
    O Presente Edital anula os atos da Viciada Comissão Eleitoral e cria uma nova, não dando por encerrada a Assembléia e sim colocando e recesso até segunda ordem.

    http://www.ioepa.com.br/site/includes/mostraMateria.asp?ID_materia=513709&ID_tipo=21

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  4. Ainda estou em estado de choque! O MP ressuscitou! Será que é verdade, que é pra valer, que vai ser cumprido? E se não for cumprido o MP vai tomar providencias enérgicas?

    Ainda falta muita gente nesta lista. Só o pessoal aparentado dos vereadores da chamada base do prefeito forma um belo batalhão!

    Que o MP requisite a relação total de comissionados da PMT e da Câmara e publique, para que a população, que conhece todos eles, informe quais são da parentada boa vida!

    Enquanto isto, quem souber que informe os nomes dos apadrinhados no Folha de Tucuruí, para tentarmos acabar com esta farra dom o dinheiro do povo!

    Deputado Parsifal, faça repercutir a noticia aí por Belém, para ver se o Pré-Feito Sancler cumpre a recomendação, o que acho difícil. Leia em:

    http://folhadetucurui.blogspot.com/2011/03/ministerio-publico-estadual-recomenda.html#links

    Abraços, V V 2
    15 de março de 2011 15:59

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  5. Deputado Parsifal,

    Tive conhecimento, há poucos momentos, que os vereadores, encabeçados pelo Vereador Zé Gomes, se reuniram e pretendem rejeitar o projeto de lei que institui a Tribuna Livre na Câmara Municipal de Tucuruí, o que é sob todos os pontos de vista um absurdo.

    A Tribuna Livre será um espaço dedicado a qualquer cidadão que poderia utilizar-se do espaço da Câmara Municipal – CASA DO POVO?! – para expor suas opiniões para a melhora do nível de vida em Tucuruí.

    É um projeto muito significativo, sobretudo para a democracia. Esta maltratada democracia brasileira, principalmente em Tucuruí.

    Qual o medo destes vereadores? O povo não pode dizer o que pensa em sua própria casa? Os vereadores não respeitam a opinião daqueles que os elegeram? Essas perguntas ficam ecoando e se perdem no silêncio monstruoso de uma Câmara Municipal que vem se mostrando cada vez mais negligente e omissa.

    Nas próximas eleições municipais podem acreditar que estes mesmos vereadores que votaram contra o o seu direito de falar no plenário da câmara , vão bater na sua porta pedindo para que você os ouça e dê o seu voto. Vai será a hora e o momento de darmos o troco.

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  6. Reginaldo Ramos15/03/2011, 17:38

    Não vi nenhum comentário nesse sentido. Só vi rasgação de seda ao Japão, etc, etc.

    Mesmo assim vou arriscar: O Japão se preparou demais da conta para o terremoto e de menos da conta para o poder dos tsunamis.

    As cidades costeiras são cheias de serras.

    Pelas imagens, não ficam a mais de cinco quilômetros.

    Ao que parece não foi montado nenhuma estratégia de evacuação em massa para as hipóteses de tsunamis.

    O erro fica tão cristalino, que em todas a cidades litorâneas, os caras construiram, à época em que eram pobres, barreiras de contensão. Algumas demoraram dezenas de anos.

    Ora, por óbvio que aquilo deveria ser reforçado pelas novas gerações de engenheiros. Ampliados para suportar, quiçá, 15 metros de onda dágua.

    Se muito caro, ao menos, via de evacuação em direção as serras deveriam ser construídas em todas as cidades que margeam oceanos.

    Nada disso foi. Ao que questiono a rasgação de seda.

    Os caras são bons, mas nesse caso, algum especialista em segurança contra tragédias naturais, precisa enfrentá-los.

    Para o bem de todos.

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  7. Brinhante analize Parsifal, mudou meus conceitos sobre energia nucléar !!

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  8. Os super ecos alienados, ridicularmente propõem que adotemos energia nuclear ao invés de belo monte. isso é tão ridiculo que não dá nem vontade de reposnder com seriedade. Dá raiva.

    Vladimir Araujo

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