A reportagem da “Folha de São Paulo”, assinada pelo jornalista João Magalhães, revelando as alcovas de um inquérito policial cujo objeto é destrinchar uma suposta rede de pedofilia no Pará, traz à tona o que se passa por trás do palco, sempre que procedimento similar envolve pessoas que cultivam relações que lhes permitem tentar a obstrução do que lhes está no encalço.
O jornalista teve acesso aos autos do procedimento, que corre em segredo de justiça. Segundo ele, a leitura do calhamaço indica que um juiz, dois advogados, um deputado federal, um delegado e uma repórter atuaram para obstruir a justiça na apuração do fato.
O empresário em questão é Antonio Carlos Vilaça, cujas atividades se concentram no município de Barcarena, onde ele, inclusive, foi candidato a prefeito na eleição de 2008. Vilaça foi preso no decorrer do procedimento, mas, está respondendo as acusações em liberdade.
O delegado Edivaldo Lima teria sido subornado para retardar a investigação. O deputado federal Wladimir Costa (PMDB), teria interferido para fraudar o depoimento de uma das vítimas do crime de pedofilia, maquinando para que esta desmentisse depoimento anterior. É imputado ainda, ao deputado Wladimir Costa, o alerta ao empresário sobre a sua ordem de prisão.
Os advogados que teriam participado das tentativas de obstrução seriam Inocêncio Mártires e João Neri.
O inquérito acusa o juiz criminal Carlos Alberto Flexa de ter tentado obstruir o procedimento, usando o celular do próprio empresário para fazer uma ligação à juíza que instruía o processo, com a intenção de persuadi-la a não lhe determinar a prisão.
A repórter de "O Liberal", Micheline Oliveira, é acusada de tentativa de extorsão: segundo a reportagem ela teria pedido R$ 100 mil à Vilaça para não publicar o caso.
Segundo a reportagem a maioria das informações constantes no inquérito foram obtidas a partir de escutas telefônicas. Tais escutas também revelam o uso de nomes de pessoas influentes para alguns atores do episódio se credenciarem.
É o caso, por exemplo, da escuta captada de uma conversa envolvendo dois supostos interlocutores da repórter Micheline Oliveira, quando um deles afirma que os R$ 100 mil que ela tentava extorquir de Vilaça seria a "mordida" exigida por Ronaldo Maiorana, um dos sócios-diretores de “O Liberal”.
O grupo RBA, também foi citado nas escutas telefônicas: Fernando Amaral, que foi candidato a vice-prefeito, pelo PMDB, na chapa de Vilaça, afirma a ele que já teria falado com Jader e a “RBA já estava calada".
Ambos, “O Liberal” e o “Diário do Pará”, deram ampla cobertura ao episódio envolvendo Vilaça, inclusive o estamparam, em matéria de capa, quando da sua prisão, portanto, é evidente que a citação dos nomes não passava de tentativa de credenciamento.
O delegado Lima alega que jamais participou da investigação, portanto não poderia ter tentado obstruir a instrução, mas, a Divisão de Atendimento ao Adolescente da Polícia Civil do Pará afirma que ele iniciou o procedimento.
Inocêncio Mártires e João Neri negam qualquer envolvimento ilegal e afirmam se ter limitado a todos os meios legais para conduzirem a defesa do cliente.
A repórter Micheline Oliveira classificou o indício que sobre ela pesa de "leviano e irresponsável.".
O juiz Carlos Alberto Flexa confirma a ligação à juíza, mas, alega que a fez do próprio celular e não do de Vilaça.
O deputado federal Wladimir Costa reputa a sua atuação política, que algumas vezes desagradou a Polícia Civil, a tentativa de lhe imputar atos de natureza criminosa: a sua inclusão no processo seria uma vendeta.
O saneamento dos autos e os seus respectivos desdobramentos vão mostrar a Vilaça que ele, ao tentar se benzer, acabou por quebrar o nariz.
As escutas telefônicas gravadas em pouco ajudarão a incriminar os donos das vozes e, no máximo, elas constrangem reputações.
Não se evidenciou qualquer participação de cumplicidade com o objeto da instrução que era o crime de pedofilia. No máximo, poder-se-á indiciar alguém por tentativa de obstrução da justiça.
Mas, no meio das linhas trançadas e dos ruídos da estática que o caso evidencia, o empresário Vilaça continua como suspeito e indiciado do crime de pedofilia, e é aconselhável que enfrente o processo sem subterfúgios ou tergiversações.
Caminhos oblíquos, cada vez mais, acabam dando em abismos cavados com os próprios pés de quem os traça.
A justiça, por sua vez, não pode, e nem deve perder o foco do processo: a suposta existência de uma rede de pedofilia com ramificações no Pará.
O que mais me deixa triste é o povo do Pará, infelizmente, muita gente despolitisada votar num elemento desse para dep. federal, é lamentável.
ResponderExcluirDeputado, vc não deve satisfação a ninguém, mas pq só agora que V.Exª faz referência a este caso, será pq tem muitos envolvidos do PMDB, será que se os envolvidos fosse do PT seria o mesmo tratamento, concerteza não!
ResponderExcluirAssim vamos conhecendo que a sua postura é totalmente tendenciosa, quando se trata ao PT, fazendo com que haja um descrédito quanto as suas postagem com referência a esta sigla.
um abraço, acho que rancor não vai lhe levar a lugar nenhum!
JR-Cabano
Caro Parsifal:
ResponderExcluirTodo trabalho jornalistico que envolva denuncias de crime de pedofilia deveria constar de leitura obrigatória nas escolas municipais e estaduais. É preciso cultivar nas novas gerações um sentimento de repúdio a esta vaidade imperdoável.
