O Marrocos tem uma economia sólida e estratificada, todos os membros do Parlamento são eleitos por voto direto e secreto, e a monarquia que chefia o governo e o Estado tem se caracterizado por reformas modernizantes.
As asserções acima me levaram a imaginar que a onda de protestos que atingem as ditaduras árabes não chegariam a varar o Estreito de Gilbratar e descer pelo remanso do Atlântico que banha Rabat, a capital do Reino do Marrocos: enganei-me.
Ontem, em Rabat, milhares de marroquinos foram às ruas protestar contra o governo. Mas, não vão ao extremo de pedir a abdicação do rei Mohammed, que assumiu o trono depois da morte do seu pai, Hassan II: querem a continuação da monarquia constitucional, mas, exigem reformas na Carta que diminuam os poderes do rei, o que aumentará as prerrogativas do Parlamento, que já é eleito democraticamente.
O rei Mohammed tem a seu favor, além das reformas que já vem protagonizando, o fato de pertencer à dinastia Alaouite que, segundo consta, tem descendência direta do profeta Maomé.
Foto: AFP
Parsifal
ResponderExcluirTodo movimento revoltoso que se origina no seio do povo contra o poder, começa assim mesmo, meio tímido, meio requerente, meio pau meio tijolo, para não assutar o ditador logo de cara. Na medida em que cresce, vai se tornando franco, exigente e direcionado, e, contrariado, parte para a violência para atingir os seus verdadeiros objetivos. E aí, quando a "autoridade" tenta reagir a revolta está disseminada e nas ruas, portanto difícil de controlar. E aí já terá sido tarde e o governo não mais se sustenta. Foi o que aconteceu no Egito e está acontecendo agora no Irã e na Líbia. Hugo Chaves tá com a barba de molho!