O crime de pedofilia até pode ser ocasionalmente perpetrado por um maníaco psicopata; porém no caso em questão, que o torna mais odioso, aplica-se (sem nenhuma explicação)a um amor próprio exarcebado, evocado do enriquecimento ou ascenção ao poder, que dá vazão a vaidades sem explicação e sem nenhum pingo de sentimento humano. É um crime sem nenhum fundamento, pois os próprios criminosos, costumam se jactar entre os amigos destas aventuras sempre diminuindo as suas vítimas.
Cadeia nessa vida e inferno na outra - é o que merecem.
Por que tem muita gente do PMDB envolvida? Um partido de membros tão éticos e íntegros.
ResponderExcluirCabano,
ResponderExcluirO caso Vilaça está em evidencia durante a semana. A postagem é pertinente e temporânea, portanto. Não se trata de dar satisafações: achei por bem postar sobre o fato porque ele envolve apuração de fatos graves, principalmente a suposta rede de pedofilia no Pará.
Quanto ao PT, de fato, sou oposição radical ao governo que se finda e farei tudo que puder para que a DS, pelo menos com estes elementos que a tomaram de assalto, não retorne jamais: nunca escondi que sou totalmente contra eles, desde que resolvi lhes fazer oposição.
10:08:00,
ResponderExcluirHá íntegros e nãoo íntegros em todas as agremiações humanas. O paraíso, onde supostamente não chegam os ímpios, não é na Terra.
Cadeia para o Dep. Federal Wladimir Costa é pouco, esse cidadão é perigoso, infelizmente, o POVO DO PARÁ parece que não acorda.
ResponderExcluirFico a me perguntar, porque no periodo da CPI da Pedofilia, que rendeu dividendos midiaticos, para alguns politicos, inclusive com a presença de senadores como Magno Malta, este assunto não foi tratado.É possivel que filmagens do Vilaça, com determinado deputado ( segundo alguns anônimos em blogs )feitas pela policia, possam esclarecer.Ainda, segundo estes informantes, o parlamentar em tela não é o Wladimir Costa.
ResponderExcluirSe alguém tiver tais filmagens e puder faze-las chegar as minhas mãos, serão publicadas. Mas, até agora, há somente especulações anônimas.
ResponderExcluirApós o encontro do deputado, que não o Wladimir Costa, com o Vilaça (de acordo com alguns anônimos.O segundo ficou com a "barra" limpa e o parlamentar ficou com a ficha "limpa".Portanto, sendo bom para os dois,o silêncio permaneceu.
ResponderExcluirAo JR Cabano leia-se Demetrio da Construtora Cabano, cara voce tem filhas e em vez de se preocupar com elas fica é defendendo o PT , olhe militancia tem limites e partido politico vale menos que a familia, tenha conciencia com sua familia
ResponderExcluirEssa postura do juiz, pelo menos afronta a ética.
ResponderExcluirUma das qualidades essenciais ao desempenho da judicatura é a imparcialidade, a desvinculação total dos casos que não estejam sob sua jurisdição, sua alçada, sua competência.
Nenhum argumento pode ser aceito como justificativa para um juiz telefonar para outro juiz querendo saber do andamento de um processo (em que ele não seja parte ou pelo menos terceiro interessado), pois, para que existem os advogados?
As desculpas que possam ser dadas pelo juiz (aliás ele nem quis se manifestar sobre o caso, como qualquer acusado, qualquer réu que quer ganhar tempo para que seu advogado possa elaborar uma defesa) ninguém de mediana inteligência pode engolir.
Que interesse, que razão técnica tinha o juiz de telefonar para a juíza para inteirar-se do andamento do processo?
Segundo veiculado no DP de ontem, o juiz não apenas telefonou para a juíza como também foi falar com esta.
Segundo o DP foram estas as palavras da juíza:
"Ele veio em meu gabinete. Chegou muito cansado por causa da subida de escada. Perguntou como estava o caso Vilaça. Deixei que ele falasse e não comentei nada ..."
Imagine o juiz saindo de seu gabinete, em pleno expediente, largando o seu "o que fazer", em detrimento a centenas de processos que precisa despachar e julgar, fazer o sacrifício de subir as escadas, chegar ofegante ao gabinete de uma colega para saber como anda a situação de um pedófilo!!
Pelo menos a cena é ridícula, grotesca, suspeita, inadimissível.
E a Associação dos Magistrados ainda não se manifestou a respeito.
Alguém deputado, de peso, poderia levar este caso ao Conselho Nacional de Justiça, pois é mais um escândalo para macular o Judiciário paraense.
08/12/2010 12:03:00
ResponderExcluirO deputado indicado para tal tarefa seria ARNALDO JORDY que presidiu as investigações pelo Poder Legislativo na CPI da Pedofilia. E mais, deveria chamar o tal juiz para as necessárias explicações.
O deputado Wladimir Costa, citado nessas escutas telefônicas, tem uma relação muito grande com Barcarena.
ResponderExcluirEm 2008, meses que antecederam as eleições municipais ele fez veicular uma jornal intitulado A FOLHA DO POVO, que tinha o objetivo maior de atacar o então prefeito Laurivalzinho.
O referido jornal a cada edição espinafrava o prefeito de Barcarena, até uma viagem que ele fez à Europa com a família foi alvo das verrinas do referido periódico. E tome ataques, tome críticas ácidas,etc.
De repente, próximo às eleições, o jornal não mais atacou Laurivalzinho e depois o jornal acabou.
Agora deputado, será que um deputado pode sofrer perseguição da cúpula da Polícia Civi, francamente, essa não dá para engolir.
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